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31 de dez. de 2010

Liz

31 de dezembro de1999. Eu estava nas areias de Copa, passavam das 10 da manhã, meu reveillon ia ser ali mesmo, duas das minhas irmãs estavam no Rio, uns amigos de Uberlândia tb. Eu, sentado no areia, olhos fixos no mar(esse fascínio pelo mar é mineirice- uma característica básica entre os caipiras de qualquer naturalidade geográfica) e do nada me aparece Liz.
Liz se sentou ao meu lado, perguntou o meu nome e me ofereceu uma metade de sanduiche velho com areia. Meu inglês não era lá muito compreensível há dez anos, mas eu e ela nos entendemos por sorrisos e algumas palavras universais. Ela morava em Amsterdã, estava no Rio há uma semana, hospedada em um albergue na Farme de Amoedo com mais 2 amigas de quem havia se perdido. Não tomava banho há dois dias e naquela noite tinha dormido na praia mesmo, porque teve o passaporte roubado e não conseguiu voltar para Ipanema sozinha. Eu estava num apê em Copacabana, na casa de um sujeito amigo do amigo.
Puxei Liz pelo braço, levei pro tal apartamento emprestado onde dormiam 4 pessoas além de mim, fiz um belo de um omelete pra ela, dei-lhe um banho à brasileira com shampoo e tudo, penteei seus cabelos lindos e maltratados, roubei pra ela a calcinha rosa que minha irmã tinha comprado especialmente para a passagem de ano no Rio de Janeiro e fui agarrado por aquele corpo branco e magro ali no meio do banheiro com espelho tomado pelo vapor e eu tomado de um tesão tão diferente quanto aquela língua que ela falava. Passei um reveillon incrível, assisindo a fogos numa das cidades mais bonitas do mundo, com aquela sensação de que fazer bem ao outro é uma das coisas mais fodas dessa minha vidinha boba, ao lado de uma holandesa repaginada e linda que me olhava com afeto e gratidão. O beijo à meia noite e mais alguns banhos brasileiros marcaram meus primeiros dias do ano 2000 e me mostraram o quanto é bom cuidar de alguém. Se tanta generosidade vier com beijos molhados no chuveiro, melhor ainda.

30 de dez. de 2010

Pré depois de amanhã

2011 chega com força. Segundo os astrólogos será um ano regido por Mercúrio e apesar de eu não ter a menor idéia do que isso significa, deve ser algo que te impulsione a preferir curar o seu machucado com ele ao invés do famoso e ardido merthiolate. Brincadeirinhas sem graça à parte, o ano de 2011 está aí, a dois dias do início. Não terei saudade de 2010, já que nostalgia é bem diferente de saudade. Estou especialmente curioso por 2011. Talvez eu consiga me livrar do cigarro e de quebra, da solidão. Talvez eu ganhe mais dinheiro, e até comece a apostar na mega. Talvez eu volte pra BH ou talvez eu me acostume com faróis e poluição. Talvez eu tenha mais algumas dezenas de nomes de mulheres para os posts desse blog ou quem sabe eu me concentre em um único par de pernas e peitos. Talvez eu passe a gozar exclusivamente para uma fêmea, talvez eu até tenha uma única fêmea. Talvez eu vá conhecer a mulher que mude tudo ou a mulher que deixe tudo como está. Talvez eu surte, aumente a carga de exercícios físicos, compre uma moto, tenha um outro filho...
Talvez 2011 venha a ser o ano mais legal da minha vida.
Talvez não. Talvez seja mais um ano sem surpresas e a gente até continue tratando nossas mazelas com merthilate mesmo, porque um ano de mercúrio pode ser bem chatinho.

27 de dez. de 2010

Pós natal

O pós natal é algo que vem com uma carga de paz e culpa. As calorias a mais no pernil e no vinho, a alegria da criançada da familia que acredita em coisas que já deixamos pra trás há tempos.
O pós natal é o balanço positivo de dois dias em que amor e hipocrisia convivem mutuamente. lembranças boas que se misturam a um certo azedo na boca de quem foi abraçado por gente que na maior parte do ano nem sabe que vc existe.
O calor de dezembro aviva outras passagens e me leva pra perto delas. A pior de todas as lembranças vem neste pacote: um pai que nem se importou de fechar a porta e sumir num pós natal.
O amigo secreto em família foi divertido, dou risadas e lembro que tratei de beber para ignorar as alfinetadas na hora de adivinhar que sou eu quem ganha o presente da vez.
Minha filha só chega para o pós natal e é bom saber que apesar de tudo, eu fiquei e quero viver muitos pós natais ao lado dela.
Malas feitas, mais uma missão cumprida, com natal sob medida e pós natal melhor ainda. Cerveja no Capella com os amigos de infância, irmãs, primas, uma possível namorada, um futuro genro, crianças que nasceram e cresceram enquanto eu vivia 2010.
Ah, o pós natal. Ninguém fala dele, mas sem dúvida, trata-se da data  mais ressacada e preguiçosa do ano, bem mais leve que o Natal e bem mais promissor que o Ano novo.

22 de dez. de 2010

Silmara

Ela era a típica gordinha simpática e de rosto lindo. Tinha aquela coisa boa de falar com todo mundo numa fila de banco, numa festa de empresa, na vida. Eu só a chamava de Sil. Éramos peões numa Empresa que distribuía papel em BH. A gente ganhava pouco, andava de ônibus e se divertia fazendo caricaturas e imitações dos gerentes. De vez em quando descíamos um ponto antes do nosso e bebíamos uma cerveja num boteco chamado A cova.
Sil não era uma grande amiga, mas era divertido estar perto dela. Todo mundo a conhecia e A cova pendurava nossa conta de no máximo 5 cervejas, para pagarmos no fim do mês, porque Sil conhecia o dono do lugar. Um dia na parada habitual da cerveja de quinta feira, ela me disse que queria me dar. Assim, na lata e sem rodeios. Foi falando de umas meninas do escritório que suspiravam por mim (bons tempos...) e duas que afirmaram que já tinham transado comigo(depois os homens é que espalham seus feitos...) e que isso deu a maior vontade nela e pronto. Aquilo me deu um tesão danado. Mulheres falando de um zé ninguém do escritório e querendo provar do meu pau, assim sem cerimônia? Agradeço à vida por momentos raros como aquele.
Eu gosto de ter a ilusão do predador. Gosto das rédeas da situação mesmo quando sou seduzido.
Por isso a partir daquele momento eu queria muito comer aquela garota sorridente e gorducha, popular entre o organograma da empresa e os botecos de cerva gelada. Marcamos de ir num show, ela tinha ingressos grátis, programa zero oitocentos e depois: motel.
Silmara era cheirosa, tinha os cabelos meio anos 50, com uma ondulação bonita.Nos atracamos na primeira musica do show de abertura. Beijo bom, corpo aconchegante, coxas que me engoliram e deixaram no chinelo as magricelas e gostosinhas do escritório...
Fomos os namorados inesperados por quase um ano., passeios de mãos dadas no shopping e cinema no domingo. A gente brigava porque eu sentia ciúme da sua popularidade.
A gente se dava bem porque ela conseguia coisas inacreditáveis com sua popularidade.
Minha homenagem à Sil.
Nesse natal recebi um email dela, carinhoso, com fotos dos filhos em volta de uma árvore de natal.
No PS final algo que me arrancou uma risada saudosa:
"ainda tenho créditos em alguns boteco e moteis por aqui..."

20 de dez. de 2010

o Natal e no meio, ela.

Faço parte daquela porrada de gente que não gosta de natal. Acho a coisa toda hipócrita demais, uma certa forçação de barra pró-espírito-natalino-sem-noção.
Pessoas que nunca te deram a mínima, de repente têm um olhar brando, um sorriso pronto... uma chatice.
Taí uma data em que eu passo. Pra piorar, tem o desespero do consumo que tb é algo que eu abomino. Presentes por obrigação, chopes de  confraternização, tudo muito previsível e na maioria das vezes, piegas.
Mas tem as mulheres. Sempre tem as mulheres para a minha/nossa salvação. (E tb tem as rabanadas, mas como o blog não é gastronômico, voltemos ao que interessa) Elas que compensam os dias agitados, o trânsito caótico na Av. Paulista, a pieguice do abraço forçado de amigo secreto. Elas, sempre as musas que fazem meu coração parar ou disparar, não importa a data festiva.
Ontem no meio da minha infernal busca de presentes para a família na Fnac da Paulista, meu celular toca:
-oi. Fazendo compras?
-oi. Fazendo compras e estressado com essa loucura toda.
-Tá bonito, você. (ela sabe adoçar meu ego)
-Era exatamente essa, a minha roupa no dia do bolo.(ainda estou magoado)
-Bolo? (Ela solta uma risada descarada, como se nunca tivesse me dado bolo.)
-Cadê vc? Tá me vigiando? (Eu já a procurava entre as gôndolas, desesperadamente).
-Aqui. (E ela surge, celular em punho, atrás de mim. Cestinha na mão, sorriso iluminando tudo em volta.)
-Café? (Foi a única palavra que eu consegui pronunciar diante da imagem que ofuscava árvores piscantes, estrelas coloridas e todos os pacotes brilhantes de natal.)
-Ela bebeu um suco, cruzou e descruzou pernas, falou do trabalho, pediu desculpas pelo bolo e eu atônito com o perfume, o vestido longo e o sotaque que amo. Simplesmente a beijei, fiz um carinho no seu rosto e disse que queria um presente de natal.

Obrigado, Papai Noel. E desculpa todas as vezes que eu falei que o senhor era um velho tarado e mau.

-

17 de dez. de 2010

                                                           Penélope.
                              Diante dessa imagem, nada precisa ser dito.

14 de dez. de 2010

Bárbara

Hoje vi Bárbara no café da manhã. Temos nos visto muito no café da manhã. A mesma padaria, mesas próximas, pão com manteiga pra mim, torrada integral pra ela. Café sem açúcar pra rebater minha noite mal dormida e suco de melancia pra ela manter
o cor de rosa natural dos lábios.
Eu leio o Estadão e ela fala no celular, troca mensagens,
talvez leia emails. Nos olhamos um pouco, ela cruza as pernas
sob o balcão, brinca com o Zé do suco, passa pelos frios e pega um queijo minas, não conheço aquela marca, mas resolvo que vou experimentar.
Há uma pequena fila no caixa, ela fica lá, olha pra trás, me olha mais uma vez. mexe nos anéis, parece nervosa, mas pode ser só charme. Eu peço mais um café, a fila cresce e vê-la ali, queijo minas numa mão, chave na outra, charme e nervosismo no meio dos anéis, me faz ter vontade de ficar um pouco mais:
-Zé, qual o nome da loira risonha de preto?
-É Bárbara, seu Rubens.
-Então minha homenagem de hoje vai pra ela.
-Homenagem de que?
-De um blog, Zé.
-Ah, acho que a dona Bárbara vai gostar...
Então, é pra você, Bárbara. A melhor visão de uma manhã chuvosa que não prometia nada de mais...

13 de dez. de 2010

Encontro às escuras

Há tempos tem sempre alguém que quer promover o encontro do ano entre mim e a mulher da minha vida.
A conversa é habitualmente a mesma: "Tem uma amiga que vc vai amar conhecer!"
Sábado encarei mais um desses eventos, dessa vez promovido pela minha própria filha, preocupada de eu não ter ninguém para cuidar de mim na velhice e ter que alugá-la, e uma amiga dela que deve ter a mesma preocupação em relação ao futuro da mãe.
Lá fui eu, produzido para parecer um bom partido e vinho na mão como manda a cartilha da boa educação. Sinceramente? Eu não tava nem um pouco a fim de bancar o príncipe encantado, mas filhas têm argumentos certeiros e aquele olhar de pedinte faminto, eficaz no convencimento de pais e mães.
No caminho, Lara foi me passando informações da ficha pessoal da minha pretendente: do manequim à vida profissional, dos dois casamentos que teve à sua música predileta. Me senti numa instrução de guerra, era muita informação para meu cérebro detonado pelo álcool da noite anterior.
O nome dela é Maria Alice. Ela é doce, bebe pouco e beija bem. Passa facilmente como irmã das duas filhas, é budista, tem cabelos cacheados e calça 35. Faz pilates quatro vezes por semana, atende de 6 a 7 pacientes por dia em seu consultório de fonoaudiologia cognitiva. É simpática, é naturalmente sexy e estava vendida na história do encontro às escuras.
Saímos pra dançar com nossas proles e mais uma penca de amigos, ela se arrepiou quando meu copo de vodka esbarrou no seu antebraço, sem querer. Falamos da vida, rimos de uma bêbada que levou 3 tombos na pista de dança, saí para cultivar o meu vício cancerígeno e ela me acompanhou.
Talvez leia este post, talvez não.
Talvez a gente volte a se ver e vou torcer para esse próximo encontro ser às claras.
Se acontecer, Maria Alice, deixemos as meninas em casa dessa vez.  Eu vou gostar muito.

Tereza

A gente tinha o que se pode chamar de sintonia fina.
Tereza foi a mulher que mais me compreendeu nessa vida.
Alguns a chamavam de Rubens de saia e eu gostava disso.
Éramos realmente parecidos em nossa visão da vida. Qualidades e defeitos moldados à perfeição e semelhança do outro. Parecia coisa de irmão ou coisa maior. Sósias de alma, dizíamos.
Ontem foi o dia do aniversário dela, meu celular apitou me avisando e eu fiz um mini flashback do que vivemos e não vivemos, do que sobrou e do que faltou em nossa fina sintonia.
espelhos de frente um para o outro, causam uma estranheza e uma profundidade para a qual não estamos preparados. O reflexo de nós mesmos é a verdade mais nua e mais crua, não dá pra ficar indiferente a isso.
Nossa sintonia foi acabando à medida que o espelho revelava nossas mazelas.
Minha homenagem a Tereza. Não sei se houve mais alguém nessa vida que zombou de mim com tanta elegância como ela.
Não tive coragem de ligar e dar parabéns, há alguns anos meu celular me avisa que dia 12/12 é seu dia e há alguns anos percorro esse mesmo caminho, para concluir que não precisamos de mulheres que pensem como nós, que ajam como nós e que tenham qualidades e defeitos semelhantes aos nossos.
Isso é ilusão ou ilusionismo.
Precisamos é do oposto que traz complemento e discórdia. Precisamos do desafio da descoberta do outro, da surpresa de se encantar com uma fraqueza nova ou um defeitinho quase insuportável.
Se conseguirmos proporcionalizar esses eventos e equalizar o bom e o mal de cada encontro que a vida nos concede...
Tá pronta a tal cara metade.

9 de dez. de 2010

Tem vezes que o desejo vem atropelando a gente,
nem dá tempo de pensar.
Desejo.
Ninguém pode com esse sujeito.

8 de dez. de 2010

BH para solteiros

Belo Horizonte é sem nenhuma dúvida o meu lugar. É aqui que eu me sinto em casa, apesar de já ter perambulado bastante por esse mundão de meu Deus.
Vivi em Uberlândia a maior parte da minha vida e tenho raízes ali, mas é em BH que eu caminho com aquela alegria rara de quando se está exatamente onde se queria estar.
E para endossar tudo isso, BH é na minha humilde opinião, a maior produtividade por metro quadrado para um solteirão tipo eu.
Nas mesas dos bares, a proporção é lindamente desigual.
No trânsito, nas repartições, nas calçadas... é muita mulher.
Hoje fui dar uma corrida ali pela Pampulha, mas desisti do percurso rápido e resolvi brindar minha visão, caminhando.
As mineiras são arrebatadoras, aquele jeito tímido que se revela frágil quando passam decotes, mini shorts, sorrisos convidativos. Ah, Belo Horizonte...
O meu lugar.

6 de dez. de 2010

Atriz de televisão.

Não sou propriamente um pegador, já perdi muito pênalti feito, ou seja: sou mais um na multidão: nada de muito especial, na verdade.
Por isso mesmo, o dia que eu e aquela mulher linda e famosa rolamos no meio daquele camão, eu achei que não era comigo. Não vou citar nomes, porque gatas famosas não se orgulham de sair com vira-latas.
O bar era o Jobi, fica ali na Ataulfo- Leblon. Região nobre do Rio de Janeiro. Verão de 2002, três dias de férias pela cidade maravilhosa, revendo grandes amigos. Fiquei hospedado em Ipanema, porque trabalhei por lá na semana anterior e consegui umas diárias a mais por conta. Sol escaldante, praia lotada e ela: Musa.
Bebia cerveja como gente grande, ria alto, batia na mesa defendendo o teatro independente e malhando a rede Globo. Eu fiquei fissurado nas sardas, na pele branca e pensei: "O não eu já tenho. Correr atrás do sim é minha especialidade..."  Cheguei na cara dura, doze chopes na idéia, peito estufado, barriga encolhida:
-Li numa entrevista que os homens têm medo de você e não chegam. Verdade?
- Ela sorriu amarelo e meus amigos na mesa ao lado, que duvidaram do meu gesto, gargalharam.
 Ela fez cara de poucos amigos, pegou um cigarro que acendi prontamente e mandou:
-Quer um autógrafo?  - metidinha a estrela, eu pensei. Mas não me fiz de rogado, já que estou no inferno, trato de abraçar o capeta:
-Quero, mas não em público. - Saí meio sem graça mas sorrindo, voltei à minha mesa e começamos uma troca devastadora de olhares, a ponto de eu achar que tinha bebido demais e estava imaginando coisas. Não estava.
-Três horas depois estávamos tirando a areia da praia, no box blindex do meu flat em Ipanema(ser um duro com bom emprego me dá grandes vantagens.)

Conheci uma mulher insegura com o próprio corpo(lindo por sinal), vi uma pessoa assustada com tamanha cobrança, embalei uma menina que disse sentir medo do tempo e da vida.

Voltei pra BH e trocamos uns emails, ela me mandou dois convites para uma estréia em SP e uma foto que tiramos juntos e nus -ela disse que eu podia ganhar uma grana, se estivesse arruinado.
Incrível como algumas pessoas se escondem atrás de uma capa de soberba e altivez, mas são criaturas frágeis.
Talvez fosse mais fácil assumir essas debilidades e brincar com elas, ao invés de disfarça-las.
Minha homenagem a esta mulher bonita e marrenta.
Toda vez que a vejo na telinha, me pergunto se ainda é tão difícil ser ela. E o meu autógrafo, acreditem, eu esqueci de pegar.

Marisa

Marisa trabalhou ao meu lado durante 6 anos. Eu a vi terminar e iniciar relacionamentos, a vi se casar e se divorciar, engravidar duas vezes. Eu sempre tive uma grande admiração por Marisa.
Mulher bonita, inteligente, boa mãe e uma profisional impecável.
Sua briga com a balança era engraçada e seu apetite pela vida, invejável. A primeira vez que rolou entre a gente, estávamos desiludidos, corações machucados e acreditamos que uma boa garrafa de tequila e algumas noites de sexo selvagem, aplacariam nossa dor. Logo depois disso, voltei com a namorada que me fez sofrer e eu e Marisa nos tornamos amantes de entresafra. Se eu estivesse sozinho e coincidisse dela tb estar, rolava. Foi assim por uns 2 anos. Rolaram menos entresafras do que eu gostaria e hoje em dia, Marisa vive lá pelas bandas de Lisboa, casadíssima com um gajo sortudo. Fiquei sabendo que está na terceira gravidez e muito feliz.
Acho que as suas entresafras acabaram, Marisa. Bom pra você e uma pena pra mim, já que as minhas estão cada vez mais frequentes...

3 de dez. de 2010

Anônima

Ela não tem rosto e eu acho bom que não tenha.
Gosto de imaginá-la, prefiro desenhá-la com o contorno dos sonhos que ela traz pra mim.
Em meu desenho, ela é morena e tem cabelos rebeldes, tal qual sua alma. Em minha vasta imaginação, ela é alegre, fala alto, faz amigos com facilidade e seduz com olhos de querer sempre um pouco mais da vida.
Ela tem cheiro de flor, rosto redondo e sorriso infantil.
Minha Anônima (com letra maiúscula mesmo) é uma mulher grande, como são grandes os seus sonhos, sua fome pelo desconhecido, sua sede pelo prazer.
Tem os seios fartos, de quem poderia alimentar o mundo e tem um colo macio, de quem protege e ama.
Talvez eu jamais a veja, provavelmente eu nunca possa tocá-la, mas ainda assim terei sua carne macia entre meus dedos e ouvirei feliz os seus desejos, porque nossa química além de secreta, é real.

É... eu sou mesmo um romântico.

A música do blog

Se esse blog tivesse uma trilha sonora, seria essa:


observanessa, perceberenice, arriscamila, embromárcia, aproximargareth, conversarah, envolverônica, submetereza sentirene, conquistarlete, mescláudia, lambeatriz, abraçabrina, mordenise, amaria, beijanaína ligou o nome à pessoa, perdoa, pessoa... agradesimone, esclareceleste, buscarmen, surtatiana, pensophia vacilaura, enciumonique, engolívia desejanice, agarraquel, roubárbara, ligabriela, esquecelina provocarla, concordana, suplicarolina ligou o nome à pessoa, perdoa, pessoa...

2 de dez. de 2010

Nunca paguei para fazer sexo

Nunca paguei pra fazer sexo. Uma vez, paguei pra não fazer, mas essa é outra história.
Quando eu tinha 14 anos fui a um bordel, junto com uma porrada de moleques, levado pelo pai de um deles. Eu era virgem e o combinado era fazer a festa de inauguração naquela tarde.
Era início dos anos 80, achei meio cafona essa coisa de bordel, eu queria perder a virgindade como nas novelas da Globo, sonhava com a Lídia Brondi me pedindo para beijá-la.
O lugar tinha um cheiro peculiar e uma cor diferente em cada parede. Também era bem diferente dos bordéis da Globo -
é, eu via muita televisão àquela altura da vida...
Bebemos cerveja de graça e uma moça de pouco mais de 20 anos veio conversar comigo. Taí um lugar que eleva sua auto estima, num bordel qualquer homem se sente um Brad Pitt. Todas as mulheres locais dão mole, é quase uma terapia comportamental. Ela foi pousando a mão na minha coxa e eu tive uma ereção,
 mais por reflexo do que por tesão.
Senti uma mistura de piedade e enjôo e saí  2 cervejas e 30 minutos depois de ter entrado no tal lugar.
De alguma forma, que na época era impossível avaliar, eu achei um desrespeito dar dinheiro em troca de penetração, afeto ou coisa parecida. Eu queria mais e acho que a vida entendeu meu desejo.
Me orgulho de nunca ter pago para fazer sexo. Pode ser um orgulho bobo, um moralismo barato, mas ainda considero a cama um lugar sagrado e de vez em quando...
ainda sonho com a Lidia Brondi.

30 de nov. de 2010


Adoro olhar uma mulher dormindo.
Gosto dos braços soltos ao longo do corpo.
Gosto dos cabelos largados, despreocupados e indecentes.
Gosto do sorriso que se revela na respiração profunda.
Gosto até dos sonhos agitados, que espalham pernas e me tiram do meu espaço cativo.
Gosto quando se enrosca como gata ao adormecer
Gosto quando adormece longe e depois se chega.
Gosto de velar sonos, todos eles.
Quando era criança, observava minha vó cochilar numa velha cadeira e esperava seus suspiros se transformarem em roncos.
Eu adorava vê-la dormir.
Gosto daquele último sono, segundos antes dos olhos abrirem.
Acho sexy o sono da fêmea,
especialmente se tivermos nos comido antes e haja alguma chance de nos comermos assim que ela acordar.

29 de nov. de 2010

Mara

A baiana deliciosa que eu conheci no burburinho dos trios elétricos de Salvador.
No meio de paulistas e cariocas ávidas pelo beijo descompromissado, pelo número, pelo record, estava ela. 
Eu fui a trabalho dias antes e acabei ficando para a festa mais animada do mundo. Não se deve morrer sem participar disso, é um banho de energia catalisadora, uma loucura, uma explosão de rostos, sorrisos e alegria propagada. Vale à pena.
Para mim valeu um pouco mais.
Eu precisei de três longas horas para aprender tudo sobre os circuitos carnavalescos daquela cidade. Hotéis lotados, ruas em festa, turistas para todos os lados. Nunca me deslumbrou muito essa coisa self service do carnaval baiano: é como se vc entrasse com uma comanda e saísse com o número de amassos contabilizados. Estranho. Sem conquista, sem trocas de olhares, tudo muito instantâneo, uma espécie de fast food do amor.
Na concentração para saída dos trios, turmas de homens e mulheres com seus hormônios em alta lotam o interior das cordas, que separam a pipoca dos pagantes. Abadás que viram camisetas, tops, bandanas. No meio de uma turminha de morenas animadas com adesivos do camaleão no rosto, eu avistei a iluminada Mara. O abadá original não tirou a graça e as curvas de seu corpo. A mini saia, o tênis, a garrafinha de água, cheia de vodka. Maravilha de mulher, com licença do trocadilho.
50 metros de uma pequena multidão nos separava. Eu sorri, ela sorriu de volta. Eu gesticulei pedindo para ela dar uma voltinha e ela deu. Eu fui me aproximando e ela também. Quando cheguei perto e constatei que seus cabelos eram ainda mais negros e macios... joguei minha comanda fora. Eu só queria aquele beijo e mais nenhuma outra lembrança do carnaval de Salvador.
Ficamos inseparáveis os quatro dias que se seguiram. Aquele sotaque perturbador, aquelas mãos inteligentes e aquela boca carnuda fizeram minha alegoria completa.
Vendemos os abadás dos dois últimos dias e fugimos para a Praia do Forte, onde ficamos até a quinta feira de cinzas. Não teve Orixá que me fizesse trocar minha musa baiana pelo circuito Barra-Ondina.
E quem disse que 25 beijos diferentes por trio pode ser melhor do que todos os beijos de Mara, seus confetes e suas serpentinas exclusivamente pra mim?
Minha homenagem a filha predileta de Iansã. Muito axé pra você, minha preta!

28 de nov. de 2010

Danielle

Assim mesmo, com dois éles.
Ela tinha um certo orgulho besta de ter dois éles no nome, como se isso desse a ela uma certa sofisticação ou a diferenciasse das outras milhares de Danieles do mundo.
Era uma belíssima representante da espécie fêmea e seus dois éles não faziam a menor diferença nisso.
Fomos amantes, amor clandestino e secreto. A moça era comprometida e não queria terminar o longo namoro por causa de um vagabundo como eu. Moça sensata, eu pensava.
A primeira vez que a vi, percorri meus olhos pelo seu corpo algumas dezenas de vezes, na tentativa de memorizá-lo num HD qualquer e poder recorrer àquela imagem quando sentisse solidão. Estávamos numa festa. Ela  acompanhada, bebericava do copo do namorado e jogava os longos cabelos sedutoramente a cada cinco minutos ou a cada risada da rodinha, o que viesse primeiro. Eu também estava acompanhado, mas faço o tipo discreto e nunca permito que a mulher do meu lado se sinta preterida. Desde cedo aprendi que é muito babaca olhar para outras mulheres descaradamente, quando se está acompanhado.
Desrespeito desnecessário.
No dia seguinte, uma surpresa: Danielle tinha notado o meu olhar. Bingo! Eu estava ficando bom nisso. Num espaço de 40 m2, fazer a mulher desejada perceber que vc a deseja sem criar uma guerra com a mulher não desejada ao seu lado... senti um orgulho cafajeste, confesso.
Liguei para o seu celular, com sua permissão. Amigos comuns e discretos: o segredo do sucesso.
No nosso primeiro chope, ela bebeu caipivodka de morango e falou do namorado umas duzentas vezes. O beijo rolou umas semanas depois, junto com todo o resto, Dani era fogosa, uma tarada típica. Foi uma paixão louca, que me tirou o sono, a fome e a sensatez. Eu passei 5 meses ao pé da mesa, aguardando que uma migalha de Dani sobrasse pra mim. Fins de semana inteiros aos pés da mesa, aos pés de Dani. Torcendo pro namorado viajar, arrumar outra ou morrer.
Fui fiel a ela. Não por convicção, mas por falta de interesse mesmo. Dani tirou de mim qualquer vontade por outra mulher. Sua buceta havia me enfeitiçado e era ela quem alimentava o bicho domesticado que me tornei.
Até que eu cansei.
Algumas mulheres não permitem que a gente se canse delas. Dani ficou louca, fez escândalo, chorou. Terminou com o namorado, apelou pra mãe, apareceu pelada no meu quarto.
Não teve jeito.
Essa é minha homenagem a Danielle, com dois éles arrogantes, dois peitos perfeitos, dois olhos verdes e sedutores. Não me lembro de nenhuma outra coisa que tenha feito eu emagrecer em tempo record.
Dieta da Danielle. Eu recomendo!

23 de nov. de 2010

Venha do jeito que dá.

Se você se arrumar toda e vier com seu melhor vestido, vou querer te comer.
Se você chegar de saia de chita e chinelo de dedo, vou te encaixar no meu colo e querer te comer.
Se sua calcinha for de renda vermelha, eu vou adorar e vou querer te comer
Se sua calcinha for bege de algodão, vou arrancá-la do seu corpo e vou querer te comer.
Se seu cabelo estiver cheiroso e com jeito de quem acabou de sair do salão, vou te fazer um elogio e querer te comer, mas se ele estiver preso com um lápis, sem a tal raiz retocada, vou querer te comer também.
Se você estiver malhando, músculos da coxa saltados, bunda dura e marquinha de biquini, vai me dar um tesão louco e vou te comer gostoso.
Se você estiver acima do peso, barriguinha e as famigeradas celulites, sem pegar sol há um ano, eu também vou querer te comer e vou adorar segurar nas alças que vc chama de culote.
Somos visuais, é verdade.
Mas nossa visão inclui enxergar que ter uma fêmea real, faz dela uma mulher que sua, menstrua, tem  baixas hormonais, trabalha, bebe, precisa ingerir carboidratos e açucar, cria filhos e ainda assim quer dar pra gente.

22 de nov. de 2010

Débora

Ela tinha umas covinhas que me deixavam maluco. Cada vez que ela sorria, mesmo discretamente, as covinhas despontavam exibidas, fazendo com que eu parasse tudo para chegar mais perto dela. Quando ria de verdade, felicidade estampada na cara, as covinhas eram mais fundas, moldavam seus olhos, mudavam belamente suas feições. Fui louco por essa mulher e durante seis meses fiz de tudo para seduzí-la: piadas, poesias, celibato, prestatividade e dança do acasalamento.
Água.
Ela parecia absolutamente segura de que não me queria. Nem para pagar o cinema de sábado, nem pra adicionar no msn, nem pra fazer companhia  no elevador.
Tentei a tática do ciúme como última opção, mas como sou péssimo em estratégias, a coisa desandou de vez e ao fim de seis meses improdutivos, eu desisti. Amor platônico é bonito nos livros, mas na vida real é impossível.
Como eu sempre digo, a punheta tem seu valor, assim como a solidão, mas há vezes que a gente precisa de muito mais.
Fui tirando sua imagem do pensamento devagar, diminuindo as doses, como se faz com o madito tabaco.
E ela se foi, deixando um rastro de frustração e nenhuma saudade boa pra lembrar.
Mas, mulheres são imprevisíveis e numa bela manhã de sábado, meu telefone toca: "alô, Rubens? Sou eu, Débora. Estou me mudando, vou reunir um pessoal aqui em casa pra abrir um vinho e falar bobagem, tem algo pra fazer hoje?"
Semanas exercitando a despaixão e no instante que ouço aquela voz, meu cérebro processa a imagem e meu pau entende o recado: "Vou ver se dá, me manda o endereço por sms."
Tentei demonstrar uma profunda preguiça de falar com ela e desliguei rápido pra não dar bandeira. "As covinhas conseguiram novamente", foi o que pensei.
Essa é minha homenagem a Débora.
Sabia jogar com as palavras e com as ancas. Sabia fazer um cara sofrer, a danada. Mas também dominava todas as técnicas de fazer um sujeito feliz.
Não passamos de uma noite, é verdade. Após alguns cosmopolitans, a gata não resisitiu ao meu charme-o álcool é o parceiro mais leal que um coração vagabundo pode ter.
Foi pouco, eu sei. Nem sempre o amor ganha o tamanho que imaginamos.
Guardo a lembrança doce de um sentimento que não desistiu de mim, apesar de eu já tê-lo largado de mão.
E de bônus, tive as covinhas exibidas de Débora, só pra mim, numa sucessão de sorrisos deliciosos e inesquecíveis.

20 de nov. de 2010

O dia que a poesia ganhou da buceta.

Esse é um blog pra meia dúzia de 3 ou 4.
Não sou campeão de merda nenhuma na internet, há milhares de blogs mais interessantes que esse, com patrocínios e a porra toda.
Segundo estatísticas do Google, meus acessos não passam de 15 por dia, em dia cheio. Na quinta à noite, assistindo televisão e mascando meu chiclete anti-nicotina(fumo menos 4 cigarros por dia, há duas semanas), resolvi reproduzir um texto do seriado global: "Afinal, o que querem as mulheres" Produção caprichadíssima, elenco de primeira e takes holliwoodianos.
O cara foi falando na telinha e eu fui digitando, tal qual um taquígrafo, em delegacia de novela. Achei que a poesia tinha a ver com o blog e larguei a mão, dando os devidos créditos, lógico.
Dia seguinte, vim bisbilhotar meus comentários e vem o Google me dizer que o post teve 88 acessos em 6 horas. 24horas depois, o post teve 178 acessos!
Incrível o poder das massas. Eu, um zé ninguém da blogosfera, escrevendo praticamente um diário de bordo... quem diria...
E o post chamado Destino: Bucetas, sempre campeão dos acessos, ficou pra trás dessa vez.

19 de nov. de 2010

A busca

Na minha vida encontrarei milhares de corpos femininos.
Desses milhares, desejarei algumas centenas, mas dessas centenas de mulheres, estarei sempre amando só uma. E por que essa e não outra? O que me fará ter medo de perdê-la? Que parte desse corpo, que gesto dessa mulher, que palavra?
O jeito de levar a mão à cintura? Uma mecha de cabelo que cai sobre a testa? O livro que lê sozinha na praia?
São necessários muitos acasos e uma teia de coincidências, para que eu a encontre. Enquanto isso não acontece, estou condenado a buscá-la. Em estado de suspensão, com o espírito confuso, flutuando como o mar, soprando como o vento. Sem verdades, nem palavra.

(trecho do seriado "Afinal, o querem as mulheres" direção de Luiz Fernando Carvalho, atualmente no ar na Rede Globo.)

17 de nov. de 2010

Não sou.

Não, eu não sou um predador. Não sou um colecionador de bucetas, não sou um conquistador barato. Também não sou Romário, um artilheiro, buscando números pro Guiness. Definitivamente não sou o esteriótipo de alguém que pretenda me rotular. Não sou um leviano que cataloga mulheres, apenas não as ignoro, porque não sou um babaca qualquer que esquece de telefonar no dia seguinte. Não sou uma propaganda ambulante de histórias sexuais. Também não sou o cara perfeito, o Dom Juan ou o príncipe encantado. E não sou o bom conselheiro, o bom samaritano ou o bom qualquer outra coisa. Não sou um conhecedor da alma feminina, porque não sou pretencioso a ponto de achar que sei tudo. Não sou o manda-chuva, não sou o matador, não sou o melhor pai do mundo, o namorado fiel ou o filho bonzinho.
Não sou quase nada e não sou qualquer um.
Não.
Eu não sou ninguém, mas ainda tô em busca de virar alguma coisa que traga calor ou frio ou dor ou alegria.
Não sou nada, mas ainda tô em busca de alguém que queira não ser nada junto comigo.

16 de nov. de 2010

Cyntia

Com ípsilon ou i? Perguntei, fitando seus olhos grandes e negros.
Com ipsilon, depois do C.
Assim foi meu primeiro contato com Cyntia, numa entrevista para contratação de uma engenheira para minha área. O RH pediu que eu fizesse a entrevista final e lá fui eu, meio aborrecido, sem saco para perguntar ou ouvir respostas.
A vaga foi preenchida por outra pessoa e a vida seguiu seu curso. 10 dias depois, eu estava num barzinho concorrido de BH, sábado fim da tarde, muitas cervejas na idéia.
Oi
Oi... você é a ...
Cyntia com ípsilon!
Convidei-a pra sentar, apresentei a galera da mesa e 3 horas depois éramos só nós dois.
Cyntia era uma mulher de atitude. Me seduziu sem cerimônias, sem firulas e sem jogos desnecessários e cansativos.
Era uma mulher bonita. Mulata, lábios carnudos, pele tom de comercial copertone no verão, olhos amendoados e uma bunda formato coração, que eu vou te contar...
Linda a Cyntia. Linda, inteligente e rebolativa.
Incrível como só as fêmeas são capazes de acumular características aparentemente confrontantes.
É isso que as faz tão complexas e e tão completas.
Cyntia era isso aí: um vulcão ambulante, transbordando vida.
A típica mulher complexa e adorável.
Quando ela foi morar em Chicago, a convite de uma multinacional importante, eu fiquei triste pra caralho, mas não tive coragem para pedir que ela ficasse...
Minha homenagem ao Ípsilon dessa mulher com quem aprendi muito.
Ainda escrevo seu nome com i, queridona, mas é só por implicância e saudade.

12 de nov. de 2010

Vânia

Ela chegou num dia de sol, reclamando do calor, dos juros altos, dos homens incompreensivos. Da primeira vez que nos beijamos, ao abrir os olhos ela perguntou se eu tinha comido batata frita.
Eu gostava do seu jeito rabujento, me divertia com seu mal humor matutino e achava um charme a testa que franzia e o pezinho que batia no chão.
Vania, dez anos mais nova que eu na certidão de nascimento e cinquenta anos mais velha no espírito. Muitas vezes brigamos porque minhas piadinhas a constrangiam e meu jeito paciente-com-garçom a deixava irritada.
A gente durou mais que um verão e quando a temperatura começou a baixar, o que seria um alívio pra Vânia, desistimos. Poderia ter sido um belo complemento de almas, mas minha vó já dizia, que crianção feito eu que resolve brincar com fogo... acorda molhado.

8 de nov. de 2010

ATT

AmigosTambémTransam.
Não é algo assim tão esquisito ou difícil de administrar.
Tirar a roupa para alguém deveria significar que há cumplicidade e amor. Acho muito mais normal, dormir com uma amiga do que comer uma desconhecida. Se é pra eu suar e fazer uma mulher gozar e ser feliz, que seja alguém que eu goste e respeite.
Se é pra eu ter ânimo para preparar um belo café da manhã no dia seguinte, que seja para uma mulher que divida outras coisas bacanas comigo, que saiba que eu gosto de futebol e que eu detesto ovo de gema mole.
Não é fácil se apaixonar, viver uma história de amor, namorar alguém que seja realmente interessante.
O dia que sexo deixar de ser um tabú, talvez a gente possa encará-lo como uma forma bonita de demonstrar amizade, sem a sacanagem que cerca o tema. O problema é que seres humanos complicam tudo.
A gente sente ciúme, a gente se sente dono, a gente é egoísta.
As melhores transas da minha vida foram com amigas, estando ou não apaixonado por elas. Afinal, o amor até acaba, mas amizade é pra sempre.

6 de nov. de 2010

Mulheres

Eu cresci entre elas.
Como sempre conto, não tive irmão, primo, nem mesmo um pai por perto. Cresci entre presilhas de cabelo e tepeêmes.
Irmãs, professoras, namoradas, amigas, avó, mãe, filha... A oportunidade de estar perto delas o tempo todo, fez com que eu as desmitificasse, ao mesmo tempo que se tornaram deusas essenciais no meu dia a dia.
Aprendi na base da experiência, que mulheres são bem menos complicadas do que se prega e que basta um olhar menos egoísta para compreendê-las.
Num sábado chuvoso, após uma noite regada a Jack Daniels, olho no olho diante do espelho e um pensamento que resume a minha existência: A variação entre a zen e a estressada, entre a tarada e a assexuada, entre a magricela e a gostosa, entre a melhor amiga e a filha da puta.
É essa sucessão de tipos, caras, bucetas e almas que formaram o sujeito que sou hoje.
Não me peçam pra parar.

5 de nov. de 2010

Marcela

Eu tinha muito tesão nela e todo mundo sabia. Eu até tentava disfarçar, mas era muita perna para os meus olhos, era muito cabelo jogado para o leste e para o oeste, era muita visão 360 graus. A merda, é que ela era namorada do meu melhor amigo, numa época em que melhores amigos eram uma porra que se respeitava.
Eu comecei a evitá-los, mudar de lugares e de trajetos, mas, numa cidade pequena isso é quase impossível.
Em uma dessas fugas, tentando evitar aqueles peitos desafiadores de Marcela, fui interpelado pelo namorado dela, no melhor estilo Que que tá acontecendo com você? Eu, que fui premiado com porções a mais de imaginação, inventei uma história mirabolante, tinha até polícia e ameaça de morte no meio.
Enquanto eu falava com empolgação, Marcela era um cruzar de pernas incessante: esquerda sobre a direita, direita sobre a esquerda. Nem Sharon teria feito melhor.
E no fim daquela noite regada a mentiras e cachaça, depois de ter sido consolado pelo melhor amigo, fui pra casa me sentindo um traste mentiroso.
Como há males que vem pra fuder tudo de uma vez, eis que ela me aparece, meia hora depois de ter sido deixada em frente ao seu portão pelo namorado. Estava linda, sem soutien, batom ainda borrado pelo último beijo que ganhou dele. Ela era uma mulher, portanto, conhecia o seu poder e queria testá-lo. Marcela aos 19 anos, já dava aula de estratégia feminina e era phd em malandragem. Era daquele tipo irresistível, uma coisa entre a imagem do Gato de botas Shrek2 e uma playboy em revisteiro de consultório médico.
Dia seguinte a cabeça tava inchada, queria o chifre dele na minha testa, mas não teve jeito: a amizade tinha ido pro ralo e Marcela ao acordar nem me parecia algo tão perfeito ou irresistível como há algumas horas...
A culpa misturada à ressaca e arrependimento, é pior que soco num estômago vazio. E como merdas sempre acontecem, essa foi mais uma que fiz nessa minha vida vagabunda e sem escrúpulo. Bunda e peitos estavam no meio, mas esse detalhe é só pra constar nos registros de minha defesa cafajeste.

3 de nov. de 2010

pernas fortes

A vida não me deu grandes atributos físicos: tenho 1,77 de altura, olhos castanhos e inchados, sou narigudo e grisalho.
Mas tenho pernas fortes, uma timidez disfarçada e adoro mulher. Se eu fosse um Gianecchini, me acomodaria no alto dos meus
um e noventa e seria um desses metrosexuais aficcionados por espelho. Mas eu tenho que me esforçar, exercitar a lábia, fazer musculação e saber de cor o kamasutra.
Ontem, numa festinha do banco, ouvi algo que foi bálsamo para os ouvidos de um quarentão vaidoso: "Detesto esses caras que se penteiam de cinco em cinco minutos e ficam perguntando qual o melhor creme anti-sinais. Eu quero um cara que me coma no corredor do prédio, porque não aguentou chegar dentro do apartamento."
Esse sou eu: o cara despenteado, de pernas fortes, que adora trepar no elevador, porque a cama muitas vezes, está longe demais.

1 de nov. de 2010

Buceta no poder

Temos uma buceta no poder.
Agora é oficial. Jornais anunciam, o mundo vê.
Buceta no poder, no centro das relações políticas,
na cabeceira da mesa.
É ela finalmente: soberana e com 10 pontos de vantagem sobre o segundo lugar.
Não participei da festa que colocou a buceta no topo, estou longe de casa e apenas justifiquei meu não voto. Como já declarei aqui, nem era minha candidata, mas tenho que reconhecer que abrir o jornal e reconhecer a vitória de uma buceta, me dá um certo prazer sádico.
Boa sorte, buceta petista, que seu coração vermelho use positivamente o poder. Pra mim, mesmo sendo avesso a algumas das suas idéias, será sempre uma honra obedecê-la.
Bucetas sempre comandaram minha vida, então... que venha mais uma!

29 de out. de 2010

27 de out. de 2010

Rose

Roseana, Rosemary, Roselaine... Eu já tive algumas Roses.
Na verdade vivi uma fase Roses. Namoradas sucessivas e paralelas com este apelidinho doce.
Não dá pra generalizar, de fato, mas gostei das Roses e guardo lembranças boas delas, com alguns lapsos de memória decorrentes do álcóol e da idade.
Mas tem uma, entre tantas Roses, que fez esse coração aqui se ocupar de sonhos: Roseana.
Ela era uma mulher com atributos especiais. Riponga sorridente, não tinha uma beleza convencional, mas era linda e muito sexy. Chegou na minha vida feito chuva de verão: de repente e sem aviso prévio. Adorava pedalar, fazer pão e plantar.
"Sou capricorniana, elemento terra", ela dizia.
Eu brincava, retrucando que na mão dela qualquer coisa crescia. Ela tinha um sorriso franco, uma gargalhada contagiante e um otimisto invejável. Eu sinto saudade da época em que saíamos pela estrada e ela mandava eu parar pra recolher mudas de plantinhas que dias depois apareciam viçosas em vasos que ela mesma fazia, no ateliê charmoso que mantinha em Betim.
Rose foi daquelas mulheres que falam pouco mas dizem muito e quando começamos a nos desentender, ela tomou a iniciativa de se afastar. Sábia decisão.
Essa é mais uma homenagem a uma mulher especial, com apelido comum, porém, com alma de artista, cintura de pilão, mãos de jardineira e olhos sinceros.

22 de out. de 2010

Bateu a vontade.

Tem vezes que bate a vontade forte. Daquela que impulsiona tanto que incomoda. Olho pela janela, a temperatura caiu. Tomo um banho, pode ser que eu sossegue esse espírito perturbador. Não adiantou.
Fumo o décimo cigarro do dia. Tô determinado a parar em 18 meses, poderia começar a diminuir hoje, mas não. definitivamente não é um bom dia.
Olho pro telefone, ele olha pra mim de volta, mas permancemos em silêncio.
Tem vezes que bate a vontade forte.
Mas se dá e passa...
Só me resta esperar.

20 de out. de 2010

sol em sampa

Hoje o dia foi bonito em São Paulo. Sou mineiro, estou acostumado a cidades não litorâneas e portanto a fotografia concreta daqui me fascina. Acho bacana a velha arquitetura do teatro municipal em contraponto com os prédios espelhados e seus heliportos da Faria Lima. Acho bacana o céu azul que fez hoje sobre tanta informação. Saí a pé após o almoço, sentei numa cadeira do café Suplicy, sob o sol de 30 graus e acendi um cigarro. Bebi um expresso e uma água com cascas de laranja e comecei a fazer o que de melhor sei fazer: observar.
Loiras e seus cabelos de chapinha, morenas e curvas incríveis, negras e sorrisos deliciosos. Mulheres. Melhor: Gente.
Adoro observar gente e se a tal gente tiver peitos e buceta, melhor.
Lindo dia, São Paulo, lindo dia.

Gi

Quando a conheci, num acidente de moto na Av. Brasil, Rio de Janeiro, eu estava mal. Tinha acabado um namoro longo, a solidão me rondava, a insônia se apoderou de mim. Eu caí com a DT, por puro cansaço de alma. Gi estava no carro que aparentemente provocou o acidente, às duas da manhã, numa sexta bêbada.
Eu sou macaco velho em cima de uma moto, portanto, caí feio, mas nada que umas suturas no Getúlio Vargas, não desse jeito.
Gi ficou nervosa, saiu correndo do carro, me acudiu como uma enfermeira dedicada. Eu abri os olhos e vi aquele anjo, coisa de novela ou de sonho. Fiz um drama, eu tava sangrando pacas, a calça jeans foi pro saco e meu joelho ficou um bagaço.
Não doía tanto assim, sou aquele macho manhoso, que geme pra provocar a generosidade e a condolência feminina.
No hospital, deixou o telefone no caso de eu precisar de algo
e eu liguei:
-Preciso te conhecer.
-Por que? -ela respondeu com sorriso na voz.
-Porque eu ainda não sei, mas quero descobrir.
-De moto não, tá?
Peguei o carro do João e fui buscar a Gi-Gata em Botafogo.
Jantamos, bebemos cerveja e fomos pro mirante do pasmado, porque a lua tava linda.
Gi, era só Gi. Mas também não precisava ser mais nada.
Tinha terminado o noivado na sexta-feira do acidente, estava desligada, ela confessou.
Eu nem toquei no assunto do meu coração partido, era desnecessário.
Nos vimos umas 6 ou 7 vezes mais, a coisa não evoluiu por algum detalhe que sinceramente, nem lembro. Depois voltamos a nos ver e paramos e voltamos de novo. Continuo não lembrando porque paramos definitivamente.
A minha lembrança de Gi-Gata, é muito mais legal:
Ela tinha cabelos macios e gosto de maçã.
Ela era alta e usava calça jeans justíssima. Ela tinha um rebolado que falava RU-BENS no vai-vem dos quadris. Ela tinha uma boca molhada e faminta e para minha sorte: era péssima motorista.
Minha homenagem a Gi está aqui no joelho direito, em forma de lua do Pasmado.
A cicatriz mais legal que esse corpinho calejado já ganhou.

19 de out. de 2010

Segundo turno.

-Você que vive dizendo por aí, que adora mulher... vai de Dilma, né?
- Adoro mulher sim, mas tem que ser minimamente interessante.

17 de out. de 2010

O dedo podre de Rosane Nascimento

Maria Ribeiro interpreta Rosane, ex-mulher do capitão Nascimento na continuação de Tropa.
No primeiro filme, Rosane  era a personificação da amargura e do medo. Não vou estragar a festa de quem ainda não viu o 2 e nem vou comentar sobre o filme ou o desempenho dessa bela espécime fêmea ou de qualquer outro ator. Tem uma porrada de entendidos na blogosfera, gente que se acha capaz de julgar direção, arte e fotografia, blá blá blá cinematográfico. Aqui o assunto é mulher, e não sou eu quem vai fugir do tema.
Esse é um post em homenagem às mulheres-dedo-podre.
Rosane Nascimento é uma mulher bonita e inteligente.
Ela é sofrida. Ter sido casada com um policial, no Rio de Janeiro, deixa marcas.
Se o sujeito for um comandante do BOPE... deixa grandes marcas.
Ela é aquele tipo sem energia, aquele tipo cansada por natureza.
Dá sono conversar com ela. Porém,(e sempre tem um porém...) há um potencial  fêmea-muito louca  em Rosane Nascimento.
Há em seu olhar, um desespero pela vida e isso é instigante e chega a ser quase divertido.
Rosane Nascimento, é o exemplo máximo de mulher que escolhe homem pelo catálago Perigo1.
Rosane não quer um companheiro para sua vida, com passeios em shopping e cineminha no sábado à noite. Ela precisa de emoção variada. Atrás daquela mulher triste, olhar cabisbaixo e maduro, atrás daqueles ombros cansados e daquela voz  embargada, há uma voracidade que clama por noites alucinantes, tiroteios, ameaças, noites insones e morte.
Mulheres de dedo podre... Na minha família há uma ou duas, na vida já conheci uma porrada. Há de se ter certo cuidado pra onde apontam os tais dedinhos.Ainda que tentemos ser baluartes da ética e paz... Se uma dessas deusas da bomba atômica, te escolher... você até vai enxergá-la como mensageira do amor, mas sua vida vai se transformar numa verdadeira guerra.
E quem consegue pedir pra sair??

14 de out. de 2010

Elaine

Ela era comissária de bordo. Eu tinha uma fantasia com as aeromoças. Cliché, porém, deliciosa.
Aqueles uniformes coladinhos dos anos 90, não me deixam mentir. Hoje, parecem soldadas desnutridas.
Piorou muito a escalação ténica no mundo aéreo. Piorou, junto com a qualidade do atendimento geral.
Elaine se orgulhava da profissão, era legal ser comissária de bordo da Varig e ela enchia a boca pra contar do bate-volta que fez de Miami a Nova York.  Aiai, os anos 90...
Nos conhecemos numa escala em Porto Velho, com atraso de 5 horas da aeronave que me levaria a Cuiabá, terra quente e úmida, como as mulheres locais (que merecem post exclusivo). Naquela tarde de dezembro, o inferno provavelmente seria mais agradável que aquele aeroporto. Mas Elaine foi a salvação daquele dia irritante.
Que ancas, meu Deus, que par de pernas... Usava lentes de contato verdes, o que lhe atribuiam um olhar avassalador.
Chamei para um café e lhe falei da minha fantasia de tarado de avião. Ela sorriu safadamente e disse que torcia para um atraso ainda maior do vôo, o que nos garantiria hospedagem. Pela primeira vez, desejei ficar mais tempo num aeroporto lotado. Sonhava em ter uma noite feliz com serviço de bordo grátis.
E assim foi.
Essa é minha homenagem aquela rainha dos céus de olhos fakes e peitos reais.
Saudade de vc bate forte, Elaine, quando me deparo com barrinhas de ceral no lugar de "frango ou peixe"...

9 de out. de 2010

Alessandra

Eu tinha medo dela. Seu jeito seguro e objetivo me assustava.
Era aquele medo bom, aquele frio na barriga que me fazia sonhar com ela e não ter coragem de contar no dia seguinte.
Alê, como a chamei várias vezes depois, era minha nova chefe.
Eu delirava naquelas pernas. Imaginava sua buceta, sua bunda seus peitos, enquanto ela mostrava os resultados do mês.
Eu queria sofrer assédio sexual,poder ter aquela mulher nas mãos, ter algum poder sobre ela. Mas era um simples refém de sua visão poderosa, sua meia calça, seus terninhos. Eu não via Alê todos os dias, para minha sorte. Era uma tortura mensal. Saía de BH para SP, para participar da reunião mensal e estava sempre ansioso, nervoso e de pau duro, quando ela iniciava, soberana.
Aí um dia, um happy hour(melhor invenção paulistana ever), ela pisou no meu pé com salto agulha. Um paradoxo total. Eu sofria. Era a personificação da realidade, a tal pisada. No happy hour do dia seguinte ela mandou: -Hoje vim com salto mais baixo, se eu pisar no seu pé, nem vai doer tanto.
Bastou. Eu precisava de um deixa e Alessandra sabia disso.
A mulher sempre sabe quando queremos a frase certa, elas nos conquistam e posam de seduzidas. Adoro o jogo do amor.
Alê e eu vivemos um caso de amor dos mais loucos. Corredores tremiam, mesas e salas de reunião testemunharam cenas tórridas de paixão. Minhas mãos, muitas vezes, traziam seu cheiro e eu viajava durante as reuniões e suas impecáveis apresentações de resultado. Alê foi ficando mais leve, eu fui perdeno o medo, ela já não me parecia tão poderosa nem tão objetiva assim.
E foi aí que acabou.

7 de out. de 2010

Giovana

Era bem humorada, gente boa e ótima cozinheira.
Vivia rodeada de caras bonitos e garotas top. Era pop, a Gigi.
O beijo vinha sempre acompanhado de uma coisa frenética, tipo beliscão na bunda ou colada de sexos.
Ela nunca dizia não pra nada. Nem na cama, nem fora dela.
Era sucesso absoluto tê-la. Ostentava-a como um troféu, algo que muita gente queria, mas estava ali, do meu lado, na carona da DT180 fudida. Eu me divertia...
Aí um dia ela quebrou meu coração. Tava rolando um affair com outro carinha lá da faculdade. a gente tava no último ano, ela era da comissão de formatura e o sujeito tb. Não deu outra:
Rubão levou o chifre esperado por muitos, da garota gente boa, bonita e gostosa.
Ela foi.
Eu fiquei.
Minha homenagem a Giovana, não foi tão sincera como eu gostaria, mas me proporcionou grandes momentos, sexo incrível e beijos inesquecíveis.
E quem disse que esse é um blog de um cara metido e comedor que nunca conta derrota??

5 de out. de 2010

malandro é malandro e mané é mané

Todo mundo tem um grande amor do passado.
Mané é o cara que deixa ele ficar lá.
Malandro é o sujeito que tenta trazê-lo pro presente, cada vez que o peito aperta.
*-*

Lia

Eu tenho ímã pra mulher-problema. Talvez porque todas as mulheres sejam problemáticas. Talvez porque eu seja problemático. O fato é que elas brotam. Elas se multiplicam na minha vida. Coisa simples não tem vez ou não tem graça.
Tenho uma velha amiga, da tribo Att*, que sempre me adverte que sem problemáticas, "deérres", "tepeêmes" e toda a sorte de loucuras femininas, eu não teria metade das boas histórias que tenho... Eu até costumo concordar, mas no meio do furacão, fica muito difícil ter consciência disso.
Lia era mulher-problema. Diagnosticada e tratada, ela parecia uma mulher-desafio. Mas era apenas um disfarce químico.
- qq dia, faço um post: mulher-problema x mulher-desafio -
Lia era a incoerência em pessoa, não bastava ser mulher, tinha que ter a carga emocional descompensada, traumas de infância aos montes e claro, ser linda-de-doer. Sorriso contido, dentes branquíssimos, um nariz com personalidade e altivez. Lia usava os cabelos ao natural, levemente cacheados, olhos pequenos e brilhantes. Era linda a danada. Linda e problemática.
A mãe não a amava, o pai a desprezava, no trabalho não a reconheciam. Os homens só se aproximamavam para comê-la.
Os amigos sá apareciam em hora de festa. Lia era cansativa. Tornava qualquer dor de cabeça uma enxaqueca e tinha etiquetas de "vítima" para toda e qualquer ocasião.
Me lembro de ter levado uma lingerie pra ela em nosso aniversário de um ano. Ela adorou. Ela ria das minhas piadas o que pra mim era um alento. Ela gozava lindamente o que pra mim era um tesão. Eu amei aquela mulher, como quem ama um passarinho de asa quebrada, que precisa ser tratado. Eu amei Lia, mas queria que ela ficasse boa logo, para poder enxotá-la daquele ninho
e vê-la alçar vôos-solo.
Volta e meia lembro das lindas asas quebradas daquela mulher-problema que nunca quis aprender a voar sozinha. E olha que ela seria um pássaro bonito, desses que detestam gaiola. Pena que eu não pude ficar para vê-la descobrir isso. Pena...

*Att- amigos tb transam

4 de out. de 2010

Eleições 2010

Eu elegi mulheres que não valiam à pena.
E fui eleito por quem nem merecia ter.
mandei pro segundo turno, algumas que mereciam ter vencido de primeira e acabei dando a vitória a quem nem a merecia...
Eu já anulei meu voto muitas e muitas vezes e perdi a oportunidade de viver sob uma gestão de afeto sincero. Eu já votei errado e tive que aturar uma garota mala que abusou da corrupção do meu coração.
Eu já fiz a festa da democracia com quem achou meu champanhe barato e meu wiskie de quinta.
Já abri mão de ser o candidato certo da eleitora mais consciente e me fudi.
A verdade é que até hoje não aprendi a exercer a porra da cidadania de macho e sigo catanto  aquela que vai governar a vida desse bêbado, vagabundo e maníaco sexual.
Queria você, Sua linda.
...

1 de out. de 2010

Rubão utilidade pública

Hoje recebi um email interessante. Era um leitor do blog. Não comenta, mas vem aqui todo dia. As pessoas têm um certo receio de comentar em blogs, não gostam de se expor, ficam na encolha. Gosto de saber que tenho fiéis leitores na encolha.
Mas, voltando ao email, achei bacana e transcrevo pra vocês, sem querer fazer a linha auto ajuda:
"Rubens,
Leio seu blog há alguns meses, é meio viciante porque é engraçado e parece real.
Não sei se vc comeu essas mulheres todas, mas de qualquer forma, sendo verdade ou mentira, a leitura diária aqui me ajudou num dilema com a mulher que eu amo. Há um ano vivemos um conflito, um casa-e-separa, porque pisei na bola com ela, depois disso, as coisas nunca mais foram as mesmas.
Coisa de homem, nada de muito importante, mas quando a coisa é descoberta, vira o maior crime do século. Foda.
A verdade é que comecei a enxergar o universo feminino de forma diferente, depois que passei a acompanhar seus posts. Mulher tem sempre razão, esse é meu lema agora. E não é que tá funcionando? Não só pra ela, mas tá funcionando pra mim. Pra nós dois.
Quando ela me esculacha, eu respiro fundo e penso: Não daria pra viver sem essa mulher e eu tenho que consertar a merda e não espalhá-la ainda mais...  Por conta da minha atitude zen, ela tem me esculachado menos, tem pedido desculpas e as brigas acabaram. ou deram uma bela trégua. Somos almas gêmeas, mas o amor não é um conto de fadas, então, se não houver algum fairplay, fica impossível.
Obrigada pela ajuda que vc nem tinha idéia que estava dando.
e boa sorte com as próximas mulheres da sua vida.
Abraços."

É... Rubão ajudando casais e afins. E minha mãe nem tá aqui perto pra ter orgulho disso...
Amigo, nem comi todas essas mulheres, nunca disse que tinha comido todas... mas ó! Comeria, viu? Cada uma delas e sem acompanhamento.
Felicidades, cara. O amor não compensa, mas engana que é uma beleza!

28 de set. de 2010

Gabi

Gabi era uma loirinha charmosa. Ela recebeu o nome da avó e adorava contar a história da velhinha que se casou 4 vezes, fumava em público e fez escola de pilotos de avião, em pleno início dos anos 40.
Gabi também queria ser uma mulher transgressora, fazer alguma coisa que ninguém tinha feito. Ela queria honrar o lindo nome que tinha e que batizou uma mulher que ela admirava.
Mas o medo era seu grande adversário. Gabriela era medrosa, mal andava de elevador. Se eu chegasse a 100km/h no meu golzinho 92(em 1999) ela se agarrava ao puta-que-pariu e fechava os lindos olhos azuis, que aliás, piscavam descontroladamente quando Gabi estava nervosa.
Ela adoraria saltar de paraquedas(sem hífen), subir o Himalaia, ou mesmo se aventurar numa montanha russa, mas mal se equilibrava numa bicicleta e quando saíamos pra pedalar, ela desistia meia hora depois, com a desculpa de estar tonta, fraca ou cansada.
A expectativa do outro, em relação ao que podemos ser, é terrível. Mas a expectativa de nós mesmos em cima do que tentamos ser, é muito pior. Às vezes vendemos pro outro, a imagem daquele que admiramos, gostamos e desejamos ser. Na verdade, é um engano duplo. Frustração garantida.
Gabi era um anjo de menina. Gente boa, estudiosa e muito bonita. Mas ela queria ser a mulher coragem do seu álbum de família e por isso, nunca conseguiu ser plenamente, nnguém.
Cada mulher que passa na minha vida, deixa alguma coisa e leva outras. Há momentos inesquecíveis com a maioria delas e Gabi está nessa galeria, como a garota que tinha medo de altura, mas se jogava na vida de uma forma pura, acreditando inclusive, que podia se tornar alguém tão diferente dela.
Essa e minha singela homenagem a uma mulher a quem desejo o encontro da felicidade genuína com momentos de medos, conquistas, derrotas e belas histórias pra contar.

24 de set. de 2010

Puta que o pariu, a vida é boa!

Pensa num cara feliz.

Agora pensa de novo.
Eu.
Agora.

Vou ali viver e nem se volto, porque pra mim São Paulo acaba de se tornar a melhor cidade do mundo
e com sotaque carioca.



Coisa mais linda.
sssshhhhh.

23 de set. de 2010

Mônica

Ela era uma patricinha. Burguesinha mineira. Só namorava os mauricinhos de Belvedere. Eu não tinha carro e mal tinha dinheiro para uma pizza. Trabalhava de dia e estudava à noite, ajudava em casa e era péssimo aluno. Nos conhecemos numa festa chique, na qual fui de penetra pseudo-rico: terno e gravata (alugados), perfume francês-do provador da importadora onde eu trabalhava e claro, buzão como transporte.
Depois de meia hora naquele rega-bofe, com a minha rapaziada perita em penetrar festas de gente da alta, tive aquela visão maravilhosa: Mônica, na pista de dança, soberana.
Ela tinha 21 anos, morena, cabelos tratados em algum coiffeur(esse nome é engraçado), unhas impecáveis, pernas lindas, maquiagem leve, do jeito que tem que ser. Ela era uma deusa e eu que sempre desprezei o tipo grife, estava deslumbrado com o jeito que ela sorria, bebia sua taça de champanhe(ou algo muito parecido) e se tornava a dona da festa. Eu tinha 19 anos e fiquei louco para penetrar nessa festa chamada Mônica. Sempre fui o cara abusado bom de papo, apesar de uma timidez típica de quem sabe que é um zé ninguém. Tomei uns gorós e fui à luta.
Ficamos juntos por quase um ano. Mônica me buscava em casa de carro, adorava almoçar a dobradinha da minha mãe e me levava pro sítio da família dela, nos fins de semana. Ela era menos patricinha do que eu imaginei e me amou de verdade. Além de linda, Mônica tinha grandes talentos no quesito cama. Ela gostava da coisa. Se entregava, seduzia como ninguém e era uma namorada ciumenta e possessiva. Numa crise de ciúmes uma vez, ela deu uns puxões de cabelo na minha prima. Nem de longe lembrava a riquinha de cabelos moldados a produto francês... Barraqueira e deliciosa, a Moniquinha.
Há alguns anos nos reencontramos e é incrível como o tempo foi generoso com ela. Reconheci-a a princípio, por um sinal que tem em uma das mãos. Nos reconhecemos logo depois, pelo olhar vibrante que sempre nos uniu. Linda como nunca, ou como sempre. A verdade é que adorei revê-la e decobrir tantas lembranças bacanas que ficaram.
Essa é minha homenagem àquela garota rica de BH, que curtia o podrão da barraquinha do Saulo do mesmo jeito que chegava rainha ao Vecchio Sogno, restaurante mais caro das Minas Gerais.

22 de set. de 2010

conselheiro amoroso

Como conselheiro amoroso, sempre consegui bons momentos com mulheres incríveis, sofridas, doidas de amor por outro.
É uma situação de arroz total (aquele q só acompanha), mas nunca me incomodou, porque quando se tem fome, um arroz quentinho faz a gente lamber os beiços.
O problema é servir de conselheiro amoroso, ombro amigo ou arroz quentinho, a um grande amor do passado. Como a vida me fode por todos os ângulos, no que diz respeito a amor e suas loucuras, me encontro na tal sinuca de bico: ouvir de uma mulher que amei muito, que seu coração sofre por um babaca qualquer. Engolir orgulho e depois cagá-lo numa privada fétida é minha especialidade, desde que descobri que não vivo sem elas.
Por causa desse dom patético, banquei o o bom amigo e sufoquei o ciúme, o amor próprio e o tesão latejante dentro da calça jeans, enquanto ela abria seu coração ao falar do cara que que ela ama, mas que não tá nem aí pro coração destruído da gata. Um amador, que faz o estilo macho alfa, mas acaba tocando punheta no banheiro do apartamento vazio.
Eu aqui, comendo pelas beiradas, admirado com aqueles olhos marejados, mais bonitos ainda do que há vinte anos, quando era por mim que ela chorava.
Ainda não sei o fim da história, mas como adoro uma mulher triste, tô aqui do lado do telefone, esperando que meus conselhos vespertinos de hoje tenham tido efeito e que daqui a uns dois posts eu tenha alguma boa novidade pra contar, sobre minha promissora carreira de conselheiro amoroso de ex namoradas gostosas, que ainda fazem esse coração vagabundo acelerar.

21 de set. de 2010

Márcia

Eu sou chegado a uma mulher louca. Todas as certinhas, comportadinhas e centradas, me desinteressaram em pouquíssimo tempo. Mulher pra mim, tem que ser maluca, gostar de beber e acima de tudo, curtir a grande aventura que é a vida, seja num hotel de luxo ou numa barraca na areia. Tem muita louca no mundo, mas normalmente elas são segmentadas e é isso que quebra a corrente. Dificilmente a mulher da sua vida terá todas as qualidades que vc imagina e na maioria das vezes o que falta nela, é o que traz a impossibilidade.
Márcia era a louca que eu pedi a Deus: adorava fumar charuto, frequentava botecos e sabia se comportar divinamente numa roda chique. Mas tínhamos uma diferença pontual e a nossa impossibilidade nasceu e ficou por aí: ela gostava de transas malucas e inusitadas  públicas  e socializadas.
Um dia cheguei em casa, depois de uma viagem de 8 dias a trabalho, e ela estava na cama com uma loira maravilhosa: "presentinho pra vc, amooor!"
Eu fiquei tão surpreso e tão nervoso que meu pau não subiu de jeito nenhum. Ela se esbaldou com a Pat (a loira) na minha cama, enquanto eu bancava o voyer broxa. Péssimo! Ela dizia com orgulho que era mulher desapegada e liberada. Eu tentava acompanhá-la.
Outra vez, estávamos num churrasco em  Uberlândia, ela bebeu umas a mais e fez um stiptease pra rapaziada. Me puxou num canto no meio da performance e mandou eu escolher a posição que treparíamos. Ali, na frente de todos. Eu já sou péssimo voyer, imagine-me como exibicionista... um fiasco total, pau foragido, de férias na Finlândia, menor que um caroço de azeitona dentro das cuecas...
Tentamos por quase um ano, porque eu a amava e queria muito transformá-la na mulher meu número.
Às vezes ela ficava mais caseira, mais nós dois e era maravilhoso; mas não era a natureza dela e eu a estava aprisionando.
Minha homenagem à Marcia. Generosa, inteligente e bonita.
Eu resolvi deixá-la porque descobri, que tenho que reencarnar umas dezenove vezes pra chegar aos pés de alguém que já nasceu pronta pra ser feliz e que se foda o mundo.

15 de set. de 2010

somos babacas

É dura a realidade de ser homem e ter que ser o fodão,
o fortão, o cara.
Criados para sermos comedores, provedores e babacas.
Às vezes a gente sofre, sabe? Não é pra ser piegas num blog que exalta as mulheres.
Até porque eu realmente amo a alma feminina, nasci pra isso.
Os pedacinhos complicados desse projeto perfeito me enlouquecem.
Mas quem disse que elas não podem ser cruéis? Quem falou que elas são sempre as vítimas da história toda? Há mulheres com testosterona suficiente para nos usar. Para fazer de nós o gato e o sapato delas. Há mulheres manipuladoras, mentirosas e falsas. Mas como são adoravelmente falsas, mentirosas e manipuladoras, eu não aprendo nunca.
Eu não aprendo nunca.

14 de set. de 2010

Vic

Eu passei uma temporada na Indonésia. Não tinha grana para chegar no Uruguai, mas juntei a coragem que herdei das mulheres da família, pedi demissão e fui primeiro para Los Angeles. Era pra ser uma viagem de três meses e acabou virando dez. Um belo dia conheci uma turma e depois outra e passei os últimos 20 dias da viagem em Java. E foi em Java, que conheci Vic. Ela era uma loira sensacional. Não era nativa, nasceu na Austrália e morava há 5 anos na Ilha. Era um frison aquela mulher. Mexia os olhos, como um pára-brisas desgovernado quando me encarava. Delícia de olhos azuis turquesa.
Vick foi uma aventura com cara de surf, esporte com o qual nunca me entendi, para minha frustração.
Ela fazia drinks coloridos, falava cinco línguas e praticava pompoarismo.(coisa comum na Indonésia)
Vic foi com certeza, minha melhor história longe de terras tupiniquins. Ela era divertida, tinha uma cintura que só faltava falar e um apetite voraz por comida e sexo.
E como diria um camarada meu, em andanças lá pelas bandas do gelado Canadá, o bom de se viajar pelo mundo é que a gente internacioanaliza a piroca. E convenhamos: piroca intercionalizada tem lá o seu valor. ;-)

12 de set. de 2010

Maria

Maria foi a primeira mulher que me fez ficar horas e horas esperando sua chegada.
Ela era perfeita: sorriso largo, dentes brancos, colo aconchegante.
Tinha uma voz mansa e mesmo quando brigava, dava aquela sensação de que seria passageiro e bobo.
Maria trabalhou na casa de minha mãe durante 12 anos. Cuidou de minhas irmãs mais novas porque segundo ela, eu era o homem da casa e não precisaria tanto de sua atenção. Ela era doce, mas tinha nos olhos a marca de uma guerreira. Perdeu dois filhos quando ainda eram bebês. O marido tinha ido se aventurar na Serra Pelada e ela não tinha notícias dele há um ano. Eu olhava aquela mulher lavando vidros, cuidando do quintal e arrumando as roupas de minhas irmãs e sentia uma profunda admiração por aquela força. Era uma energia de fêmea que não esconde derrotas e está ali, esperando que o dia seguinte seja melhor.
Eu esperava seu feijão com arroz e farinha como quem espera o gozo da mulher desejada.
Maria... A minha homenagem a esta mulher inspiradora.
Talvez tenha sido, meu primeiro grande objeto de desejo, meu laboratório para ter certeza de que são vocês, criaturas incríveis, que madam nessa porra desse mundo.
Sinto saudades Maria... eu nunca aprendi a fazer um feijão com aquela cor, cheiro e gosto.

9 de set. de 2010

o joelho que não saiu da minha cabeça

Quando se tem 18 anos, qualquer imagem, som, beijo, abraço ou aperto de mão levanta o amigo pau.
Não tem que ser bonita, magra, inteligente ou qualquer outra coisa. O vento mais forte levanta o pau. o ziper da calça esbarrando na cueca levanta o pau. O joelho da gata do consultorio do dr. Moacir, levanta o pau.
Era só um joelho. Bem feito, convenhamos. Mas era um joelho. Sem grandes coxas depois, sem buceta saborosa depois. Apenas o soberano joelho. Era forte o tal joelho. Era bronzeado, torneado, bonito o danado. A saia o escondia, mas quando ela sentava o joelho se mostrava feliz pra mim e pro meu pau, que latejava com a possibilidade de encostar nele. Minha boca sonhava em mordê-lo, beijá-lo e lambê-lo. Mas era meu pau que reagia feliz ao lembrar daquela coisa roliça e linda.
Ah, doutor Moacir sortudo do caralho... tinha a visão plena de dois joelhos, quase diariamente. Deve ter escolhido aquele uniforme por isso, só pelo prazer de ver o joelho da recepcionista gata. Qual era mesmo o nome dela?  Bem, era a dona do joelho e isso basta.
O joelho que não saiu da minha cabeça.
A quem prestei grandes homenagens.
É até hoje sou vidrado num joelho. Acredito que há algo tremendamente sexy nessa parte das pernas.
E que venham novos joelhos, porque eu estou disposto a saudá-los com toda a honraria que os joelhos bonitos merecem.

O maior toco do mundo

Ao ler esse blog, neguinho pode pensar que minha vida é colecionar mulher.  Não.
Na verdade, gostaria de ter sido mais amado, de ter amado mais e ter menos quantidade e mais qualidade na biografia.
Mulher é realmente um troço que eu adoro. Nasci para serví-las e a vida me mostrou que sou feliz desse jeito. mas não tenho um currículo lotado de goleadas. Tenho derrota pra caralho nessa minha vida de boi bandido. Esse que vos escreve já sofreu um bocado por não ter tido a mulher que desejou.
E a rejeição é a arma letal para esse coração vagabundo aqui.
O maior toco do mundo aconteceu numa festa agropecuária em Uberlândia. Mulheres de botas e chapéus, jeans apertadíssimos e batons muito vermelhos.
Eu sempre dou foco às minhas conquistas. Não saio atirando para todos os lados. Apesar de nobre, essa minha atitude é suicida, porque se meu objeto de desejo disser não, provavelmente acabarei a noite chupando o dedo ou mamando um Jack Daniels. Sozinho.
Durante a semana toda, cerquei aquela morena de ancas largas do segundo andar. Eu queria seu batom vermelho marcando meu corpo junto com o salto 8 de sua bota. A feira agropecuária era sexta e eu contava os dias. A danada parecia corresponder. Sorrisos e cruzadas de pernas e viradas de cabeça. Tava no papo. Marcamos às 9 da noite,  na barraca x. Esperei por uma hora. Ela chegou com batom vermelho e sem botas salto 8. Olhou nos meus olhos e disse que amava outro e que esse outro que nunca tinha olhado na cara dela, estava olhando naquela noite. E que talvez fosse a noite-chance para ela ficar com o outro, por isso minha chance era reduzida a pó, à medida que ela contava aquela história de amor platônico.
Eu fui ficando pequeno dentro das roupas, como se estivesse diminuindo. Me senti tão exausto depois do maior toco do mundo que fui pra casa e me questionei se elas são mesmo, seres tão superiores e fantásticos. Questionei se valia a pena, ser um devoto do mulheril, se compensava bater punhetas diarias pra elas...
O maior toco do mundo me trauamtizou por umas 10 horas ininterruptas.
aiai.
Depois passou.

6 de set. de 2010

ela

Me disse de um jeito de carregar pra casa e cuidar a vida toda:
-Preciso ser amada.
Respondi de um jeito paternal, enquanto meu pau já sonhava com a trepada do século:
- Te amo faz tempo.
-Preciso que gostem de mim, do meu corpo, do meu beijo e das minhas recomendações de mulher mandona.
-Adoro seu beijo e pode mandar em mim.
Ela sorriu e suspirou feliz.

3 de set. de 2010

mulherices

Por mulherice, entende-se o conjunto de atitudes e comportamentos pertencentes ao universo feminino.
Em muitas ocasiões, nós, pobres diabos agraciados com pênis e pêlos na cara, não alcançamos a essência e o propósito de certas mulherices. Mas provavelmente, nos falta massa cinzenta para compreender tanta contradição, loucura e profundidade.
Seguem alguns exemplos de típicas mulherices encontradas em fêmeas das mais diversas origens, cores, raças e religiões:
- a mulher quer ser independente, autônoma, bem sucedida financeiramente. Mas experimente dividir a conta no primeiro encontro e nunca mais você chegará perto dela de novo.
- ela reclama do seu ciúme, da sua marcação cerrada, do seu jeito reclamão. Mas se vc passa um dia sem ligar, ela manda uma mensagem pelo celular: "Já me esqueceu? "
- Se vc é um tarado sexual, do tipo que quer transar todos os dias, ela vai reclamar que está acabada e que você é um insensível. Mas se resolve esperar o tesão dela bater sozinho, ela vai dizer que vc tem outra.
- Ela passa a vida toda culpando a TPM pela gula, pelo choro, e pelas multas que recebe.Se um dia ela te der uma resposta atravessada e vc perguntar se ela está na TPM, é capaz de voar um laptop ou um vaso de plantas,  na sua cabeça.

Aiaiai... mulherices.
Ainda que seja impossível compreendê-las,
para mim, vale a tentativa improdutiva, sempre.
Afinal, eu lá consigo viver sem elas??

Fernanda

Me lembro dos pequenos detalhes do corpo de Fernanda. Ela era uma graça. Sem dúvida, em termos de beleza, Fernanda fica entre as "top ten". Tinha um andar fatal e o modo como mexia os ombros quando gargalhava era delicioso. O que pegou entre mim e Fernanda foi a tal religião. A menina era dedicada à Igreja. Tinha sido criada numa dessas Vida Nova, Nova Vida... sei lá eu.
Ela era assídua do culto das quartas e dos domingos.
Fazia orações antes de almoçarmos, jantarmos e antes de dormir. Quando ela chegava do culto notruno de domingo, eu estava com bafo de cachaça e aí ela se recusava a me beijar. Claro que fez um jogo duro danado pra me dar, e eu que sou o cara mais paciente do mundo, fui aceitando a sua resistência, entrando no jogo do "papai do céu" não gosta e fui ficando caído por ela.
Eu batia umas 3 punhetas por dia pensando nela. Fernanda era crente, mas tinha a sacanagem no olhar. Eu apostaria com qualquer um da santíssima trindade, que Fernanda gostava era de uma putaria.
Um dia, fui buscá-la na porta da igreja para comermos uma pizza. Ela usava um vestido preto, abaixo dos joelhos. Na volta pra casa, rolou uma sessão amasso no banco de trás do carro e na hora de ir, ela tirou a calcinha e me entregou, susurrando no meu ouvido: "hoje vai ter calcinha molhada, na hora da sua homenagem"
Ela queria me enlouquecer, e estava conseguindo.
Para minha frustração, transamos pouquíssimas vezes, quando a coisa estava começando a ficar no jeito, ela se foi. Terminou comigo antes de partir para um retiro espiritual em Israel. Olhou no meu olho e disse que era hora de parar.
Perguntei porque ela estava me deixando e a resposta foi tão inútil quanto à pergunta: "nosso namoro não é de Deus." Ela disse com os olhos cheios d'água.
Na despedida, me deu uma abraço com as pernas, se encaixando perfeitamente, abaixo da minha cintura. Naquela hora , tive certeza que era o diabo quem a perturbava tanto.
Essa é minha homenagem à Fernanda, mulher linda, bunda redonda, coração doce e peitos incríveis.
Que o Senhor esteja com vc.
Sorte dele, então.

1 de set. de 2010

Isabel

Eu queria uma mulher pra vida inteira.
Em determinado momento da vida, cansado de perambular por aí, conheci Isabel. Não foi uma paixão avassaladora, mas foi bom.
Ela queria ter filhos, um cachorro e uma casinha no interior quando fizesse 50 anos.
Eu estava desiludido. Amores que perdi por incompetência e outros que nem consegui alcançar por descaso mesmo.
Então chegou a Isabel e fui racionalizando a possibilidade de esquentar pés no inverno, ter um bebê em casa, comprar um labrador e me desapegar da loucura e da poluição da capital.
Se grandes paixões davam mais dor de cabeça que felicidade, então, algo que fosse construído com solidez e tempo, poderia ser uma relação durável, estável que não tem cheiro, não tem cor e não solta as tiras... fail.
Não dá pra planejar dessa forma. As mulheres, sábias e absolutas no assunto,  descobriram isso bem antes que nós.
Amor não é promoção de supermercado e não está à venda em qualquer lugar.
Um belo dia, com planos feitos e aliança no dedo, Isabel me disse que tinha algo esquisito. Eu como bom representante da minha espécie, permaneci calado. Elas sempre tem coragem de antecipar o assunto delicado de três letras que chamam de fim.
Lá pela décima vez de algo esquisito, concordei.
Ali ficamos, pelados, olhos colados no teto e nenhuma outra palavra foi dita até que Isabel se levantou, vestiu a roupa, fez um rabo de cavalo e rompeu com o silêncio: "Passo à noite para pegar minhas coisas."  Ela tirou a aliança no elevador e deixou na portaria - aí já foi "mulherice", pra ferir o covardão aqui.
Conversamos 5 dias depois, demos um abraço longo e ela foi pra Londres, alguns meses depois, estudar história da arte e ser feliz.
Essa é minha homenagem a Bel. Uma mulher sábia, decidida e bonita de doer. Mais um projeto bacana da natureza, do qual eu tive a sorte de chegar bem perto.
Soube que comprou uma pitbull e planeja gêmeos para o próximo natal.
Quanto a mim, nem sei se é desejo verdadeiro essa coisa de uma mulher pra vida inteira... ela cansaria de mim depois dos primeiros 100 dias de sexo e bitucas de cigarro no carpete...

31 de ago. de 2010

a porra da internet contra a naturalidade do amor real.

Ela disse que não gostava de 69. Perdia a concentração e nunca gozava. Acabava fingindo para a tortura acabar logo.
E me disse que adorava sexo matinal, antes de escovar os dentes. Comentou uma vez que não resistia a um vinho tinto argentino, detestava acampar e só usava Angel feminino. Nos conhecemos através de uma agência de turismo. Eu fechei um pacote e viajaria junto com um grupo de desconhecidos. A empresa criou uma página com o perfil de cada um. Funcionava como um facebook e tinha até chat. Bastava criar um login e senha e bingo!
Lá estava vc no meio de mais uma rede social.
A idéia era bacana e moderna e me empolguei com a imagem da loira sorridente(sem nomes dessa vez) que apareceu entre as fotos dos meus futuros parceiros de viagem. Começamos uma conversa despretenciosa. Ela era uma mulher livre, inteligente e muito bonita. A merda é que uma fêmea virtual é uma modalidade nova de mulher. Mais complicada e arriscada.
Ficamos nessa por uns 30 dias. A coisa é tão viciante, que a gente fica fissurado, esperando ansiosamente, a bolinha ficar verde e a tal musa aparecer pra nos vender a idéia que ela, a mulher ideal, está bem ali, do outro lado da tela, dentro do alcance do sortudo que a encontrou. Nosso papo fluía fácil, algumas divergências eram devidamente ignoradas para manter a tal idealização.
A loira me falou de sua infância, de seu ex-marido, da sua mãe judia e me deu tantas informações sobre preferências e não preferências que quando fomos pra cama, no quinto dia de viagem, eu fui direto na cartilha que ela havia montado pra mim: Não ao 69(que eu acho delícia), sim ao sexo matinal com bafo de cerveja de ontem (o bafo de cerveja é dos piores do planeta),
sim ao vinho tinto argentino(nenhum sacrifício aqui) e por aí vai...
A coisa foi mecanicamente calculada e obviamente, não rolou.
Não quero ser radical e retrógrado. Ficar aqui bancando o tiozão que vai maldizer a tecnologia, mas...
Uma salva de palmas ao toque! Um brinde ao olhar que diz e à mão que conduz! Todos os Vivas! ao conhecimento que se constrói com chopes numa sexta à noite e depois com telefonema gentil no sábado antes do meio dia. E sejam dados Bravos! à surpresa do perfume que ela vai usar e ao impacto da descoberta da cor de sua lingerie. E me respondam os adeptos dessa modalidade:
Porque a foto é sempre de uma dúzia de estações passadas?
A porra da internet fode com a naturalidade do amor real.
E se não há nessa vida, uma amor real, que seja então mantido o sonho dele existir em algum lugar.
Porque sonhar será sempre um convite ao conhecimento profundo do que está dentro do outro, e eu não vou abrir mão disso enquanto estiver por aqui.

Ana Beatriz

O telefone tocou às duas da manhã. Era uma noite fria e eu estava tentando parar de fumar. Tinha resolvido que me dedicaria a um único vício e seria o álcool. Ana é daquelas mulheres com pelo menos três vícios consecutivos e naquele momento, eu era um deles. Tinha momentos que eu queria beber meu scotch cowboy, ver sexyhot na TV e resisitir a um trago do meu carlton. Apenas isso. Uma vidinha medíocre e solitária. Eu, meu vício e bundas frenéticas na televisão. Mas o telefone tocou e ela dizia que queria me ver e tinha que ser já.
Ana Beatriz era uma mulher sem muitos atrativos físicos mas havia uma química inegável entre nós, a cama era nosso lugar. Na tal madrugada fria, eu não estava a fim e normalmente, a rejeição causa uma revolução na mulher: ou ela gama ou ela se enfurece. Ana bia se enfureceu e nunca mais nos falamos. Ainda ontem, tive notícias dela e tentei uma aproximação sem muito êxito. Ela me disse que dentre os seus vícios recentes, não havia espaço pra mim, pro meu beijo ou pra nossa cama...
A nós não é dado o direito de dizer não pra uma mulher... Um homem sofre imensa retaliação, quando numa madrugada qualquer prefere bundas virtuais...
E eu? Bem achei melhor voltar a fumar para ter pelo menos mais um vício para cultivar e um checkup a mais pra fazer no fim de cada ano.

25 de ago. de 2010

Érica

Eu fiz Érica sofrer. Até aquele momento eu ignorava essa possibilidade. Mas quando a vi ali na porta do meu prédio, estava despedaçada: maquiagem derretendo sob o rosto marcante, pés descalços e um olhar que só tem quem sofre. Minha ficha finalmente caiu. Eu queria ser um inseto. Ou melhor, eu era um.
Eu a fiz sofrer e não há o que explicar, quando somos tipicamente cafajestes, mesquinhos e insensíveis.
Dá vontade de fugir pra terra dos filhos da puta e viver entre os iguais. Mas Érica veio pra me lembrar que o único filho da puta no planeta naquele dia, era eu.
Eu gostava de estar com ela, seu beijo era bom e seu omelete de queijo brie e shitake era fantástico.
Quando estávamos juntos, eu desligava telefones e gostava de ouví-la. Ela falava com uma voz mansa e me fazia feliz. Não tínhamos um namoro. Era um flerte, uma amizade colorida, algo que estava no ponto e se passasse ia ficar péssimo. Essa era a minha visão da coisa. Uma visão unilateral e egocêntrica.
Quando a vi debaixo de chuva, mais pálida do que nunca, triste e solitária, ela me pareceu alguém que eu jamais conheci. Era uma figura trôpega, quase corcunda, olhos pequenos por trás dos óculos pesados e sorriso esquecido em algum lugar dentro da boca trêmula e lábios borrados.
Eu fiz Érica sofrer e nem tinha por onde começar a desenrolar o novelo do sofrimento dela.
Eu senti pena. Eu não queria, mas senti.
E tive medo de alguém algum dia, fazer desse jeito comigo.
Atropelar sentimentos alheios já foi minha especialidade, mas Érica me trouxe seu corpo dilacerado para minha pior constatação de mim mesmo. E foi difícil pra caralho.
Eu a levei para a minha sala e lhe servi um café quente e depois um conhaque. Pedi perdão e torci para ela ficar bêbada, mas tive que encará-la sóbria, sombria, sem brilho.
(eu apagaria esse dia da minha biografia tosca.)
Essa é minha homenagem a Érica, a quem fiz sofrer e com quem se foi o melhor omelete de queijo brie com shitake do mundo.
Com ela tb, torço pra ter ido o pior babaca que já conheci .O bom disso tudo, é que desde então, procuro evitar o tal babaca, apesar de saber que ele está aqui, em algum lugar e em algum momento.

23 de ago. de 2010

destino: bucetas

Imaginei-me num carro, algo como um fusca, chevete, ou algo assim chinfrim e suburbano. Aí, a placa à minha frente indica que a terra prometida está bem ali, a uns quilômetros de mim. Bucetas de todos os tipos, cores e tamanhos. Apertadas, folgadas, bocas ávidas por meu pau que lateja com a proximidade desse lugar mágico.
Bucetas vizinhas e amigas. Há as peludas e as raspadas, as de grande clitóris e as de lábios assimétricos. Há as que cheiram a alecrim e as que têm gosto forte. Há as que contraem e prendem, as que expulsam e amolecem. Há as que piscam, sorriem, hás as tímidas com carnes perfeitas, macias e úmidas.
E há a buceta salvadora. No meio de tantas ela está lá.
Nem é tão jovem, mas é a melhor de todas.
A buceta-rainha. A buceta que me livrará pra sempre da busca burra do meu pau sem cérebro.
A buceta que vai me fazer querer chupá-la com devoção diariamente. A buceta que vai me fazer ser um homem acima de todas as outras bucetas. A buceta-mãe, que me acolherá e me compreenderá, gozará exclusivamente pra mim e será a minha buceta puta e a minha buceta santa. É nela que vou querer morar e entrarei sem cerimônia e sem a maldita borracha. É. Sem proteção alguma. E ela receberá o melhor de mim com a felicidade de quem ganha um presente novo a cada manhã.
A buceta que finalmente não me causará nenhum medo e nenhuma dor. A minha buceta, a minha primeira e última buceta.

16 de ago. de 2010

Jacqueline

Jacque não era a menina mais bonita da rua, definitivamente.
Mas era inteligente, a danada.
E numa noite de sábado, a turminha do planalto central reunida pra tocar violão e brincar de salada mista, lá estava ela pela primeira vez. Tinha passado em engenharia, estava feliz e até parecia bonita.
A inteligência de uma mulher me enche de tesão e naquela noite, Jacque me deixou de pau duro.
 Uma menina de 18, recém saída do coleginho meia boca onde eu estava à noite e ela de manhã, passar pra UnB e em Engenharia, ainda por cima... Na hora da salada mista, passei o código para o Marquinhos: eu queria salada mista com a Jaque. E assim foi: um beijo salada mista com língua e tudo mais. Meu pau latejou na hora, porque passei a imaginá-la de óculos e sem calcinha, devorando o livro de álgebra.
Língua tímida a da Jaque. Ela ficou vermelha e passou o resto da brincadeira cabisbaixa, visivelmente constrangida. No dia seguinte eu fui buscá-la no colégio, pedi pra repetir a dose e Jaque titubiou, pensou e cedeu. Eu ensinei um monte de sacanagens à Jacqueline. Ela me ensinou física, química e tecnicas de redação. Ela era uma obstinada pelo sucesso e por isso nosso caso rolou 5 meses antes dela achar um Nerd estudante de engenharia à sua altura e eu achar uma cachorra à minha.
E assim não houve mais salada mista entre nós. Nem pêra, uva ou maçã.

13 de ago. de 2010

A boa de cama

Dizem por aí que sexo sem amor é bom, mas com amor é muito melhor.
Às vezes discordo desse apelo popular. Quem já não fez sexo apaixonadão e acabou descobrindo que foi o componente paixão quem fez a coisa ficar boa? E quando o sexo é casual e percebemos que se foi bom pra caralho sem compromisso, imagine apaixonado? Sexo bom é química e pele. Se tiver um sentimento, está pronto o sunday com cereja. Mas, um sunday feito apenas de cereja, convenhamos...
Mulher boa de cama é aquela que se entrega.
Não precisa ser a rainha do sexo oral, muito menos ter formas perfeitas. Não tem que gozar 3 vezes a cada meia hora e nem parecer uma metralhadora frenética, esbanjando posições, caras, bocas e olhos apertados.
Mulher boa de cama é aquela que se dá. No sentido amplo da palavra e sem trocadilho.
E é preciso gostar de algo pra se fazer bem. Tem que ter entrega e confiança no taco(ops) no seu próprio taco, eu diria.
Mulher boa de cama, dispensa a luz apagada, mantém os olhos abertos pra encontrar os meus. E não tem medo de ser gorda, magra, ter peitos pequenos, bunda flácida ou pêlos mal aparados. Ela está ali para ser feliz, dar e receber prazer. Ela nem me ama, mas tem profundo respeito pelos nossos corpos suados, trêmulos e pálidos. A mulher boa de cama paga um boquete incrível, quando ela se diverte e sente tesão nisso. A mulher boa de cama vê beleza no pau. E chupa porque gosta, está acima das convenções, dos conselhos da marie claire ou das confidências em banheiros femininos.
Mulher boa de cama é aquela que ao pegar no sono, não escolhe a posição que fotografe melhor: ela dorme exausta, com sorriso na cara. Satisfeita por ter feito algo que estava a fim de fazer, ela se solta, relaxa e sonha colorido com a próxima vez.
Minha homenagem às mulheres que fazem sexo desse jeito livre e assumem isso diante dos machos que escolhem para habitar suas camas, seus corpos, suas vidas e se merecermos... até suas almas.