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28 de fev. de 2011

Machos Século XXI

Tenho um pouco de vergonha desses machos século XXI.
Esse corporativismo babaca que faz os homens se acharem o máximo com seus brinquedinhos motorizados e suas Barbies sem cérebro. Sinto-me constrangido em algumas rodinhas de bar, onde o assunto que circula é tão infantil quanto às velhas panelinhas em volta do pátio da escola, na hora do recreio.
O que será que nos faz não crescer? que força é essa que nos mantém na mediocridade pueril dos mesmos sentimentos desde sempre?
Tenho um pouco de vergonha desses machos século XXI.
Somos produto de uma sociedade dominada por anti-escrúpulo, por anti-amor, por anti-sinceridade.
Estou longe de ser virtuoso, tenho defeitos pra caralho e ainda luto para crescer diante da inércia dominadora e da vaidade sedutora, porque afinal, sou homem.
Eu continuo no time, porque gosto de futebol, de corridas automobilísticas e das lutas nas madrugas. Só não quero a etiqueta do homem desse século. Preciso que meus olhos vão além das belas bundas (embora as aprecie muito). Preciso das minhas pernas caminhando em direção à coragem e que isso me permita algumas cabeçadas e erros. Não quero resistir aos erros. Não quero caçoar das paixões.
Tenho um pouco de vergonha desses machos século XXI.
Os que tem medo de mulher.
E onde há medo não há respeito.
Pensem nisso.

27 de fev. de 2011

Dona Áurea

Dona Áurea é daquelas fêmeas que dão orgulho na gente.
54 anos. Salário mínimo. 6 ônibus diariamente.
Sorriso constante no rosto.
Perdeu geladeira, fogão e etc numa das chuvas que tem castigado São Paulo no último mês.
O neto mais novo morreu de dengue ano passado
Sorriso constante em seu rosto.
A maioria das pessoas nem nota sua presença
A maioria nem dá bom dia.
E o cafezinho dela alegra minhas manhãs no trabalho.
E o sorriso constante em seu rosto me fez prestar essa homenagem hoje.
Dona Áurea, mulher de verdade, que se entrega à vida, apesar de.

25 de fev. de 2011

Quando o sono não chega

Noites insones.
Vontade do silêncio se estender e encontrar o dia..
Mas seus ponteiros estão intactos.
Idéias bobas na cabeça.
Idéias tristes.
Lembranças.
Noites insones.
O cigarro não relaxa.
Os ponteiros intactos.
Imagens fora da TV
Desejos fora do lugar.
Noites insones. Tão previsíveis.
E não me resta dormir.
Me resta o meu resto diante dos ponteiros intactos das noites silenciosas e insones.

23 de fev. de 2011

mulher jura

- Jura que vc não tá mentindo?
- Jura que vai ficar tudo bem?
- Jura que vc adorou o boquete?
- Jura que não tô mais gorda?
- Jura que vc vai chegar na hora?
- Jura que vc vai na festa?
- Jura que me ama?

Juro, meu amor.
Mas meus dedos estão cruzados embaixo da mesa.
A verdade tem a cara que a gente dá a ela.

22 de fev. de 2011

Sandra

Sandra era uma mulher independente. Do tipo que insiste em rachar a conta do motel. Gosto de mulheres independentes mas não racho conta de motel, nem fudendo(literalmente)
Sandra dava banho de cultura, tinha estudado no exterior, dominava a matemática financeira e fazia questão de deixar isso claro como gestora de finanças de um banco. Aquela típica mulher de terninho e salto alto, vivendo em São Paulo e equilibrando pastinha na mão esquerda e celular na mão direita.
Sandra não era propriamente bonita, mas era tão segura que beleza no seu caso, estragaria tudo.
Nos conhecemos numa reunião difícil, ninguém queria ceder e todo mundo tinha razão. Quando acabou, os ânimos estavam tão exaltados que ela disse não, secamente, quando a convidei para um café. Dois dias depois trocamos um email e apesar dela não me dar uma brecha sequer, eu refiz o convite para o café e ela topou.
Sandra era diferente fora daquele uniforme de executiva. Ela era leve e quase parecia normal.
Aos sábados jogava tênis e fazia um trabalho voluntário num hospital infantil. Além claro, de ter o fogo e o fôlego necessários para me tirar do sério.
Ficamos juntos por uns meses, mas não é fácil dosar o ego e os desejos de uma mulher que vive no topo do mundo...
Minha homenagem a esta fêmea forte, decidida, gostosa e inteligente.
O mundo corporativo nem tem idéia do que você é capaz..

21 de fev. de 2011

Mulheres que amam demais

Aqui nessa cidade maluca tem de tudo. Há nela um ritmo tão frenético para a vida, que cada vez que eu paro pra pensar nisso, me sinto um caipira inadaptável no meio desses arranha-céus.
Esses dias vi uma placa num desses sobrados comerciais que dizia: "Terapia para casais com problemas e mulheres que amam demais."
Cocei a cabeça, puxei pela memória e não lembrei de ter tido em minha vida, uma mulher que me amasse demais. Uma mulher que amasse a ponto de ficar doente ou buscar ajuda.
Fiquei com medo de saber o que de fato isso significa.
Amar demais é algo que precisa de tratamento?
Amar demais não deveria ser algo avassalador e bom? Tipo ser tomada de um sentimento tão intenso a ponto das dificuldades serem subtraídas e a fé no outro renovada? Amar demais não seria um tum-tum-tum incansável no peito? Um sorriso constante no rosto? Um incondicional desejo de ser e ter alguém?
Amar demais...
Será que até o amor precisa de medida justa, equilíbrio dos sensatos e dosagens homeopáticas?
Ou será que mulheres de grandes metrópoles não podem amar demais porque chegarão atrasadas nos seus empregos bem sucedidos, esquecerão a reunião com o próximo cliente e não planejarão a viagem de férias?
O amor é sempre um tsunami. Deveríamos desejar ser devastados dessa catástrofe cheia de emoção, dor, gozo e suor.
E na minha leiga e humilde opinião, quem precisa de terapia e tratamento são aquelas outras.
As mulheres que amam de menos.

Fim de semana

Fim de semana de pedaladas no Ibira, mergulho na piscina do clube, almoço no Serafina, cineminha com pipoca e amassos, macarronada em casa, japonês delivery, boite de mauricios e barzinho de descolados.
Fim de semana de mãos dadas, segredos de liquidificador, planos para o carnaval.
Fim de semana sem solidão.
Foi bom.

17 de fev. de 2011

Comida

Ontem fui num restaurante indiano. Aqui em SP é fácil vc comer comida exótica, comida simples, comida metida à besta e principalmente comida deliciosa. SP é um polo gastronômico da melhor qualidade.
Comida é algo tão sexual que passar a vida almoçando em fast food é quase como trepar invariavelmente por hora com profissionais.
Comer bem envolve ritual de cheiros, gostos e olhares. Não dá pra encarar uma comida gostosa tendo apenas uma hora de almoço para apreciá-la, assim como tb não dá pra cronometrar o tempo que levamos para desnudar uma fêmea e degustá-la.
Comida dá prazer, faz a gente se emocionar e lembrar dela no dia seguinte com vontade de repetir. Assim como certas mulheres.
Comer é afrodisíaco. Comer é sempre duplo sentido.
Eu gosto de comida oriental, comida brasileira, comida feita por quem gosta e sabe cozinhar, comida que gosta de ser comida. De preferência b-e-m-d-e-va-g-a-r.
Comer não é simples necessidade fisiológica . Sexo tb não.
É preciso gostar da coisa, esperar o ponto e a temperatura. Mastigar trocentas vezes e deixar pra engolir depois que o sabor já passou por todas as papilas gustativas.
Algumas mulheres são pratos inesquecíveis, coisa de chef internacional.
Tipo banquete que começa na entrada e vai acabar depois da sobremesa, com o cafezinho e cigarrinho do depois.

Verinha

Verinha era a garota descolada e soltinha da escola. A que topava brincar de salada mista sem frescura. A que achava graça quando a gente se arriscava a ver calcinhas com o espelhinho na ponta da escada. A que dizia que adorava beijo roubado e malhos no muro atrás da quadra.
Elas odiavam Verinha. A chamavam de fácil, vagabunda, ordinária. 
Nós amávamos Verinha. A chamávamos de gostosa, tesuda, deusa.
A garota que dobrava a saia pra ficar mais curta, fumava no banheiro e falava 6 palavrões por minuto.
Eu nunca comi Verinha. Nem os outros comeram. Nunca soube de ninguém naquele colégio que tivesse sequer encostado o pau naquelas coxas.
A rainha da putaria era virgem e queria se guardar pro cara especial.
Minha homenagem à contradição feminina.
Ah, as mulheres...

15 de fev. de 2011

Adriana

A gente se pegou forte numa festa à fantasia, na noite alucinante 3 que quase me tirou a dignidade por completo. Eu mal me lembrava do lance no dia seguinte. Nem ela.
Adriana era uma negra de 1,75, dentes de comercial colgate, pele de gata macia e cheiro delicioso. Eu sempre olhava pra ela e a achava linda. Mas Dri era muita areia pro meu caminhãozinho raso. Quando a turma ia pro samba, eu me interessava pelo programa principalmente se ela estivesse lá. Aquela preta de paradinha de bateria nota dez.
Na tal festa à fantasia ela estava de odalisca e comecei a beber depois do susto de ter sido assaltado no caminho para a festa, após brigar com a minha namorada por causa de uma crise de ciúme que a fez ir embora mais cedo e após separar uma briga de duas garotas no banheiro e acabar arranhado no peito por uma delas. Dignidade 0 x Adriana gostosa pra caralho 10.
Lá pelas duas da manhã, muita coisa na idéia, nos pegamos no corredor que dava na piscina, a gente nem falou nada e foi véu de odalisca pra tudo quanto é lado. O quartinho de bomba que ficava ali e tinha umas paredes no chapisco tremeu. Dri era muito melhor do que eu tinha imaginado, mas infelizmente o elevado grau etílico no qual nos encontrávamos, não deixou a gente aproveitar tudo.
Depois foram tantos desencontros, fofocas, mal entendidos e interpretações errôneas que perdi a chance de um repeteco sóbrio com uma mulher que desejei sem nem imaginar que ela pudesse ser minha.
Coisas dessa vida louca...

Gláucia

Gláucia tinha um jeito pedante, uma voz rouca e uma boca carnuda. Tinha braços desenhados pelo supino e abusava dos decotes porque sabia que seus peitos eram responsáveis por desastres de toda natureza.
Ela me deu três foras seguidos, com o olhar firme numa época em que poucas mulheres me davam foras seguidos.
Ela disse que odiava cafajestes, numa roda onde os cafajestes eram um sucesso absoluto.
Gláucia usava mini saia e exibia pernas torneadas, mas fechava a cara se alguém soltasse uma piadinha.
Era mal humorada e quase triste. Mas quando sorria, gargalhava alto, abria um leque de intenções e se fechava novamente.
Braços fortes, pernas desenhadas, charme e soberba.
Esperaria a vida toda pelo 4o. fora dessa deusa, só para ter mais alguns segundos daquele olhar gélido dentro do meu olho de novo.

Bipolares

Mulheres são seres bipolares. Vivem à margem do equilíbrio, precisam imprimir tanta coragem em suas atitudes e decisões que nunca conseguem manter a cabeça fria na maior parte do tempo.
Mulheres tem a bipolaridade dos sentimentos comuns á flor da pele.
Amam e odeiam. Sentem-se livres e depois sofrem pela pressão da liberdade. Querem ser sensuais, sexuais, donas de suas bucetas e de seus corações, mas se recolhem dentro da redoma de um machismo besta porque têm medo que a gente não apareça no dia seguinte.
Mulheres múltiplas, dualidades, paradoxos.
Mulheres bipolares.
Tem como não amar?

8 de fev. de 2011

As novaiorquinas

Não, elas não parecem essas beldades sexies in the city. Elas são frias, esnobes, insensíveis, duronas, deliciosas.

1 de fev. de 2011

Isadora

A gente se conheceu num aniversário de um cliente meu. Eu tinha acabado de chegar em SP, ainda estava procurando apartamento e olhava para essa cidade como se ela fosse me engolir.
Isa foi como se apresentou e Dora foi como a chamei meio Jack Daniel´s depois.
Corretora de imóveis, paulistana de corpo e alma, corinthiana da torcida fiel e muito, muito bonita.
A noite estava fria e ela vestia um sobretudo por cima de um mini brilhante com sapatos que a deixavam 12, talvez 15 cm maior.
Os erres e os esses pausadinhos de São Paulo ficaram perfeitos naquela boca vermelha. Trocamos cartões e ela falou que ia separar uns apês pra eu conhecer durante a semana. No taxi de volta para o hotel, fui pegar minha carteira e esbarrei no seu cartão. Muito doido e com pouquísimo a perder já que ainda me considerava um forasteiro... Liguei para o celular de Isa-Dora:
- Acordada?
-Sim, acabei de chegar em casa.
- Vc disse que ia separar uns apartamentos pra eu conhecer.
- É, faço isso a partir de aman...
- Podemos começar com o seu?
p-a-u-s-a
- quer anotar o endereço?
Dora me recebeu sem sutian, descalça e de cabelo molhado.
Tocava Cartola na vitrola dela e havia um sofá roxo na sala do tamanho exato da minha vontade.
Belo apartamento, Dora. Acho que não precisamos ver nenhum outro, gostei daqui.