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9 de dez. de 2011

Sim, eu fui abduzido.

Sabe  quando o mundo e as pessoas a sua volta perdem o sentido?
Ou as conversas não parecem mais tão bacanas quanto antes ou os corpos estão gelados a ponto de você achar que todo-mundo-tem-o-mesmo-gosto?
Ou os sorrisos são cínicos e as piadas são velhas e a vida é menos do que deveria?
Então é isso.
Fui abduzido sim e como isso aqui não é muro de lamentações, vou ali pra minha nave e daqui a pouco eu volto.

7 de nov. de 2011

Diana

Eu e Diana nos conhecemos em 2001 em BH. Trabalhamos juntos e nos tornamos bons amigos.
Um dia ela estava na garagem, antes do expediente, chorando copiosamente. Sempre fico sem ação quando vejo uma mulher aos prantos. Nunca sei se acalento, se falo alguma coisa, se abraço, se passo direto... resolvi bater no vidro do carro, sentei no banco do carona e esperei que ela parasse de soluçar. Seus olhos inchados, o rosto vermelho e a alma triste de Diana me comoveram. Mulher que me comove também me enche de tesão. Quando as lágrimas deram uma trégua, ela me abraçou e disse que não conseguiria trabalhar.
Levei Diana em casa, voltei pro trabalho, avisei a chefia que ela estava doente e no fim do dia voltei à sua casa para saber como estava. Eu tinha a melhor das intenções, afinal, um babaca qualquer deve ter quebrado o coração dela, eu pensava...
Diana sofria de depressão. Tomava medicamentos fortíssimos e volta e meia tinha crises agudas que a paralisavam. Era uma mulher  independente, feminina, delicada e inteligente. Tantas qualidades incríveis e uma companhia desagradável chamada depressão a derrubava por dias. Ela mal conseguia falar, não comia, não saía da cama pra absolutamente nada.
Nos aproximamos mais depois da tal crise, viajamos juntos porque ela queria ver o mar, fomos ao cinema e fizemos sexo bonito por algum tempo. Eu fiquei envolvido, acreditava realmente que poderia tirá-la desse abismo, que talvez dependesse apenas dela estar feliz, com a pessoa certa, tendo bons orgasmos e ganhando flores de vez em quando. Não era bem assim. Diana até que tentava, mas volta e meia era nocauteada pela tristeza profunda e ... lona.
Após uns meses eu pedi as contas dessa relação temperada com tanta dor e agonia. Não dei conta de tão pouca reciprocidade. Me senti mal por ter desistido de Diana. Ela me deixou ir e me agradeceu por eu ter ficado mais tempo que a média. A verdade é que eu estava começando a sentir pena daquela mulher bonita e triste. E vamos combinar que pena é o fim da linha num relacionamento.
Minha homenagem à Diana.
Desejo que tenha vencido o monstro.

4 de nov. de 2011

Liliana

A vida é bem esquisita às vezes. Liliana só contribui para essa afirmação ser um fato.
Ela é instável, pouco simpática, séria e incrivelmente sexy.
Não é uma mulher bonita, mas tem um jeito intrigante, um mistério nos olhos.
Tem sempre uma resposta cortante para nossas perguntas mais comuns. Tem sempre um sarcasmo seco para suas explicações mais longas.
Liliana me deu 2 foras seguidos numa viagem de trabalho, depois pareceu ter se arrependido e ao que tudo indica tentou se aproximar, mas como não sabe ser doce, chegar mansa ou demonstrar afeto, ficamos no zeroazero.
Já tinha desencanado de Liliana quando meu telefone tocou às 3 da manhã. Número desconhecido no display. Nunca desligo meu celular, quem tem filhos fora de casa sabe do que estou falando.
Do outro lado da linha uma voz baixa, abafada, quase um sussurro:
- Rubens, tô pensando muito em vc.
-Quem é?
-Eu. E nem tente dar risada.
-Lilia...
-É. sou eu. Vem me ver?
-Vc bebeu?
-Um pouco. Mas não tô bêbada. Tô apenas mais sincera que o normal.
-São 3 horas da manhã...
-Tem hora pra ser sincera agora?
-Acho que não, mas tô estranhando... essa hora, esse jeito... Tô meio sonado... Tá tudo bem?
-Tá tudo bem. Você vem?
-Liliana, estou realmente lisonjeado, mas hoje é quarta feira, passa das 3... A gente pode conversar amanhã?
-Não tem amanhã. Esquece.
Liliana desligou o telefone, nunca mais atendeu minhas ligações, negou até morrer que um dia tivesse ligado pra mim de madrugada e com tudo isso, tornou a vida uma coisa realmente muito esquisita.
mulheres...
tem como não amar muito??

2 de nov. de 2011

Marisa

Eu sou preguiço pra xavecar. Vamos combinar que a oferta é grande e quase não é necessário muito esforço pra ganhar a mulher certa, especialmente na noite. Ao mesmo tempo eu gosto da conquista, a preguiça é uma acomodação, um hábito que nasceu da facilidade, da rapidez, do self service do amor.
Marisa é muito gata. Muita areia pro meu caminhãozinho, mas é assim que eu curto. Desafios.
Olhei, ela me esnobou.
Sorri, ela fechou a cara.
Pedi pra amiga passar o telefone dela, com sua autorização e me ferrei. Ela mandou dizer que adora garotões. Tô fora do skill. "Vc é legal, engraçado e boa pinta, mas não faz a cabeça dela." Foi essa a mensagem da amiga bacana. Bacana com Marisa, claro. Comigo foi quase perversa.
Mas acontece, pessoal, que garotões não abrem a porta do carro, não fazem o café do dia seguinte, não observam o corte de cabelo dela, não pagam a conta do jantar e nem sempre esperam por ela pra gozar.
Tomara que eu tenha chance de mostrar pelo menos a primeira das muitas qualidades de ser um quarentão.
Marisa, sua linda, tô na área e se derrubar, é pênalti.

27 de out. de 2011

Flávia

Sábado de manhã. Antes ainda do primeiro cigarro, o café recém passado naquele velho coador de pano, o cheiro de Flavia nas mãos. Ela dormia o sono dos justos. Ela dormia e eu que adoro assistir um sono de fêmea a observava. Caneca na mão, olhos grudados nos quadris dela. Deu vontade de catar a câmera na gaveta e registrar. Mudei de ideia, a foto nunca faz justiça ao momento perfeito.
Flávia está imóvel, cansada e feliz. Vivo pra isso, tenho certeza.
Se é verdade que a gente tem uma missão nesse mundo, a minha é acordar e contemplar essa cena. Me sinto completo, o gosto de café na boca, mistura-se ao gosto da buceta dela, gosto fresco, delicioso mesmo. Nasci pra isso, tenho certeza.
Vou erguer de leve o lençol e ter a visão perfeita para começar o dia.  É... acho mesmo que deveria fotografar.
Os cabelos cobrem seu rosto, mas dá pra ver que ela sorri, se mexe um pouco, talvez seja um sonho, tomara que eu esteja nele.
Flávia faz o tipo inesquecível, bebe sem culpa, tem uma gargalhada verdadeira, é generosa no sexo e fomenta intimidade.
Se mexeu de novo, virou pro outro lado, me deu mais uma visão incrível do meio de suas coxas.
É... Vou levantar e fazer um pãozinho na chapa e um suco de laranja. Essa mulher vai acordar faminta.

25 de out. de 2011

O amor é foda.

Contrariando todas as poesias, as músicas populares e as comédias românticas,  vou fazer uma revelação bombástica: o amor tem um poder destrutivo que pode fuder com a sua vida.
Ele vem com esse jeitinho manso e poderoso de mudar tudo à sua volta, usando a desculpa esfarrapada de que quem ama cede, quem ama perdoa, quem ama, quem ama... Mas o amor não é essa coisa perfeita e altruísta. Ao manifestar-se ele dá uma misturada básica com os defeitos humanos e aí é que você dança.
O amor cede, mas nem tanto. Perdoa, mas não esquece. Dissimula, omite, pratica o egoísmo, sente ciúmes.
O amor é bacana.
Mas é a armadilha mais bem arquitetada que já inventaram por aí.

18 de out. de 2011

Melissa

Ela faz o tipo bond girl. É americana, mãe brasileira, alma novaiorquina, bunda carioca.
Os cabelos brilham e o sorriso revela discretamente o que eu ja sei há tempos: mulheres são loucas. Quanto mais loucas, mais interessantes. Quanto mais interessantes, mais se saem melhor num bate papo, melhor se portam num restaurante, mais adaptadas se mostram numa roda de piadas sem graça e melhor pagam um boquete.
Não nos vemos com a frequência que eu gostaria, mas todas as vezes que eu precisei ir a terra do Tio Sam, era ela quem estava lá, atrás dos óculos de sol, dentro do terninho marinho e com o melhor hello, desde as aulas na Cultura Inglesa. No banco de trás do taxi, ela coloca minhas mãos entre suas pernas e diz:
"Miss you." Simples e direto como deve ser.
Minha homenagem ao jeito cosmopolita de Melissa, que misturado ao olhar brejeiro herdado da mãe, a deixam perfeitinha, louquinha e irresistível. Exatamente como deve ser.

17 de out. de 2011

Estive em Nova Iorque nos 10 últimos dias, a trabalho. Reuniões intermináveis, meu inglês cada vez pior, mulheres lindas, drinks todas as noites e eu aqui de volta a essa terra da garoa cinza e linda, com uns quilos a mais e uns neurônios a menos...
Meu chefe se separou. Um brasileiro solteiro em Nova Iorque, cheio do dinheiro, malhando pra ficar gatinho, tentando recuperar o tempo perdido, caminhando diariamente no Central Park e conhecendo gente nova, mais perdido que pitanga em pé de jabuticaba, porque passou os últimos dez anos em monogamia absoluta.
Chega a ser engraçado e triste perceber que uma vez sozinhos, ficamos mais a fim de viver.
O cara era um sedentário, mal humorado, detestava baladas, workaholic compulsivo, frio com a mulher.
De repente se tornou o sujeito que acorda cedo pra se exercitar, conta piadas inteligentes e gosta de dançar.
É carinhoso com o sexo feminino, fala em fazer plástica, quer conhecer o Havaí.
O ser humano... esse ser esquisito e adorável que precisa de muitos tombos pra andar em linha reta e cair menos...

3 de out. de 2011

Ariane

Ela dizia que era médica, mas depois descobrimos que era enfermeira. Gostava de bancar a doutora para as pessoas do bairro, desfilava de estetoscópio no pescoço e tinha um ar meio esnobe.
Ariane não era bonita. Tinha cara de mulher quente, chegada a uma sacanagem de escadaria, uma boca chama-pau, um sorriso sonso. Mas bonita não era.
Um dia ela passou por mim, toda de branco, pastinha marrom como usam as médicas que apenas fingem ser médicas. Tomamos a mesma direção e ela desandou a contar histórias de pacientes em estado terminal. Pessoas que precisavam dela, famílias que esperavam seu diagnóstico. Uma contadora de lorotas de primeira. Mirei bem os peitos de Ariane, eram fartos, prateleiras arredondadas. Olhei para os quadris escondidos pela calça branca e apertada e percebi que  poderia ser bem interessante ouvir algumas de suas mentirinhas.
Ariane e eu duramos mais do que qualquer previsão otimista. Eu fui entendendo que as mentiras que ela contava eram fruto de várias frustrações: 3 anos seguidos de bomba no Vestibular pra medicina. Ela queria provar pro pai, que nunca a registrou (um médico conhecido da região), que ela podia voar alto.
Ariane era do bem. Enfermeira das boas, namorada dedicada, mulher carente e mentirosa.
Eu tenho uma queda pelas mentirosas, loucas, corrompidas, alcoólatras, destemidas e generosas.
Ela era mais ou menos tudo isso. Menos aqui, Mais logo adiante.
Da última vez que nos vimos, ela tinha ido pro Uruguai fazer medicina.
O que Ariane queria mesmo era tornar real a fantasia construída.
E quem não quer isso afinal?
Minha homenagem à doutora Ariane, hoje CRM de verdade.

28 de set. de 2011

ah, essa minha memória...

Cultivo minha boa memória e priorizo aquilo que me arranca sorrisos no meio do dia. Não lembro de ceps. Não lembro de aniversários. Não lembro de regar a árvore da felicidade da minha sala.
Mas lembro constantemente das bucetas que me agraciaram com seu gosto e com seu cheiro vida a dentro.
Gosto de olhar os detalhes, as diferenças anatômicas, o tamanho do clitóris e aquela boca carnuda ou não, rosada ou não.
Fotografo com o olhar, memorizo com o olfato e paladar e depois me delicio com as lembranças dessas bucetas maravilhosas e generosas. Porque buceta boa é aquela que se abre sem vergonha de ser feliz, buceta boa é aquela que se entrega pro meu pau fazer a parte dele sem cerimônias.
Buceta com cerimônia não vale. Não mantém tesão, não faz a cabeça..
A minha homenagem àquelas que marcam e remarcam o território da minha memória.
Buceta boa, a gente nunca esquece e adora relembrar.

27 de set. de 2011

Bruna

Ela pegou meu celular e disse: "tira foto!"  Depois pediu "quero post! Com imagem! Pra ficar famosa na internet!"   Arrumou uma flor pra prender no cabelo e comeu sem cerimônias o chocolate em cima do meu balcão. Por último me lascou um beijo de língua, nem sequer esperou que tocasse alguma canção chave dos beijos roubados. Tocou a campainha pedindo a boa e velha xícara de açúcar e adoçou a casa toda.
Ela não é surfistinha, mas poderia ser. Bruna tem pernas finas, boca carnuda, cabelão pintado de amarelo. A bunda é magra, mas esférica, sotaque cheios de erres e esses, sorriso infantil. Bruna é indecente. Ri alto, fala palavrão inapropriadamente, dança até o chão, só bebe destilado e só usa roupas 18 dedos acima do joelhos mesmo no frio.
Bruna é minha homenagem do dia. A criança que provavelmente inspirou São Cosme e São Damião. Um Erê de coração apimentado, uma alma louca e linda, lógico. Cismou com o quarentão aqui e não se faz de rogada.
Estou velho pra vc, Bruninha. Mas se tivesse ai uns 15 anos a menos, encararia feliz o desafio de domar uma fera assim, com flor no cabelo e envolvida nas minhas cortinas. :)

Ilana

Eu estou muito preocupado com o futuro deste blog.
Outro dia fiquei puxando pela memória, tentando achar o nome de uma mulher especial lá pelas bandas de 1990. Todas que me vinham à mente, já tinham sido homenageadas aqui. Será que estou me aposentando? As inúmeras mulheres que amei, conheci, admirei, sonhei estão com os dias contados??
Foi então que avistei Ilana. Eu estava no quinto chope, muito sóbrio ainda para delirar: Ela passou e eu segui: cabeça altiva, formas retilíneas, calças largas e blusa marcando a cintura. Gritei: "Ilana!"
Ela se virou, pensou por quase 30 segundos e abriu um sorriso-abraço lindo. O abraço real veio depois e durou 5 minutos. Em plena Paulista. Pessoas olharam, não é normal abraçar durante 5 minutos em São Paulo. =´/
Eu e Ilana fomos amigos ocasionais, nossos irmãos namoraram e nós demos uns pegas numa festa junina em BH há tantos anos que achei incrível reconhecê-la de cara. Ela está mais bonita, mais alta, mais segura. Casou-se com um músico, veio morar em Sampa e há 3 anos trabalha numa agência de publicidade a duas quadras da minha casa. Percorremos os últimos 20 anos com uma rapidez invejável. Ilana tem um raciocínio rápido, bebe cerveja feito gente grande, gesticula muito e tem um olhar franco, direto.
Foi muito bom rever essa garota e descobrir que mulheres especiais nunca faltarão ao meu blog e à minha vida. Vocês estão em toda parte. Basta parar um pouquinho, olhar com cuidado e ser presenteado: cheiro bom,  gestos delicados, papos deliciosos. Mulher, mulher, mulher.

19 de set. de 2011

Laura

Conheci Laura quando tínhamos 16 anos. Uma negra linda, sorridente, falante. Ela fazia judô e eu natação. Lá em casa não tínhamos grana pra luxo algum, mas minha mãe fez questão que todos nós aprendêssemos a nadar (e em Minas nem existe praia...)
Laura era campeã de judô e não sabia nadar. Eu era um peixe, mas inútil num tatame. Fizemos um trato: ela me ensinaria uns golpes e eu lhe daria umas aulas de natação. Nem eu nem ela podíamos pagar um segundo esporte no Sesc, mas podíamos usar as dependências do clube depois dos horários das aulas e graças a Laura, me interessei muito por lutas marciais e até cheguei a faixa roxa anos mais tarde. Ela tb nunca morreu afogada, eu sou um bom professor e em Minas... nem existe praia. Ficamos amigos. Ela tinha um namorado gente boa. Eu tinha uma namorada bacaninha, estava descobrindo as alegrias de fazer sexo fofo e apesar das lindas coxas de Laura e da sua perfeição dentro do maiô ou do quimono, nada aconteceu.

2004, noite chuvosa em BH, eu de fogo depois de um churrasco com amigos. Na mesa ao lado, meia dúzia de mulheres maravilhosas, como é bem comum no meu Belo Horizonte. Uma delas chegou na nossa mesa e disse me olhando fixamente: "Minha amiga quer saber se vc foi professor de natação dela. Seu nome é Rubens?" Eu pensei 3 segundos e busquei um resto de mente sóbria quando avistei Laura.
Seu sorriso enfeitando um cabelo black, mãos longas segurando uma tulipa de chope e um abraço longo e delicioso. Me arrependi de ter bebido tanto àquela tarde. Bafo de cerveja não é legal num reencontro. Conversamos por uns 15 minutos e ela deixou o telefone para eu ligar o dia seguinte, se eu lembrasse (fez questão de frisar.) Eu lembrei. Nunca esqueceria um par de pernas daquele naipe, mesmo se eu estivesse em coma alcóolico. Eu liguei.
Relembramos. Demos muita risada. Ela mostrou a foto do filho Lucca. Eu mostrei a foto de sua quase xará Lara. A gente se beijou. Bebemos cerveja e falamos de religião, política, futebol.
À noite ela me levou pro tatame, sem cerimônias. Golpes precisos, ippon rápido.
Aiai... Pena que em Minas ainda nem existe praia...
Minha homenagem à faixa preta mais bonita que eu já vi. Ainda está me devendo um desempenho entre raias e cloro. ;)

14 de set. de 2011

Natara Ney

Nome esquisito, alma livre. Natara. Nem sei se tem significado, se a origem é tupi guarani se foi escolha do pai ou da mãe..
Natara pra mim é liberdade de expressão feminina.  Natara pra mim é sentar e acender meu cigarro com os olhos grudados nessa tela. Natara escreve bem pra caralho.
E só sabe dançar sarrando, sorrindo, sonhando.
Apaixonei.
www.soseidancarsarrando.blogspot.com

18 de ago. de 2011

Bia

Toda Beatriz é Bia. Nem toda Bia é Beatriz. Ela era Beatriz e mais 3 sobrenomes igualmente bonitos. Sua beleza era algo que não se vê todo dia, impossível confundi-la, improvável esquecê-la.
Bia, 41 anos, malhadora compulsiva, QI acima de 100, sorriso sincero.
Nos vimos umas 3 vezes antes da apresentação formal. Ficamos íntimos após o terceiro copo e a quarta dose foi na minha cozinha, enquanto eu preparava um sanduíche com salaminho e azeitona. Ela comeu dois e disse que continuava com fome. Fome é aquela coisa boa que a gente tem vontade de matar, primeiro com os olhos, depois com o olfato e depois com as vísceras. Eu adoro sentir fome.
Bia sentia a fome gostosa que uma mulher com as qualidades certas sabe ter.
Comemos alguns sandubas de salaminho em outras noites, acompanhados de doses que iam de suco de maracujá a tequila.
Minha homenagem à Bia. Senso de humor, inteligência e fome.
E uma mulher com fome, sempre abre meu apetite.

Quero uma vida caretinha

Tem um momento na vida que a gente olha pro copo cheio, amigos fanfarrões, bundas redondas e pensa: E daí?
A gente chega em casa mais cedo, o livro na página 43 continua ali, no mesmo lugar. Pia cheia de louça, cheiro de cigarro na sala.
O Jack Daniel´s já não é tão saboroso como antes e a concentração não é tão boa para passar da página 45.
A vida... dias emocionantes e outros nem tantos.
Se fosse doce, se chamaria romeu e julieta. Mas é agridoce e se chama vida mesmo.
A idéia de ser careta me assustou desde sempre. O frenesi do inesperado segundo seguinte sempre me deu tesão. De repente, meu olhar muda de direção e meu corpo se sente cansado. Sou um penetra, mas a festa da vida caretinha se apresenta com entrada vip e sem open bar. Me parece razoável.
A festa careta tem o seu valor.
Vamos a ela, pelo menos até que tudo volte ao normal.

10 de ago. de 2011

Apesar de

Esse é o espaço que eu elegi como meu canto da alegria. Conto meus causos, revivo histórias, faço homenagens.
Infelizmente a vida corre, independente do meu canto da alegria. A vida pode ser bem cruel quando a gente quer ser feliz.
Citei minha mãe em alguns posts, bem antes dela ir. Eu sentia falta do sorriso dela, então eu a trazia pra cá, como quem leva flores amarelas pra dentro de casa. Dona Sônia era meu buquê de flores amarelas.
Se eu estava triste, ela sempre sabia. Aí me ligava, mandava um recadinho no meu celular, dizia pra eu aparecer que ela faria meu rango preferido. Eu era o único homem daquele harém, mas o macho alfa sempre foi ela. A mulher forte que fazia da capacidade de amar, sua grande profissão.
Se ela estivesse aqui lendo o segundo post seguido em sua homenagem, com certeza diria algo do tipo:
"levanta, sacode a poeira e vai viver!"
Ainda que haja dias que isso pareça impossível, é exatamente o que eu vou fazer.

5 de ago. de 2011

Ela se foi.

Sou um bocado teimoso, porque ela era assim.
Sou desbocado, transparente, riso frouxo. Cresci admirando isso tudo nela.
Choro fácil, mas quase ninguém vê. Foram poucas as vezes que a vi derramar lágrimas. Suor era mais comum no rosto dela.
Gosto de uma cerveja, de um samba de roda, rezo antes de dormir e adoro feijão. Ela fazia o melhor do mundo.
Ela se foi e mal se despediu.
Um susto. Uma dor.
Mulheres como ela deveriam ficar.
Pra sempre.
Mãe, você era minha grande inspiração. Como é que eu faço agora?
(homenagem a D. Sônia. Meu peito dilacerado, meu coração em frangalhos e minha alma triste. Mais triste do que nunca foi.)
...

26 de jul. de 2011

Daniele

Mulher ardilosa e linda.
Dani era loira, magra, sedutora e falsa.
Nunca quis nada sério comigo, eu sou um duro, sempre fui e ela queria ter vida boa, contas pagas, viagens internacionais. Tínhamos um trato: quando ela queria se divertir, me procurava, quando eu queria ser feliz, ligava pra ela.
Durante nossa história, arrumou uns 6 namorados almofadinhas, desfilava com eles dentro de seus carros novos e quando se despedia deles no portão, me ligava para gente se divertir.
Um dia dei um basta, cansei de ser homem objeto, embora em muitas ocasiões, eu adore ser um.
Ela me ligou e eu não atendi. Mandou email, não respondi. Foi no meu trabalho, deixou recado e eu passei uma semana sem retornar. A mulher enlouqueceu. Muitas de vocês enlouquecem com desprezo. É chato isso, eu sempre prefiro as que enlouquecem com carinho e atenção e desencanam com maus tratos, mas isso é papo pra outro post.
Daniele ficou louca, me procurou até eu ceder e se disse apaixonada, ninguém mais tinha importância nessa vida, eu era tudo que ela sonhou... até a gente se divertir mais um pouquinho e um novo príncipe de conta corrente gorda surgir num conversível branco. Minha homenagem a essa fêmea que usou e abusou desse corpinho sem dar a mínima para o coração que bate por aqui. Mulheres, tem como não amar?
:-)

25 de jul. de 2011

Bianca

Ela tinha uma forma de dizer: "Pára com isso" que era como se sussurrasse "Continue, não pare nunca." Tinha o sorriso sacana na medida certa para ganhar beijos até de manhã; tinha panturrilhas torneadas e seios pequenos, tamanho minha mão. Um espetáculo.
Bianca e eu nos conhecemos no momento certo e no lugar perfeito. Duas almas livres que se unem porque a afinidade é grande e os momentos juntos são mais bacanas, que os momentos solo. Simples e fácil. A melhor forma de amor.
Pena que as mulheres não gostam de caminhos retos, estradas sem curvas perigosas, viagem sem pedágio... Pena que não bastam os momentos bacanas. E  não basta um monte de coisas que pra nós é bônus.
Durou pouco, mas foi intenso. E como tudo que é intenso, acaba com uma bela decepção, lágrimas e frustração garantida. Ninguém pra devolver a paixão investida. Ninguém pra tapar o buraco em 3 dias.
Minha homenagem à voluntariosa Bianca. Era bom tê-la, mas foi bem melhor deixá-la ir.
Ainda bem que lugares certos e momentos perfeitos a gente aprende a procurar e acaba achando e achando e achando.

21 de jul. de 2011

sumido

Ela me disse:  "Esse blog é sinal de solidão e coração vazio"
E foi-se embora com sorriso de sarcasmo no rosto e olhar confiante. Eu pensei: "não deixo de escrever, de homenagear, de falar delas quase todos os dias".
Mentira. Eu parei. Dei um tempo, perdi parte do tesão.
Ela tava certa. Coração cheio de paixão e a inspiração some, a vontade de conectar fica pra outro dia e o blog solidão meio esquecido... Ah, minhas noites de solidão tinham posts variados, é bem verdade!

Mas eu dormia sozinho e fazia um frio do caralho.

6 de jul. de 2011

Mônica e Eduardo

Porque eu me recuso a colocar o nome dele antes do dELA.

>
Sensacional, não?

5 de jul. de 2011

Tânia

Éramos comprometidos. Com outras pessoas.
Um dia ela me ligou e disse que sonhou comigo e perdeu o sono por 3 dias. Eu me assustei. Fiquei mudo. Pensei bobagens e depois me arrependi de ter pensado.
Um dia eu liguei pra ela e disse que as bobagens que eu tinha pensado estavam me perturbando as idéias.
Ela riu e disse : "Por que não?"
Nos encontramos num motel fora da cidade, ambos saímos mais cedo do trabalho e chegamos mais tarde em casa com caras de bobos e a culpa estampada na testa.
Repetimos o "por que não?" um monte de vezes até que uma mentira aqui e ali e fomos pegos numa sucessão de furos e historinhas mal contadas.
Previsível, pensei. Assustador, ela pensou.
Paramos de nos ver no mesmo dia em que ficamos livres para nos vermos a qualquer hora.
Há certas loucuras que a nossa própria loucura não dá conta de entender.
Minha homenagem a maior delas: Tânia.

3 de jul. de 2011

Riodejaneirar é pura nostalgia.

O Santos Dumont ainda tem cafezinho de boteco servido no balcão. Por algum motivo inexplicável, a concessão  dada àquela lanchonete, é imune à modernidade dos aeroportos e seus cafés expressos, servidos em xícaras caras. No Santos Dumont o café é em copo americano mesmo, pingado ou puro e de procedência duvidosa.
É aqui no desembarque que começa a minha sessão nostalgia.
O Rio de Janeiro tem grande apelo às minhas lembranças mais felizes. Foi aqui que vivi o maior amor da minha história. Foi aqui que perdi o maior amor da minha história.
Aqui eu conheci amigos que estão na minha vida até hoje. Aqui tem  a praia mais bonita, o povo mais marrento, o sol mais convidativo, o chopp mais gelado, as mulheres mais ... Bem, mulheres são mais em qualquer lugar do planeta, combinado?
Cheguei aqui ontem e trouxe companhia. Gosto de mostrar o Rio através da minha ótica caipira, que se emociona com as ondas quebrando nas pedras do Arpoador e suspira diante de uma bunda malhada. Ela já tinha visitado a cidade algumas vezes, mas nunca tinha olhado pra ela, da forma mais bonita e clara. Me disse que está redescobrindo a cidade maravilhosa. Aqui da minha janela, estou descobrindo que o amor dá sempre novas chances, mesmo para um sujeito feito eu, apegado a velhas lembranças, medroso e orgulhoso da vidinha rasa que tem.
Ah,e pra quem quer saber: o Rio continua lindo e riodejaneirar ainda é um dos meus esportes favoritos.

29 de jun. de 2011

Paulas

O nome é Ana Paula, mas ela achava comum e ignorava o Ana que tinha no nome. Nos conhecemos numa festa da faculdade, ela bebeu tanto que me beijou achando que eu era outro. Percebi mas gostei do beijo, então o fato dela ter me chamado de Júlio por mais de duas horas, foi o menor dos problemas. Pior foi ter que explicar pro tal Julio, que eu não tinha nada a ver com isso, pelo menos não diretamente.

Paula era uma portuguesinha linda, filha do dono do armazém ao lado da casa da minha vó. Eu gostava de chegar lá no fim da tarde, quando ela vinha da escola e ficava no balcão. Normalmente, ela se debruçava sobre ele e suas sardas fugiam do sutiã e grudavam nos meus olhos. Era uma delícia. Eu pedia pra ela pegar algo lá na última prateleira e ela descia esguia, como uma bailarina num alongamento. Bunda pra cima, peitos pra baixo e seu João atrás dela com sotaque carregado e voz de bravo. O português sabia cortar nosso barato.

Paulinha era uma baixinha, simpática que vivia lá em casa, porque era amiga de minha irmã. De vez em quando, batia na porta do meu quarto e perguntava se podia ficar lá,ouvindo música e batendo papo. Uma vez rolou. Eu não tinha a menor intenção nela, não fazia meu tipo, era careta e sorria demais. Mas tudo aconteceu tão rápido e foi tão bom que no dia seguinte eu queria mais daquela caretice e desejei me perder nos seus quadris estreitos muitas vezes. Mas ela não quis dar chance pro irmão com fama de comedor da melhor amiga e me dispensou. Jamais tive uma quinta vez.  Eu disse quinta.

Paula é paulista e no inverno usa meia calças e chapéu. Ela é estilosa, embora faça misturas exóticas demais pro meu gosto caipira. Ela é provocante e fuma um cigarro atrás do outro, com a mesma elegância que pede um croissant e um café sem açúcar. Assim que cheguei em SP, ela ofereceu seu carro para que eu procurasse apartamento aos sábados, eu aceitei a gentileza e na entrega do carro, normalmente aos domingos, saíamos para um café com cigarro nos arredores dos Jardins. Paula usa maquiagem forte nos olhos. Jamais bebe fermentados e é a única mulher que conheço, a partilhar a devoção pelo Jack Daniel´s.
Depois de nos beijarmos por horas num desses domingos de devolução de carro, fomos pro seu apartamento. chovia muito e ela me deu um lugar quente para dormir naquela noite de muita vodca: o sofá da sala. Assim, sem cerimônias e com preliminares. Foi o sofá e só.

Essa é minha homenagem às Paulas que passaram  por essa minha vidinha torpe...
Amanhã chegará mais uma. Paula Andrade de Menezes, filha do meu amigo Zé, de Belo Horizonte.
É isso aí, Zezão! Prepare-se, porque criar uma Paula nesse mundo doido... não deve ser uma missão nada simples.

28 de jun. de 2011

Quando eu digo que elas sabem tudo...

http://soseidancarsarrando.blogspot.com

Deleitem-se.
;)

Elas.

Por mais que haja um esforço sobrenatural da nossa parte,
jamais chegaremos aos pés delas.
Somos pequenos, mesquinhos, práticos, rasos.
Elas são grandiosas, complexas, controversas, íntegras.
Elas amam sem medo. Elas vivem da coragem de serem elas.
Sangram mensalmente, educam diariamente, perdoam constantemente.
Vivem do desafio de serem elas.
Fingindo às vezes, se equilibrando entre ser e parecer
quase sempre,
acreditando o tempo todo.
Elas.
Sempre e somente elas.

21 de jun. de 2011

Sofia

Ela nasceu em Portugal e morava em Los Angeles, na mesma época que eu andava por lá.
Sofia tinha olhos verdes e amendoados, falava pouco e trabalhava muito. Era garçonete, faxineira, arrumadeira de hotel e atriz.
Todo mundo em Los Angeles é ator ou atriz, mas Sofia acreditava nisso de fato. Corria atrás de  pequenas e grandes produções, fazia testes quase diários, estudava papéis que jamais seriam dela, encenava Shakespeare num inglês sofrível, mas era a Julieta mais bonita que já se teve notícia. Como era linda a Sofia.
Não tinha um corpo perfeito,  mas a danada sabia usar tudo que a natureza lhe deu a seu favor. Os seios fartos ganhavam decotes mais fartos ainda, os cabelos cacheados eram cheirosos, anelados na medida, cuidados com dedicação.
Sofia e eu nos conhecemos perto do Albergue onde eu estava, ela tinha amigos lá que descolavam textos de teatro e afins. Vivemos uma história que durou algumas semanas e muitos beijos de cinema, sexo delicioso entre a hora de um emprego e outro  e confissões de sonhos.
Nunca mais tive notícias de Sofia, mas me lembrei que hoje é o seu aniversário, primeiro dia de inverno no Brasil e verão em Portugal. Minha homenagem a Sofia, essa mulher de mil estações que daria orgulho a qualquer Camões ou todos os Saramagos.

20 de jun. de 2011

Ela foi entrando sem cerimônias. Escolheu o lado da cama e o edredom que estava no fundo do armário. Colocou flores no vaso solitário de cima da mesa, fez um macarrão a bolonhesa apimentado com cheiro de manjericão e pendurou uma camisola azul no meu cabideiro.
Outro dia achei um esmalte vermelho na gaveta do banheiro e lembrei das suas mãos fortes apertando minhas costas. Sorri sozinho, fiz cara de bobo, senti saudades.
Ela diz que gosta da minha barba mal feita e do meu jeito de dormir. Eu digo que gosto da forma como ela se espreguiça e gesticula empolgada contando uma história.
Tô pego.
E não é que está divertido?
:-)

15 de jun. de 2011

Clarice

Ela nunca soube que eu existia. Foi amor platônico, daqueles que a gente quer manter platônico pra não estragar.
Era amor ingênuo, apesar das punhetas diárias pra ela.
Era amor bonito, apesar de nunca ter havido uma carta de amor. Clarice era tão incrível que na minha imaginação romântica, eu preferi deixá-la assim, numa espécie de pedestal. A realidade acaba com a perfeição, invariavelmente.
Eu esperava a hora dela sair do colégio. Livros colados nos peitos, pra me torturar. A seguia de bicicleta até ela entrar na portaria e fechar o portão de grades sem olhar pra mim. Eu a protegia sem que ela sequer imaginasse. Clarice tinha cheiro de camomila. Clarice tinha olhos de lua cheia. Clarice tinha cintura de pilão.
Não sei era ciumenta, se era louca tipo 1 ou 2, não cheguei a saber o que tocava no seu walkman...
Seus pais se separaram e ela foi embora com a mãe no dia que tomei coragem de me apresentar. Sofri e me martirizei por ser tão mané, mas hoje eu sei que o beijo que ela nunca me deu, faz dupla perfeita com minha memória de adolescente tímido e sonhador.

13 de jun. de 2011

Inspiração

Às vezes me falta a tal inspiração. Sendo ela um substantivo feminino, normal que me apronte umas ciladas... Mas falta de inspiração é coisa habitual na vida de um blogueiro.
O tema desse blog são as mulheres, as minhas mulheres.
As que passaram pela minha vida.
Pode ter sido hoje de manhã, ontem à noite, há vinte anos. Mulheres, tema infinito.
Convivo com elas desde que eu nasci, fui percebendo que não poderia viver sem o cheiro, sem as contradições, sem a coragem, sem as curvas, sem a alma feminina.
O amor é um sentimento bacana, mas existe a partir delas.
A paixão é show de bola, mas sem a voz macia do lado de lá da linha telefônica, não teria a menor graça. A vida é louca e imprevisível.
Por causa delas.
Já homenageei namoradas, ex namoradas, desconhecidas, anônimas, irmãs, amigas... Mulheres que entraram e saíram da minha vida, muitas vezes sem perceber o quanto me marcaram, o quanto foram amadas, o quanto foram... simplesmente mulheres.
Para que inspiração, se vocês existem, afinal?
:)

7 de jun. de 2011

Quem vai ficar com Mary?

Mary é uma amiga de longa data. Contrariamos as estatísticas de que amizade entre espécimes de sexos opostos não existe. Fomos amigos durante anos e nunca rolou nada. Tudo bem que ela passou 90% do tempo em que vivíamos na mesma cidade casada com meu melhor amigo. Isso anula a contrariedade das estatísiticas, mas... eu tinha que citar essa coisa inédita de ter uma amiga por 10 anos e não encostar o dedo nela. rs
Essa semana ela me ligou. Está solteira, livre, leve e solta. Cheia de pretendentes aos 38 anos. Me resumiu sua vida sentimental em 3 minutos e fiquei confuso por uns dois dias! Tá arrebentando corações, minha amiga Mary! Queria conselhos, dicas para conseguir administrar 3 homens diferentes sem perder nenhum. Como se eu conseguisse o tal milagre do teletrasporte e clonagem automática... Ela dizia que um é romântico e rico, o outro é lindo, inteligente e pão duro e o terceiro é feio, pobre e perfeito no sexo.
Eu não sei quem vai ficar com Mary, mas qualquer um dos supostos pretendentes será um sortudo em potencial.
Minha homenagem a uma mulher incrível, especial e que, apesar de estar com um monte de dúvidas, sabe exatamente o que quer: Ser feliz.
Então seja! Você merece.

31 de mai. de 2011

Virgínia

Ela era uma mulher interessante. Dava aula de história na cidade vizinha à minha, era uma das clientes da minha mãe no salão e fazia o estilo misteriosa. Tinha uns 10 anos a mais que eu e apareceu na minha vida num momento em que eu precisava ser cuidado. Tinha acabdo de descobrir que era pai, minha namorada tinha me deixado, eu estava sozinho.
Da primeira vez que prestei atenção nela, a achei muito esquisita: estava com aqueles rolos na cabeça e ria alto, provavelmente envolvida naqueles papos de salão que a maioria das mulheres adora. Nas semanas seguintes a encontrei algumas vezes e mesmo sem os rolos na cabeça, continuava achando que ela era estranha, desengonçada, quase feia.
Eu e Virgínia tivemos um caso, um affair, um romance regado a papos sobre ideologia, política e vida. Aquela mulher me conquistou com sua inteligência, seus conselhos, seu jeito de me deixar livre e feliz. Minha mãe jamais soube (foi mal aí, mãe.)
Passei a esperá-la na esquina do salão e íamos pra sua casa, transávamos no meio da sua biblioteca, bebíamos dry martini e ela me aconselhava a amar Lara, a perdoar meus próprios erros, a encarar minha nova vida de pai...
minha homenagem à Virgínia, minha doce Virgínia. Até de rolos na cabeça, passou a ser a mulher linda que me ajudou a enxergar o mundo como um homem de verdade.

26 de mai. de 2011

Recomendações médicas

Eu ganhei uma cardiologista.  E foi um presentão.
Profissional competente, cirurgiã do Hospital das Clínicas de São Paulo, dedicada, estudiosa e muito preocupada com a saúde de seus pacientes.
Hoje fiz teste ergométrico e uma bateria de exames solicitados por ela. No fim, recomendou que eu mudasse um pouco a dieta, continuasse com a carga de exercícios físicos e claro, parasse de fumar.
Também preciso dormir mais, trabalhar menos, diminuir o álcool...
Segundo ela, os resultados do teste foram incríveis, tenho um coração de menino e como nunca fui sedentário e me alimento razoavelmente bem, tenho pouco com o que me preocupar, a não ser por um detalhe:
Ando experimentando episódios de taquicardia e nem minha médica competente consegue dar um jeito nisso, justamente porque meu coração de menino só acelera quando ela chega perto, me olha sorrindo e se aconchega em mim.  Diante do mistério clínico, minha proposta é uma nova bateria de testes de esforço no próximo fim de semana, em altitude elevada, clima frio, bebendo muito vinho tinto, porque afinal, é sabido que vinho ingerido diariamente é absolutamente eficaz para combater surpresas coronarianas desagradáveis.
Tim-tim doutora! E à nossa saúde!!

24 de mai. de 2011

Lilian

Lilian me amou tanto que eu sentia medo dela.
Começamos com uma brincadeira inofensiva, um beijo roubado, um sexo casual, uma combinação mútua e aberta sobre não envolvimento.
Mas ela se envolveu. E não tava no script mas aconteceu.
Quem pode ter controle sobre isso, afinal?
Lilian era bonita, rica, culta, quase uma perfeição.
Eu sou um vira-latas, sem berço, sem estirpe, beberrão e cafajeste. Big mistake, Lilian.
Eu gostaria de ter me apaixonado por ela. Gostaria de vê-la entrar no meu mundo e se lambuzar de mocotó mineiro. Mas não deu.
E quanto mais ela me amava, menos eu tolerava esse amor.
Seus olhos negros grudados em mim enquanto eu dormia, me assustavam. Seu jeito delicado de dobrar a roupa de cama da minha cama me deixava levemente irritado. Como eu poderia ser capaz de rejeitar amor e dedicação?
Minha homenagem à Lilian. Ela quebrou as regras e eu a culpei. Mas quem sou eu afinal para levantar bandeira de regras?
Foi isso que ela me perguntou antes de ir.
E ela tinha toda razão.

23 de mai. de 2011

Denise

Denise desfilava decotes desconcertantes.
Denise dominava, disfarçava, dissuadia.
Denise destilava dualidades delicadamente.
Demônio doce, Denise.
Deusa, Denise.
Delícia, delícia, delícia.

19 de mai. de 2011

Status: amarradão.

Estou feliz.
Felicidade que acontece sem a gente esperar por ela, tipo surpresa, que citei no post anterior, é a melhor de todas.
Estou especialmente feliz.
E meu motivo tem nome, sobrenome e um estetoscópio pendurado no pescoço.
Estou amarradão.

16 de mai. de 2011

Surpresas

Às vezes a vida fica tão previsível, com horas e datas em seus devidos lugares.
A TV ligada sempre à mesma hora e a mesma música na vitrola gasta pelo som habituado a estar ali.
O microondas que avisa da lasanha ou do risoto ou da torta salgada. Mesmo tempo, mesmo bip, tudo igual.
Quando o interfone toca pra quebrar o que aparentemente está nos lugares certos, é a minha hora de sorrir.
E isso nem estava planejado.
Adoro uma surpresa.
Principalmente se ela chega sem calcinha e morta de fome.

Cátia

Ela é daquelas mulheres que aparecem do nada, quando você menos espera e vai mandando em você, mudando o sofá da sua sala de lugar e acabando com a sua vida desregrada pela cerveja e madrugas.
Na verdade, a impressão que se tem é que ela jamais saiu do seu mundo e que estava por ali, à espreita, esperando a chance perfeita de causar o grande impacto ao dizer: voltei.
Cátia e eu já fomos amantes, amigos, namorandos, namoridos e mais um monte de outros nomes que nos caberia, se a gente coubesse em algum deles. Mas a verdade é que a gente nem cabe na gente e sabemos disso muito bem...
Ela tem uma voz desconcertante e um jeito de passar as mãos pelos cabelos que é só dela.
Ela gesticula, fala na lata, troca idéia com o garçom do bar e depois me puxa discretamente pela gravata e diz que está a fim de me dar, assim, como quem pede mais açucar num café.
Minha homenagem de hoje vai para essa mulher muito.
Muito bonita, muito sexy, muito louca e de quem sou  fã número 1, apenas e simplesmente, porque ela não me deixa ser outra coisa.

10 de mai. de 2011

felicidade

A imagem das pernas esguias e do sexo úmido,  faz meu pau entender que a hora é dela e só dela.
Vou despindo seu vestido com a velocidade lenta de um filme francês. Quero que seja demorado, porque tem que ter valido esperar cada segundo.
Vê-la soltar o seu gemido grave e seco é o meu fetiche.
Minhas mãos entre pêlos e pele, entre lábios e cheiros, entre gostos e sorrisos.
Felicidade, se chegou até aqui, por que não fica e toma mais uma?

9 de mai. de 2011

O grande poder

Ontem foi o dia das mães. A todas essas corajosas, meus parabéns. A verdade é que tenho um respeito imenso por esse poder infinito nas mãos de vocês. Talvez, muitas de vocês nem tenham se dado conta dele, mas aqui vai minha teoria conspiratória.
Espero que compartilhem e compreendam:
Ter um filho é a mais importante decisão que alguém pode tomar na vida. É também a decisão mais irresponsável que alguém pode tomar na vida. Povoar o mundo, aumentar as estatísticas, piorar a poluição, criar mais conflitos entre povos e claro,
amar incondicionalmente.
Essa poderosa máquina de fazer gente, tem uma espécie de  botão ou controle remoto. E esse bagulho está nas mãos delas.
Esse é o maior poder dado pela natureza à mulher. Claro que elas precisam de nós, ou pelo menos de parte de nós, mas quem aperta o botão, quem muda o canal, quem programa e desprograma essa coisa de gerar um novo ser, definitivamente, é a mulher.
Vc pode estar louco para ser pai. A decisão é dela. Vc pode odiar a idéia de ser pai, a decisão ainda é dela. Vc pode estar amadurecendo essa vontade e ela dizer que respeita isso, mas ainda asim... é ela quem vai marcar a hora e o local. Você pode se achar esperto e vestir seu atirador de elite da tal borracha impermeável e mesmo assim a mulher ainda terá nas mãos, (entendam mãos como quiserem), o tal controle que fará alguém, nesse mundão de meu Deus, ter seus genes e continuar propagando-os sucessiva e infinitamente.
Talvez seja parte da sabedoria divina ter deixado a povoação do planeta nas mãos de quem entende.
Talvez.
Mais uma homenagem a essas poderosas criaturas, que mandam e desmandam nesse mundo e quem ainda se nega a enxergar isso, vai levar muitos sustos  e tombos por aí.

5 de mai. de 2011

Frases Parte1

Seleção de frases, ditos e pérolas femininas que tenho ouvido/lido por aí e anotado no meu caderninho para vocês deleitarem-se e entenderem um pouco mais do meu fetiche por elas:

"Eu gosto dele, mas podia ser um pouquinho mais macho, né?"
"Ontem a gente foi pra cama e ele nem pra elogiar meu cabelo antes. Poxa, eu tinha acabado de sair do salão!"
 (frases ditas pela mesma mulher, sobre o mesmo cara, com intervalo máximo de 6 horas)

"Ah, odeio usar calcinha." (de uma senhora de mais de 60 anos)

"Tinha vontade de ser homem na próxima encarnação, só pra poder comer uma mulher e não telefonar no dia seguinte." (de uma mulher que se diz defensora dos direitos femininos)

"Ele é meu número, mas como estou acima do peso ainda não tá cabendo..." (de uma fofinha bem humorada)

"Eu gosto do amor. Ele que parece não ir com a minha cara." (de uma mulher de 25 anos, desiludida com o fim de mais um namoro.)

"Meu cabelo tem personalidade e hoje ele tá com a macaca." (de uma menina de no máximo 12 anos, no metrô)

"90% dos homens que eu conheço, só querem me levar pra cama. Tenho culpa de ser assim, irresistível?" (de uma mulher linda e incompreendida)

"A cabeça veio com o corpo ou vc comprou essas peças perfeitas em lojas diferentes? (cantada deliciosa, numa balada paulista)

"Se eu beber, fudeu. Dou pro primeiro que pedir. Ainda bem que vai ter cerveja na festa" (da mesma mulher linda, disponível e sempre incompreendida)

"Preciso arrumar um namorado urgente. Há tempos não observo como está a pintura do teto do meu quarto." (de uma mulher de 35 anos, ironizando a necessidade de fazer sexo. Genial.)

"Tá mais fácil encontrar a Elisa Samúdio, do que a chave de casa na minha bolsa." (de uma amiga tuiteira)

"Comprei um vibrador há 3 meses e nunca usei. Gosto de ser conquistada, não tem jeito..." (de uma mulher com muito senso de humor)

"Meu útero clama por um filho. Só falta agora um espermatozóide chamar meu óvulo para jantar." (da mesma bem humorada, ainda justificando a falta de tesão pelo vibrador)

"Meu sonho era cantar bem. Mas a vida decidiu que ter bunda dura e redonda seria melhor pra mim." (do twitter de uma amiga com uma bela retaguarda e insatisfeita com as cordas vocais)

-Por favor, me leva pra jantar num lugar inóspito! (ela)
-Heim?? (eu)
- ... É que eu estou de dieta. (ela, uma mulher de 32 anos, formas perfeitas, no nosso 1o. encontro)

" Eu disse pra ele: Estou menstruada, mas segundo meu ex-marido, campo molhado não adia jogo." (de uma mulher bastante direta, falando da primeira vez que foi ao motel com o atual namorado)

-Não tenho uma roupa pra sair e ainda nem quitei o cartão de crédito esse mês.(ela)
-Gastou em que? (eu)
-Roupa. (ela)

"Eu tenho tanto ciúme de vc, que prefiro deixar vc solto e longe do que com essa cara de safadeza e simpatia do meu lado." (de uma "namoranda" louca e adorável)

Agora repete comigo: tem como não amá-las??

3 de mai. de 2011

Cristiana

Ela foi minha melhor amiga de faculdade por uns dois anos. Depois disso,se mudou para o Paraná  e trancou a matrícula.
A gente era dupla para os trabalhos quando estudávamos e para a cerveja quando matávamos aula.
Numa turma absolutamente masculina, Crica, como eu a chamava, era a rainha do pedaço.
Batia no peito pra dizer que nunca teria nada comigo. Éramos amigos e só. Ela me apresentava garotas, eu apresentava garotos pra ela. Quando alguém brincava e dizia que ainda ia rolar entre a gente, ela era categórica: Entre homem e mulher a amizade é possível sim. Nada a ver eu e Rubão!!
Chegava a ser ofensivo, mas eu fui me acostumando com a possibilidade de ser apenas amigo de uma mulher atraente como Crica. A vida é injusta...
Aí um dia a gente bebeu. Muito. E choveu demais na cidade. Chuva e cerveja: dupla infalível!
Nem sei em que circunstâncias a gente começou a se beijar, mas foi muito bom. Estranhamente bom.
Aquela mulher no meio da chuva e depois no meio de mim. Com a intimidade de uma irmã.
Minha homenagem à amizade. Sempre tem um colorido irresistível nesse sentimento.

2 de mai. de 2011

Gozar junto. Por que?

Ontem voltei de umas férias curtas pela Argentina, o que explica meu sumiço temporário do blog. No aeroporto de Buenos Aires comprei uma revista portenha, sobre comportamento.
Dentre as matérias que abordavam carreira, dinheiro, sexo e relacionamento, havia uma que falava sobre orgasmo simultâneo. Achei graça e resolvi trazer o tema para dividir com vocês:
Algém inventou que essa coisa de gozar junto é ter sintonia fina e que casal que não alcança essa proeza tem menos química que os outros. O pior é que tem um monte de sexólogo no mundo repetindo o mantra como se fosse uma verdade absoluta.
Na minha modesta opinião, mais uma mentira deslavada da cartilha faça sexo não faça amor. Gozar ao mesmo tempo demonstra sim que há um esforço da parte de ambos para algo sair sincronizado, mas isso não tem nada a ver com química ou entendimento no sexo. Isso tem a ver com treino, perspicácia, esforço físico e emocional. E quando acontece naturalmente?  Ah, legal! Que beleza. Não vai ser sempre assim, acredite.
E vamos ao meu ponto de vista, que é o outro lado disso: E quando cada um tem seu momento e o outro pode contemplar isso com MUITO prazer? E quando eu estou tão concentrado nela que a temperatura elevada da sua pele, os olhos seimicerrados, os batimentos cardíacos e tudo que acontece com seu corpo, passa a ser alimento para o meu gozo?
Assistir uma mulher umedecer, enlouquecer, vibrar(no sentido de tremer mesmo), é um dos grandes baratos da minha vida. Não me tirem isso com esse papo de que o orgasmo simultâneo é muito melhor.

23 de abr. de 2011

Mirella

Hoje encontrei Mirella logo cedo. Prometi pro espelho que não escreveria nada sobre ela, mas a piscadinha sexy na hora da despedida me fez mudar de idéia. Mirella foi o amor platõnico do início da adolescência, aquele frisson das três horas de banho com ensaio de cada palavra que seria dita na festinha americana de sábado. Éramos vizinhos em Uberlândia e isso aproximou nossas mães e a aproximou de minhas irmãs. Mirella não queria nada comigo e eu babava nela. Em certo momento eu fui útil apenas para aquecer o relacionamento dela com um namoradinho ciumento. Só.
Fiquei moagoado, mas o tempo, melhor amigo do cotovelo, me fez descobrir muitas possibilidades diferentes e melhores.
Hoje encontrei Mirella e suas duas filhas.Chegou de repente e ficou o dia todo. Casou-se, separou-se,  morou no Paraná e há pouco voltou pra Belo Horizonte com as meninas.Trabalha em uma Empresa de call center e eventualmente tem reuniões em SP. Pediu meu telefone e mandou aquela piscadinha na hora de ir. Depois sorriu descompromissadamente, enfiou o número no bolso da calça jeans e acelerou o carro no meio daquela poeirada.
Minha homenagem aos velhos amores que embora mal sucedidos, depois de um tempo sempre trazem boas recordações. Que este post sirva para acalentar alguns corações sofredores de amor não correspondido hoje. Amanhã tudo fica sempre melhor porque a poeira leva pra sempre.

20 de abr. de 2011

Sônia

Sônia é  minha primeira referência de fêmea alfa.
Tenho aquela lembrança fraca, mas real, dela pondo minhas irmãs, a quem ela chamava de gurias,  para dormir e cantando Adoniran Barbosa pra elas.
Ela era uma mulher realmente bela: olhos pequenos e sorriso grande. Outras lembranças estranhas me vem à cabeça de repente: ela e meu pai, um homem visivelmente mais velho de voz grave, andando num parque agropecuário e tentando não nos perder de vista.
Aí o tempo passou e Sônia foi ficando a mãezona de todo mundo, sem muita paciência para as lições de casa, dando uma chinelada para acalmar os ânimos da galera, cozinhando com um pouco de amargura, mesmo quando fazia doces. Depois que o marido se foi, Sônia passou a ter uma tristeza parada sobre ela, tipo nuvem de cartoon. Seus olhos ficaram menores e o sorriso também.
Ela se virou em vendas de bugingangas para pagar as contas, até que se tornou a cabeleireira da vizinhança e mais tarde abriu um salão na nossa garagem. Quando eu tinha 15 anos, ela me disse que eu era o homem da casa e que todo mundo contava comigo para isso. Eu fiquei orgulhoso, tirei onda com as gurias, mas à noite chorei no quarto, porque minha maior vontade era justamente ser o todo mundo que podia contar com alguém.
Sônia jamais se casou outra vez. Teve uns namorados, mas nunca os apresentou com esse título.
Um dia desses achei uma aliança perdida na sua penteadeira e ela me disse que estava ali por acaso, que não a via há mais de 20 anos. Polida e quente, pensei.
Hoje a minha homenagem é para essa grande guerreira, pulso firme, boa de conta, cozinheira de mão cheia, dona da melhor receita de feijão tropeiro do mundo.
Mãe, tô chegando. Saudade do colo quente e da mão pesada na minha cabeça. Nem adianta vir com aquela tesoura nervosa, porque meu cabelo desgrenhado faz o maior sucesso com elas!
;-)

18 de abr. de 2011

"Não estamos à procura do amor de nossa vida.
À procura não. À espera que aconteça, sim."
(José Saramago)

17 de abr. de 2011

virada paulista

Estou curtindo a virada cultural paulista, esse evento incrível concentrado no Centro da capital que traz uma série de espetáculos de arte e música. A filhota chegou ontem e estamos numa vibe como se não houvesse amanhã, que eu adoro.
Chegamos na famosa São João para assistir a uma banda cover dos beatles, a 4ever. Moleques bons, som bacana e Lara maravilhada com a avenida que Caetano eternizou em Ronda. Eis que, entre Yellow SubmarineHelp, uma mulher na faixa dos 40, acompanhada de duas amigas da mesma idade, dirige o olhar para nós, sorri sacana e comenta com uma delas:
- Incrível como homens mais velhos gostam de ninfetas.
E a outra completou:
- E elas deles.
Lara, a esquentadinha de plantão, enrosca os braços no meu pescoço e fala bem alto:
Paaaai, tô amando o show!
Eu apenas sorri, me afastei 5 passos para pedir mais uma skol pro Lenon, nosso fornecedor oficial da virada, quando vejo as três se desculpando com Lara, explicando o inexplicável preconceito de julgar e bradar contra uma situação qualquer, sem ao menos tentar entendê-la. Vi minha filha sorrindo docemente, satisfeita por ter esclarecido um mal entendido e claro, ter saído vitoriosa do embate que se instalou.
Nos reencontramos por coincidência, 3 horas depois, no bar Brahma e acabamos na mesma mesa, comendo um escondidinho e rindo da forma torta como algumas amizades surgem, ficam ou se vão. Demos boas gargalhadas, bebemos 22 chopes e combinamos de ver o show do Frejat hoje à tarde.
Lara, que não para de elogiar as novas amigas,  até pegou o telefone delas pra garantir que cantemos "exagerado" de Cazuza em frente ao palco Julio Prestes daqui a pouco.

15 de abr. de 2011

sexta.

O meu lar, que muitos desavisados já chamaram de cafofo, tem uma pilha de velhos vinis que a minha arquiteta linda fez questão de deixar exposta, porque essa coisa de ter velharia é tendência.
Pedi a ela uma iluminação suave, pra quando eu estivesse só com meus discos e meu amigo Jack (daniels).
Na minha vitrola igualmente exposta e igualmente velha toca Comfortably Numb do Pink Floyd.
O som não é limpo e a faixa 3 está arranhada, mas, quem se importa??

13 de abr. de 2011

Paradoxos.

Numa noite estranha como essa, olho o fundo do meu copo e percebo que a imagem turva de mim, é um pouco menos alegre do que eu gostaria. E que os cabelos grisalhos, junto com a dor no joelho direito apontam para um futuro sem piedade.
Às vezes ao afastar um livro dos olhos na tentativa de enxergar melhor as letras dele, me deparo com  o bocado de mundo que ainda não vi e percebo que a vista cansada é injusta e precoce.
Quando acendo o primeiro cigarro do dia e encho o meu pulmão dessa coisa torpe e infantil que é a fumaça, penso que prazeres pequenos são tão efêmeros quanto verdadeiros e que não adianta tentar alcançar o nirvana se o que me faz feliz é a bela bunda e velho masso de carlton.
Meu pau ainda sabe o que é bom e preciso que ele se lembre todos os dias e não faça feio na próxima década. Mas ainda acredito no buraco quente e definitivo que vai acalmá-lo e trazer a paz.
Paradoxos: não são um privilégio exclusivo delas. É falha humana, mais humana impossível.

12 de abr. de 2011

Maria Alice

Maria Alice é especial. Fomos apresentados pelas nossas filhas, numa tentativa de nos desencalhar.
Fizemos a nossa parte: fomos ao jantar de apresentação, dançamos, criamos a química necessária e rolou. Ficamos horas no telefone quando voltei a SP, trocamos emails, conversamos no msn e engatamos um namoro à distância com a ilusão adolescente de que seria possível driblar os quase 600 km entre nós.
Ela apareceu de surpresa no meio das minhas férias e foi uma delícia. Maria Alice é chegada a esportes, gosta de montanhismo e adora fotografar. No carnaval nos aventuramos por Ibitipoca. Ela, uma conhecedora profunda da região e eu um novato, encantado com sua desenvoltura e o suor bonito na sua testa, o sorriso a cada click de sua máquina ou cada etapa concluída.
Semana passada mandou umas fotos pra mim e disse que eu, que odeio tirar fotos, tenho afinidade com as lentes dela... rs
Hoje uma amiga perguntou pelo nosso namoro e eu tive que pensar a respeito... Nós não terminamos formalmente, mas entendi que acabou. Nossos telefones pararam de tocar e ela nunca mais disse que ia aparecer. Talvez a gente se veja na Páscoa e combine de comer chocolate juntos. Talvez.
A minha homenagem a essa mulher bonita de cabelos vermelhos, está no meu novo avatar: Pra lembrar dos momentos bons pelo solo árido das Minas Gerais, nos 5 dias onde o confete e a serpentina não fizeram a mínima falta a esse folião aqui...

Meu tipo de mulher.

Meu tipo de mulher, é aquela que quer me dar.
Pode ser descaradamente.
Pode ser discretamente.
Pode ser negando e depois assumindo.
Pode ser assmindo e depois dizendo não.
Pode se fazer de difícil e cumprir o manual da mulher certinha.
Pode ser libertária e cagar para as regras bestas da sociedade.
Pode ser tímida e fingir que foi conquistada.
Pode ser atirada e me fazer de presa.
Aiai... todas que querem me dar...
Menos mulheres do que eu gostaria. Mais mulheres do que eu mereço.

11 de abr. de 2011

Vivian

Vivian é casada há 5 anos, tem 1 filho de 3 e parece entediada. Entrou pra academia, fez novos amigos, ficou loura e passou a pintar as unhas de vermelho. O marido não estranhou, achou bom que fizesse exercícios, elogiou o novo visual, mas não enxergou o tédio nos olhos da mulher.
Vivian sempre me dá um lindo sorriso de bom dia quando eu passo por ela no hall do elevador. Roupa de ginástica e rabo de cavalo. Numa sexta dessas que começam ensolaradas e acabam em chuva, coisa comum em Sampa, ela parou o carro a duas quadras de casa e perguntou se eu queria uma carona. Eu estava molhado dos pés a cabeça e meu laptop tb. Aceitei. Vivian usava um vestido preto e justo, reparei que tinha canelas roliças e exibia um colo bonito, branco- contraste perfeito com o vestido.
Ela confirmou meu nome, eu perguntei o nome dela. Falamos do clima louco da cidade, do trânsito, do apartamento em reformas que nos acorda diariamente. Ao chegar na garagem, se convidou para um café.
Ela ficou admirada com o apartamento tão arrumadinho de um"rapaz solteiro". Tomou 3 cafés, elogiou meu sofá e falou da vida. Eu acendi um cigarro e ela comentou que parou de fumar na gravidez. Falamos de filhos e planos. Frustrações e sonhos.
Aí olhou no relógio e disse que era hora de ir.
Agradeceu os cafés e chegou tão perto de mim ao se despedir, que pude sentir seu hálito bom.
Eu disse "volte quando quiser" e ela respondeu: "É só me chamar". Deu o sorriso de bom dia que  me dá todas as manhãs e pegou o elevador.
Agora espero não a encontrar tão cedo, porque o cheiro da sua boca ficou por aqui e a marca de seu batom na minha xícara... Tô achando que é muita intimidade com a vizinhança...
;-)

9 de abr. de 2011

8 de abr. de 2011

mulher com história

Há uma epidemia de carência feminina.
Tenho encontrado diariamente mulheres precisando de atenção . Há em todo lugar um olhar que pede um sorriso e um sorriso que pede um toque. Essa solicitação constante de afeto me faz pensar que, talvez por isso, fêmeas sejam espécimes tão interessantes.
Mulheres carentes me dão tesão. Gosto do jeito como se queixam e se conformam de não terem o que seus corações anseiam.
Sou facilmente seduzido por insones, tristes, machucadas, mas com uma esperança que diz sim. Tenho queda por casos de amor mal sucedidos. A verdade é que gosto de mulher com história.
O melhor pacote é aquele com paixões, lágrimas, felicidade e dor. Que graça pode ter uma pessoa com  planejamento, todas as metas cumpridas, vidinha organizada e feliz? A vida incólume não fica bem nem em comercial de pasta de dente. É chato.
Gente de verdade tem osso que dói, cabelo que cai, gorduras teimosas, marcas de expressão e chulé. (menos, né? =D)
Gente de verdade transpira e eu sou doido por uma mulher suada.
Mulheres com história rendem papos longos, noites movimentadas, sexo bom.
Mulheres com história são reais e vida real é a melhor que tem.

5 de abr. de 2011

Tatiana

Ela é daquelas mulheres chave de cadeia.
Feita sob medida para um pacífico como eu.
Não leva desaforo pra casa.
Não curte homem canalha.
Fala alto e com dedo em riste.
mas fica doce quando eu chego com flores.
E quando compro uma lingerie preta que deixa suas sardas mais lindas.
E se derrete quando eu falo francês no seu ouvido.
...
Aí eu sumo 3 dias, tenho trabalhado muito, deixei recado na caixa postal, ela nem viu...
e meu telefone toca às 7 da manhã com o triimm que é só dela.
Chave de cadeia renovada.
Acabou o efeito calcinha preta.
Não adianta eu falar francês ou qualquer outro idioma.
Tati está muito zangada.
Melhor eu esperar.

3 de abr. de 2011

Maria

Eu não assisti ao Big Brother. Não por preconceito. Não vi porque não vi. Sem tempo, sem saco, com  outras coisas pra fazer. Assisti a algumas cenas, ouvi os comentários e aí ontem, fiquei sabendo que ganhou uma mulher: Maria. Uma mulher que ganha o BBB Brasil não sendo feia, não sendo pobrezinha e não sendo santa.
Ela ganhou com milhões de votos, sendo que a maioria dos votantes é do sexo feminino. Curioso, não?
Lembro de tê-la visto na tv uma ou duas vezes, uma nova gostosa, uma próxima playboy, nada diferente do mesmo de sempre.
Mas ela ganhou e lá fui eu tentar saber porque.
Descobri então que Maria foi a protagonista do tal programa. Que há boatos fortíssimos apontando para um passado obscuro de Maria.
Que ela ficou com dois caras dentro do confinamento e que um deles a desprezou depois de ter saído e voltado. Que Maria se humilhou querendo de volta o amor do babaca e que esfregou, literalmente, na cara do sujeito, pra todo mundo ver. E que Maria bebeu todas, brigou com meia dúzia, tirou a calcinha, chorou, esperneou e disse que não passa vontade e perdeu a noção várias vezes. Ah, Maria...
E fui eu, todo animado escrever sobre as várias Marias que conheço, mas me deparei com tanta coisa bonita sobre ela na internet, que não achei correto eu escrever sobre algo que mal acompanhei.
Transcrevo aqui um post bacana de um blog mais bacana ainda, escrito por uma mulher,claro, que traduz muito bem a alma de tantas Marias dessa vida:
"Eu me enxergo na Maria. Eu enxergo muitas mulheres na Maria. E eu repito Maria-Maria-Maria. A Maria representa nossas lágrimas, nosso rímel borrado, nossos porres, nossas ligações na madrugada, nossos fiascos, nossas insanidades. A Maria representa aquela mulher que já perdeu a cabeça e o juízo por causa de um homem. A Maria é aquele comportamento que você teve sábado passado quando, bêbada e ofendida, mandou 34 mensagens para o celular do ex-namorado. A Maria sou eu há 5 anos, que corria atrás de um cara que me fazia de gato e sapato. Maria é aquela moça que insiste em manter uma relação com um cara que tem namorada. Maria é aquela que gosta, tem uma inocência no peito, uma ilusão na boca, uma incoerência no olhar. Maria é aquela que acredita em palavras, se apega e quer ir até o fim. Maria é aquela que acha que o passado dita a moda do presente. Maria é aquela que não pensa antes de falar - e age como dá na telha. Maria é impulsividade, calor, vontade. Maria é a falta de vergonha em se expor.A Maria, minha amiga, é a inimiga íntima de toda mulher." (http://clarissacorrea.blogspot.com/2011/03/meu-lado-maria.html)

Maria, passa lá em casa, quero te dar os parabéns e algumas dicas de aplicação para um milhão e meio de reais! ;)

1 de abr. de 2011

Leila

A conheci numa reunião de pais e mestres em Uberlândia.
Lara tinha uns 11 anos e lá fui eu fazer o pai participativo, na reunião chatérrima numa sexta feira à noite. Havia tantas baboseiras permeando os assuntos necessários que qualquer tema ganhava mais 30 minutos, facilmente.
Lá pelas sete e porrada, eu estava entediado e levemente impaciente com aquelas pessoas, bem mais velhas que eu, me chamando de pai.(semrpe achei retardado essa mania de pediatras e professores nos chamarem de pai e mãe). Foi nesse momento que avistei Leila, do outro lado da sala. Usava uma calça preta e uma jaqueta jeans. Tinha cara de conteúdo e anotava várias coisas que as professoras falavam. Eu achei minha distração e sorri. Comecei a observá-la. Comecei a seguir seu movimento de cabeça, reparei que não usava aliança e que estava realmente interessada naquela carnificina cerebral. Achei graça. Tivemos um intervalo e me apressei para pegar o lugar da gorducha participativa ao lado dela. Eu sorri, perguntei se ela queria uma água e disse que pai eu era no meio daquela multidão de progenitores. Leila foi meio seca, mas 15 minutos depois estávamos rindo dos comentários que fazíamos da coordenadora pedagógica chata pra caralho.
Fugimos 30 minutos antes e fomos tomar sorvete. Leila era mãe de gêmeos, divorciada há 6 meses, um mulherão. Era médica e tinha sonhos bonitos para ela e os filhos.Saímos algumas vezes, depois de alguns meses ela voltou com o ex marido e nos tornamos bons amigos.
Hoje repondi a um email dela, um dos meninos passou pra medicina, ela está feliz.
minha homenagem a uma bela companheira pra reuniões chatas e programas de indio em geral. Diversão garantida, com direito a beijos muto bons.

31 de mar. de 2011

Bem vinda à minha vida.

Bem vinda.
Não sei seu nome, mas pode ser qualquer um. Quero chamá-la sem apelidos, sem pseudônimos.
Não conheço seus modos de ver o mundo, mas se apresente e eu vou rastrear essa alma sem me apossar dela ou fazê-la menor.
Ainda não tenho seu email, seu telefone, não sei se usa o msn ou se tem facebook. Mas quero ser adicionado na sua vida, viver coisas reais e amar verdadeiramente.
Bem vinda.
Sei que vc tem tanto a ensinar que estou curioso, mas estou calmo tb, porque teremos todo tempo do mundo.
Frite um bife pra mim e beba o meu café com gosto das Minas Gerais, estou certo de que vc vai gostar.
Passeie comigo de mãoes dadas, me deixe sentir seu cabelo me tampando os olhos e me concedendo a melhor vista do planeta.
Bem vinda ao meu quarto com discos e livros pelo chão, tire as minhas manias de solitário e ponha um perfume de rosas em seu lugar.
Traga a bolsa com maquiagem, com sabonete cremoso e aquele creme pros olhos antes de dormir.
Não durma. Deixa eu cuidar de vc e proporcionar os sonhos perfeitos, pelo menos até o dia seguinte e no dia seguinte ao seguinte, se você quiser.
Bem vinda.
Bem vinda.

Porque eu gosto de chupar uma mulher

Acho que tem gosto de fruta.
Não é fruta que dá em árvore, mas amadurece e fica suculenta pra mim.
Acho que tem perfume de flor.
Não que seja jasmim ou alfazema, mas exala alegria com o cheiro que só alegria tem.
Acho que me tira do rumo.
Não há sensação mais infantil e legítima e que me deixe mais feliz, do que ficar sem rumo.
Acho que é a melhor visão do mundo.
Eu já perambulei por aí, mas não há montanha ou mar que se compare à essa vista.
Eu gosto de chupar uma mulher, mesmo quando ela está dormindo, ou falando no telefone, ou tomando sol...
Eu gosto de chupar uma mulher porque essa é a maior entrega que vocês, generosas, podem nos dar.
Da minha parte, obrigado!
:-)

29 de mar. de 2011

Karla

Karla era uma mentirosa compulsiva. Acreditava tanto nas mentiras que contava, que muitas vezes fiquei em dúvida se ela tinha consciência delas. Ela era uma mulher bonita, rodeada de amigos, dona de uma inteligência tipicamente feminina. Nós nos conhecemos por acaso, numa viagem inesperada que fiz para Brasília. Me encantei com sua auto estima, com a forma como escolhia as palavras, com a desenvoltura ao falar de si mesmo e do mundo à sua volta. Mas karla era um personagem. Tinha poucas coisas reais ali. Ela fazia da própria história, uma grande colcha de retalhos costurada com poucas verdades, algumas meias verdades e muitas mentiras. Tivemos uma relação breve e intensa. No dia que eu quis que ela fosse embora, percebi que estava tão envolvido com a personagem criada, que estava difícil dispensar a Karla real. Loucura.
Eu sou macaco velho. Só quem se dá tanto à alma feminina pode aprofundar-se nela a ponto de reconhecer suas mazelas e disfarces. E eu reconheço de longe uma mentira bem contada, uma história bem montada, uma vida que só existe no discurso. Tem gente que prefere ser outra pessoa, pelo simples fato de não aceitar os próprios defeitos ou não perceber as verdadeiras qualidades. Acho triste.
Há uma máxima popular que diz que as máscaras sempre caem, mas é incrível como certas pessoas desenvolveram camadas de máscaras e sempre restará uma pronta atrás da última caída ou arrancada à força.
Minha homenagem de hoje vai pra essa mulher que, inteligentemente, consegue enganar quase todo mundo por quase todo o tempo. Inclusive a si mesma.

28 de mar. de 2011

Sempre elas

Hoje é domingo, o dia mais chato do mundo. A programação na TV beira ao intolerável e SP faz um dia ruim ficar bem pior.
Às vezes a contínua massa cinza sobre a sua cabeça faz vc despertar de um transe e pensar: "O que estou fazendo aqui?" Hoje peguei minha bike, um presente que me dei há pouco mais de um mês e fui pedalar. Há um circuito de 55km de ciclovias que funciona apenas aos domingos. Provavelmente porque o cara que idealizou isso, mora aqui e sabe que o dia mais chato do mundo nessa cidade que faz qualquer dia chato parecer ainda mais chato, merecia uma ciclovia para pessoas entediadas e solitárias como eu. Lá fui eu suar em cima da bicicleta, procurando motivos para sorrir e sobreviver ao domingo.
Na volta parei no Ibira, lotado de gente, resolvi ir ao MAM e deixei minha magrela no bicicletário.
Foi aí que meu dia começou a mudar. Ela é paulistana, professora de história da arte, loira, calma. Faz qualquer dia maravilhoso ficar ainda mais maravilhoso. Torna o domingo, um dia feliz. Anda de bicicleta todos os domingos antes de ir ao MAM. Acenou, me ofereceu água e acabmos num almoço delícia. Nós e nossas bicicletas. Conversa bacana que só uma mulher consegue manter. Essa é minha homenagem a essa incrível mulher que conheci hoje, mas tb a todas as outras que comandam meu humor, me inspiram, me tiram do cerne e me devolvem a ele. Elas, sempre elas. Obrigado.

22 de mar. de 2011

Sim, elas fingem

Mulher é naturalmente dissimulada. Há um cinismo bonito na alma feminina. Há anos ela tem que segurar pembas intermináveis. Seja com os filhos,  chefe, quilinhos a mais, sogra, empregada e claro, com a sua própria vida sexual. Que mulher consegue manter a espontaneidade depois de horas de trânsito, reuniões intermináveis, lista de compra, malcriação de criança, contas atrasadas, tpm?...
Mas aí tem a obrigação de gozar, viver a fim, parecer sexy o tempo inteiro. Sim, elas fingem. Talvez por ser um caminho mais fácil, que abrevia algumas deérres sem solução, garante a boa noite de sono e o sorrisão do garanhão esparramado na cama, que ela ama agradar.
Sim, elas fingem e na grande maioria das vezes a gente nem percebe. É muito bom fazê-las gozar e por isso mesmo que de uns tempos pra cá o orgasmo virou algo compulsório. Queremos máquinas de fazer sexo ao simples toque de alguns botões e sem muito esforço de nenhuma das partes.
Onde está aquele caminho bonito atrás do gozo feminino?
Cadê a descoberta da carícia certeira que faz a nuca arrepiar e a escolha da frase dita no ouvido que molha lençóis? Cadê o seu prazer verdadeiro, fêmea? E quem te disse que sexo só é muito legal se vier com um orgasmo milenar?
A receita do bolo é mais simples do que se imagina:
não deixem os orgasmos fingidos serem maioria, cuidem dessa estatística, naõ percam a mão. Aliás a mão pode ajudar muito nessa história ;)
Sim, vocês fingem. E eu já sabia.
Mulher que não se contradiz não tem o menor charme.

21 de mar. de 2011

Aline

Aline (o nome não é esse, mas vamos chamá-la assim.) era uma mulher linda. Do tipo muita areia pro meu caminhãozinho.
Pra começar, mais alta que eu. Se tem uma coisa que eu aprendi nessa vida é que na horizontal somos todos do mesmo tamanho, portanto mulher grande não me mete medo. Mas se ela vem a 1,79 com boca carnuda, aí eu me pelo.
Aline tem a boca mais carnuda que se tem notícia. Lábios tamanho apetitosos . Jolie? Boquinha fina.
Ela trabalhava em feiras e eventos promocionais, recebia 100 cantadas por dia e 90 propostas de casa, comida, roupa lavada por semana. Aline era um quadro lindo para qualquer parede.
Fomos apresentados por um amigo comum, que selecionava moças para esses freelas. O cara vivia cercado dessas beldades e como é leitor do blog, não posso revelar todos os podres de que eu tenho conhecimento. Mas enfim, eu tinha levado um fora, estava sozinho e triste e ele como bom amigo quis me animar. Fomos numa festa no bairro da Lagoa, Rio de Janeiro. Festa de bacana, blue label a rodo e as mulheres mais bonitas da cidade. Quando bati os olhos nela, senti um arrepio típico que acontece quando uma mulher me tira do centro. Ficamos de papo e inacreditavelmente, marcamos um cinema com chopinho para o domingo e lá fui eu buscar a gata na Ilha do Governador. Eu era pinto no lixo atravessando a cidade para tirar onda ao lado daquele mulherão. Papo gostoso, chope gelado e combinamos o tal cinema para o meio da semana. Não sou nenhum galã de novela,  mas me garanto em outras áreas e lá fui eu ser gentil e bom amante que é minha especialidade. Ou era até esse dia.
Aline não gostava de transar. Com todas as letras, com todas as bocas carnudas reunidas naqueles lábios, ela me disse que detestava sexo. Fazia por obrigação, mas achava uma chatice. O cabelo embaraçava, o suor a incomodava, tinha vários nojos e restrições. E olha que beijava bem, a danada.
Não gostava de ser tocada abaixo da cintura, porque tinha nervoso e não tocava ninguém abaixo da cintura pelo mesmo motivo. Tinha medo dos peitos caírem, tinha alergia ao latex da camisinha e jamais transaria sem uma. Ou seja: Aline era uma mulher impossível.
Um belo quadro em qualquer parede, como eu já disse. Imóvel, enfeitando o ambiente e sendo elogiada por ser tão perfeita. Perfeita para uma moldura, no máximo para uma conversa e cineminha.
Faltava afeto àquela mulher. Faltava ser afetada por uma coisa simples chamada tesão, desejo, vontade. Que pena.
Mas quem consegue decifrar certas mulheres?

segunda feira

Hoje é segunda feira e se há uma unanimidade entre credos e culturas é que a segunda feira é um dia chato.
Estamos pegando no tranco, ressacados do fim de semana e com preguiça de chegar até o final da próxima.
Segunda feira é uma merda.
Meu telefone toca antes das 8, o que eu considero uma afronta. Começar a semana sendo acordado no grito não é um bom começo, mas estico o braço, acho o danado do celular se esguelando e trato de silenciá-lo com um alô timbre caverna do dragão.
E aí...
-Te acordei pra dizer que sonhei com você e deve ser saudade. O que faremos a respeito?

(...)

Incrivel como a segunda feira deixa de ser unanimamente um dia chato, assim como toques estrondosos às 8 da madruga passam a ser música para meus ouvidos.
É, eu sou um romântico.
;)

17 de mar. de 2011

meninasXmeninas

Me deparo com uma cena romântica na saída do metrô Consolação. Duas meninas de no máximo 20 anos se pegando na escada.Eram beijos calientes, abraços com vontade, sorrisos e olhares apaixonados.
Vou pra casa com uma dúvida na cabeça, quase um temor:
Será que as mulheres da nova geração já descobriram que já que são melhores espécimes que nós, podem se bastar a si mesmas? Sera a nova ordem mundial? Será que homens serão banidos? Será que eu tô muito careta?
E antes que a patrulha me perturbe: nada contra duas mulheres se curtirem. Acho bonito, sério.
Mas se vocês passarem a resolver dessa forma nossos problemas de relacionamento... tô perdido.

Monique

Sempre acho que há algo errado com esse nome. Parece que os pais erraram ou o escrevente quis sacanear. Monique sempre me desceu mal, uma coisa meio metida à besta, meio francês tupiniquim.
Ontem ela me pediu um cigarro e sem cerimônia sentou na minha mesa e debruçou os seios(lindos) para que eu o acendesse.
Me fitou com olhos devoradores e disse que sentia frio.
Se apresentou como Monique e eu nem fiz caras de poucos amigos, porque afinal que importância tem um nome torto no meio daquela perfeição?
Ela entendeu do alto de seus 1,70 que apesar de eu não estar babando,havia um sorriso pronto pra ela. Mulheres sempre me provocam uma confusão de pensamentos e me deixam com cara de bobo, é inevitável. Mas quando eu disse pra ela ficar e beber uma comigo, ela balançou a cabeça, fez quase um beicinho e se levantou com pressa.
Ela ficou por ali, fumando o meu cigarro e me olhando de lado, de costas pra mim. Eu fiquei ali, mirando suas pernas morenas(raridade em são paulo) e viajando na nuca nua de frente pra mim. O garotão sarado chegou 3 minutos depois, puxou-a num abraço que mais parecia uma gravata e deu uma palmadinha na sua bunda. Ela se virou, me olhou mais uma vez e se foi com seu namorado troglodita.
Mulheres... tem como não amar?

16 de mar. de 2011

nostalgia

Esse blog é uma coleção de nostalgias. saudades pequenas e grandes, lembranças que surgem quando me deparo com situações que vivi e outras que gostaria de não ter vivido.
Colecionar nostalgias é minha especialidade. A solidão é uma bela companhia para a  saudade, quem duvida?
Da minha janela avisto um opala branco estacionado há semanas embaixo da mesma árvore. Me lembro de um igualzinho que meu pai tinha e me vejo criança em seu colo, controlando o volante do apalão...Nostalgia.
Mulheres invadem minha memória, lugares invadem minha saudade e eu sinto os cheiros e os gostos dessas lembranças.
Eu gosto da nostalgia.
O amor é nostalgico. Ele sempre deixa um rastro, uma carta, uma fotografia pra lembrar.
Cada linha escrita aqui, me leva para um momento único. É quase um teletransporte para rostos, pêlos, sorrisos, histórias, gozos, lágrimas, almas, bucetas, bucetas, bucetas.
A nostalgia é um vício bom.
Pretendo continuar me dedicando a ele nessas minhas intermináveis noites de solidão.

15 de mar. de 2011

Janaína

Deusa do mar. Era assim que eu a chamava fazendo referência à Yemanjá. Claro que era uma referência tosca, porque ser uma deusa do mar morando em Uberlândia é meio impossível.
Jana curtia quase tudo que eu e a gente se entendia bem pra caralho. Éramos daquele tipo de amor de verão e todas as vezes que eu voltava à Uberlândia para ver minha vó e os meus amigos a gente ficava. Ela me ligava pra dizer: "Vem me comer!"
Eu fui o primeiro cara com quem ela dormiu. Vieram outros depois, claro, mas eu estava ali no topo da lista e eu me orgulhava disso. Uma vez cheguei em Uberlandia, ela estava namorando, mas deu um bolo no tal moleque pra ficar comigo o fim de semana todo.
Não tiramos os pés do quarto, porque afinal, ela era moça comprometida num bairro onde todo mundo a conhecia.
Ela inventou uma gripe forte e eu nem sequer contei pros amigos que estava na área.
Ai, ai Janaína... deusa do mar.
Há alguns anos bateu uma saudade doida dos cabelos negros dela, do cheiro de mato que ela tem e parti pra Uberlândia, fui visitar a filhota, rever os amigos e comer Janaína, o melhor prato da região.
Mas ela não me quis. Ela me disse não. Eu não fazia mais parte da tal lista que me manteve no topo tanto tempo. As coisas mudam, eu sei. A fila anda, sempre dizem e eu quase já me acostumei com isso.
Essa é minha homenagem a uma deusa do mar que nem precisa ter o mar por perto pra ser a deusa dele.
...Saudades de umas ligações na madruga, aquelas de aguçar meu apetite.

14 de mar. de 2011

O medo.

Tem gente que tem medo. Medo de amar. Medo de se dar.
Tem gente que até tenta, se esforça e luta, mas vem o medo.
Ele bloqueia e endurece. O velho medo que fode tudo quando mais uma vez alguém poderia ser feliz.
Tem gente que sofre e não quer sofrer de novo. Que chora e não quer chorar de novo. Que morre e não quer morrer de novo.
Aí vem o medo com seu olhar sorrateiro e tal qual um vírus oportunista de baixas imunidades, se apodera da alma, da vida e de todas as possibilidades.
E aí tem gente que passa a viver assim, feito zumbi ou passarinho encolhido. Já não dá tantas gargalhadas, já não amolece mais as pernas e não sente o coração na boca. Até sobrevive, até sente tesão, até se emociona aqui e ali, mas o amor envolve uma entrega impossível para os que tem medo...
O medo que paralisa, trava e derruba.
Medo. Por que? Pra que?

13 de mar. de 2011

estrada

O silêncio da estrada é cortado pelo som do Cold Play e meus pensamentos.
Em três horas estarei de volta ao tumulto dos semáforos na Avenida Paulista.
O café e o cigarro deste Graal tem o gosto de saudade e de paz.

Até.

8 de mar. de 2011

(refazendo...) Dia internacional da mulher

Estava tenso. O dia mais importante para esse blog já no fim e eu não conseguindo entrar aqui e prestar minha homenagem.
Não que tenha planejado um post especial ou algo assim, mas hoje é teoricamente a data chave para tudo que venho escrevendo ao longo desses meses. Já tive alguns blogs, assuntos diversos, muito mimimi na rede, mas nenhum dos outros me deu tanto prazer ou revelou tanto a minha essência quanto este aqui. Sentar diante da tela azul e abrir meu coração para descrever uma fêmea a partir de seu nome é parte do que se passa  há algumas décadas dentro desse vagabundo que vos fala...
A idéia de me isolar em pleno carnaval foi minha. Há um momento em que a natureza nos chama para um encontro e há tempos eu estava necessitado de uma trégua com o excesso de álcool, com as noites mal dormidas e com meu maldito e querido tabagismo.
Vim para Ibitipoca. Caminhadas hards para testar meu pulmão, silêncio para descansar os tímpanos e namoro para não perder o bom hábito. A solidão faz a gente desacostumar da companhia do outro e eu definitivamente, não vou correr esse risco.
Prometi que não escreveria nesses dias, nem ligaria a TV e nem fumaria. Me permiti uns vinhos, uns sexos e só. Mas hoje é dia da mulher, o mote deste blog, e eu pretendia vir aqui a meia noite e fazer um post bonitinho. Não rolou. A internet da pousada deu tílt e eu percebi o quanto preciso disso aqui como terapia, válvula de escape ou qualquer outro nome que possamos dar a um tratamento da alma.
A impossibilidade de escrever me deixou frustrado e mal humorado. Fumei quatro cigarros e fiquei puto com os passarinhos na janela. Constatei que o blog é mais um vício a ser cultivado...

O dia da mulher na minha vida é diário, mas quero seguir o script do calendário mundial pra dizer o quanto vocês mudam minha visão do todo. O quanto eu as admiro e as amo. O quanto vocês são meu norte e o quanto são capazes de me enlouquecer. Sou apegado ao cheiro, ao gosto, à textura da pele. Preciso do sorriso, do conselho, da problemática linda que é a cabeça feminina. E como sinto inveja da coragem, da força, do jeito terno e decidido. Como gosto dos peitos, das curvas, dos cabelos de cachos e dos que são lisos. Como eu gosto da buceta que domina e da buceta que espera.
E da alma feminina que ensina e aprende. O tempo todo.
Feliz dia, queridas. Todas vocês.

2 de mar. de 2011

Clara

Clara tinha 28 anos quando a conheci. Era uma menina machucada pela vida ruim. Tinha saído do interior de Minas e chegado a BH pra tentar a sorte há dois anos. Estava magra e não gostava de sorrir.
Fazia programas na Zona Grande há alguns meses e mandava dinheiro pra família pobre no final do mês. Pouco dinheiro.
A primeira vez que a vi era antes das 9 da manhã, ela tinha a maquiagem borrada e estava exausta. Mesmo assim, estava linda. Não aceitou a média com café que eu ofereci, mas me pediu um cigarro. Eu insisti no pão com manteiga e em troca do cigarro ela deu duas mordidas.
Me apaixonei por aquela mulher frágil de vida difícil. Quis levá-la pra casa, fazê-la mudar de vida, arrumar um emprego pra ela.
Os olhos verdes e a pele branca. As coxas macias e o perfume de flor. Nunca paguei pelo amor que ela me deu. E nunca acreditei que ela fosse minha. Vivi na íntegra um sentimento que quase ninguém entendeu.
Nem ela.
Por isso me deixou no dia em que o ciúme me corroeu a alma e me abateu. Eu justifiquei : "Sou de carne e osso, porra! Sou homem!"
E ela respondeu enquanto vestia a meia calça:
"Pois é. Mas é de um superhomem que estou precisando."

28 de fev. de 2011

Machos Século XXI

Tenho um pouco de vergonha desses machos século XXI.
Esse corporativismo babaca que faz os homens se acharem o máximo com seus brinquedinhos motorizados e suas Barbies sem cérebro. Sinto-me constrangido em algumas rodinhas de bar, onde o assunto que circula é tão infantil quanto às velhas panelinhas em volta do pátio da escola, na hora do recreio.
O que será que nos faz não crescer? que força é essa que nos mantém na mediocridade pueril dos mesmos sentimentos desde sempre?
Tenho um pouco de vergonha desses machos século XXI.
Somos produto de uma sociedade dominada por anti-escrúpulo, por anti-amor, por anti-sinceridade.
Estou longe de ser virtuoso, tenho defeitos pra caralho e ainda luto para crescer diante da inércia dominadora e da vaidade sedutora, porque afinal, sou homem.
Eu continuo no time, porque gosto de futebol, de corridas automobilísticas e das lutas nas madrugas. Só não quero a etiqueta do homem desse século. Preciso que meus olhos vão além das belas bundas (embora as aprecie muito). Preciso das minhas pernas caminhando em direção à coragem e que isso me permita algumas cabeçadas e erros. Não quero resistir aos erros. Não quero caçoar das paixões.
Tenho um pouco de vergonha desses machos século XXI.
Os que tem medo de mulher.
E onde há medo não há respeito.
Pensem nisso.

27 de fev. de 2011

Dona Áurea

Dona Áurea é daquelas fêmeas que dão orgulho na gente.
54 anos. Salário mínimo. 6 ônibus diariamente.
Sorriso constante no rosto.
Perdeu geladeira, fogão e etc numa das chuvas que tem castigado São Paulo no último mês.
O neto mais novo morreu de dengue ano passado
Sorriso constante em seu rosto.
A maioria das pessoas nem nota sua presença
A maioria nem dá bom dia.
E o cafezinho dela alegra minhas manhãs no trabalho.
E o sorriso constante em seu rosto me fez prestar essa homenagem hoje.
Dona Áurea, mulher de verdade, que se entrega à vida, apesar de.

25 de fev. de 2011

Quando o sono não chega

Noites insones.
Vontade do silêncio se estender e encontrar o dia..
Mas seus ponteiros estão intactos.
Idéias bobas na cabeça.
Idéias tristes.
Lembranças.
Noites insones.
O cigarro não relaxa.
Os ponteiros intactos.
Imagens fora da TV
Desejos fora do lugar.
Noites insones. Tão previsíveis.
E não me resta dormir.
Me resta o meu resto diante dos ponteiros intactos das noites silenciosas e insones.

23 de fev. de 2011

mulher jura

- Jura que vc não tá mentindo?
- Jura que vai ficar tudo bem?
- Jura que vc adorou o boquete?
- Jura que não tô mais gorda?
- Jura que vc vai chegar na hora?
- Jura que vc vai na festa?
- Jura que me ama?

Juro, meu amor.
Mas meus dedos estão cruzados embaixo da mesa.
A verdade tem a cara que a gente dá a ela.

22 de fev. de 2011

Sandra

Sandra era uma mulher independente. Do tipo que insiste em rachar a conta do motel. Gosto de mulheres independentes mas não racho conta de motel, nem fudendo(literalmente)
Sandra dava banho de cultura, tinha estudado no exterior, dominava a matemática financeira e fazia questão de deixar isso claro como gestora de finanças de um banco. Aquela típica mulher de terninho e salto alto, vivendo em São Paulo e equilibrando pastinha na mão esquerda e celular na mão direita.
Sandra não era propriamente bonita, mas era tão segura que beleza no seu caso, estragaria tudo.
Nos conhecemos numa reunião difícil, ninguém queria ceder e todo mundo tinha razão. Quando acabou, os ânimos estavam tão exaltados que ela disse não, secamente, quando a convidei para um café. Dois dias depois trocamos um email e apesar dela não me dar uma brecha sequer, eu refiz o convite para o café e ela topou.
Sandra era diferente fora daquele uniforme de executiva. Ela era leve e quase parecia normal.
Aos sábados jogava tênis e fazia um trabalho voluntário num hospital infantil. Além claro, de ter o fogo e o fôlego necessários para me tirar do sério.
Ficamos juntos por uns meses, mas não é fácil dosar o ego e os desejos de uma mulher que vive no topo do mundo...
Minha homenagem a esta fêmea forte, decidida, gostosa e inteligente.
O mundo corporativo nem tem idéia do que você é capaz..

21 de fev. de 2011

Mulheres que amam demais

Aqui nessa cidade maluca tem de tudo. Há nela um ritmo tão frenético para a vida, que cada vez que eu paro pra pensar nisso, me sinto um caipira inadaptável no meio desses arranha-céus.
Esses dias vi uma placa num desses sobrados comerciais que dizia: "Terapia para casais com problemas e mulheres que amam demais."
Cocei a cabeça, puxei pela memória e não lembrei de ter tido em minha vida, uma mulher que me amasse demais. Uma mulher que amasse a ponto de ficar doente ou buscar ajuda.
Fiquei com medo de saber o que de fato isso significa.
Amar demais é algo que precisa de tratamento?
Amar demais não deveria ser algo avassalador e bom? Tipo ser tomada de um sentimento tão intenso a ponto das dificuldades serem subtraídas e a fé no outro renovada? Amar demais não seria um tum-tum-tum incansável no peito? Um sorriso constante no rosto? Um incondicional desejo de ser e ter alguém?
Amar demais...
Será que até o amor precisa de medida justa, equilíbrio dos sensatos e dosagens homeopáticas?
Ou será que mulheres de grandes metrópoles não podem amar demais porque chegarão atrasadas nos seus empregos bem sucedidos, esquecerão a reunião com o próximo cliente e não planejarão a viagem de férias?
O amor é sempre um tsunami. Deveríamos desejar ser devastados dessa catástrofe cheia de emoção, dor, gozo e suor.
E na minha leiga e humilde opinião, quem precisa de terapia e tratamento são aquelas outras.
As mulheres que amam de menos.

Fim de semana

Fim de semana de pedaladas no Ibira, mergulho na piscina do clube, almoço no Serafina, cineminha com pipoca e amassos, macarronada em casa, japonês delivery, boite de mauricios e barzinho de descolados.
Fim de semana de mãos dadas, segredos de liquidificador, planos para o carnaval.
Fim de semana sem solidão.
Foi bom.