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29 de nov. de 2010

Mara

A baiana deliciosa que eu conheci no burburinho dos trios elétricos de Salvador.
No meio de paulistas e cariocas ávidas pelo beijo descompromissado, pelo número, pelo record, estava ela. 
Eu fui a trabalho dias antes e acabei ficando para a festa mais animada do mundo. Não se deve morrer sem participar disso, é um banho de energia catalisadora, uma loucura, uma explosão de rostos, sorrisos e alegria propagada. Vale à pena.
Para mim valeu um pouco mais.
Eu precisei de três longas horas para aprender tudo sobre os circuitos carnavalescos daquela cidade. Hotéis lotados, ruas em festa, turistas para todos os lados. Nunca me deslumbrou muito essa coisa self service do carnaval baiano: é como se vc entrasse com uma comanda e saísse com o número de amassos contabilizados. Estranho. Sem conquista, sem trocas de olhares, tudo muito instantâneo, uma espécie de fast food do amor.
Na concentração para saída dos trios, turmas de homens e mulheres com seus hormônios em alta lotam o interior das cordas, que separam a pipoca dos pagantes. Abadás que viram camisetas, tops, bandanas. No meio de uma turminha de morenas animadas com adesivos do camaleão no rosto, eu avistei a iluminada Mara. O abadá original não tirou a graça e as curvas de seu corpo. A mini saia, o tênis, a garrafinha de água, cheia de vodka. Maravilha de mulher, com licença do trocadilho.
50 metros de uma pequena multidão nos separava. Eu sorri, ela sorriu de volta. Eu gesticulei pedindo para ela dar uma voltinha e ela deu. Eu fui me aproximando e ela também. Quando cheguei perto e constatei que seus cabelos eram ainda mais negros e macios... joguei minha comanda fora. Eu só queria aquele beijo e mais nenhuma outra lembrança do carnaval de Salvador.
Ficamos inseparáveis os quatro dias que se seguiram. Aquele sotaque perturbador, aquelas mãos inteligentes e aquela boca carnuda fizeram minha alegoria completa.
Vendemos os abadás dos dois últimos dias e fugimos para a Praia do Forte, onde ficamos até a quinta feira de cinzas. Não teve Orixá que me fizesse trocar minha musa baiana pelo circuito Barra-Ondina.
E quem disse que 25 beijos diferentes por trio pode ser melhor do que todos os beijos de Mara, seus confetes e suas serpentinas exclusivamente pra mim?
Minha homenagem a filha predileta de Iansã. Muito axé pra você, minha preta!

3 comentários:

  1. O que eu preciso fazer para ganhar um post também? Morro de inveja dessas suas homenageadas... rsrs

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  2. Ainda não aceitamos encomendas, mas entre em contato com nosso SAC e faremos o possível para atendê-la(piada interna)
    beijão.

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  3. Por que eu não canso de ler esse post??
    Saudade do carnaval com vc.
    cheiro.

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