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28 de jun. de 2010

Viviane e Ariane

Viviane tinha uma irmã gêmea, Ariane. Elas tinham algumas diferenças sutis: Ariane tinha a pele mais clara e a batata da perna mais grossa. O cabelo da Viviane era mais escuro e sua cintura mais fina. Eu amei Viviane e sua cintura marcada.
O problema é que Ariane era a irmã má de novela de gêmeos, sabe? Eu passava na casa delas para buscar Viviane e algumas vezes, era Ariane quem entrava no meu carro. Se passava pela outra e sempre me arrancava um beijo. Confesso que muitas das vezes, eu percebi e aproveitei a irmã má e suas maldades.
Sou réu confesso, mas é que não resisto a uma panturrilha roliça...

23 de jun. de 2010

Adoro mulheres tristes

Mulheres tristes me dão tesão. Aquela melancolia com cabelos desgrenhados  e cara de perdida podem me tirar o sono.
Gosto do desespero trajando olhos úmidos e mãos trêmulas.
Mulheres tristes são carentes. Não se acham as  donas da história e estão mais dispostas a ceder.
Mulheres tristes são incríveis na cama, querem deixar lá sua dor e eu quero receber cada músculo e osso que dói. Eu gosto do desafio de abraçar uma tristeza profunda e criar um universo de gozos tão felizes e intensos que viram tristeza de novo, como um ciclo vicioso e repetitivo.
Quero mulheres tristes, desde que me presenteiem com um belo sorriso na hora de ir.

20 de jun. de 2010

Cris

Aquele sotaque baiano era música boa nos meus ouvidos. A mulher baiana e sua malemolência na voz. Delícia.
Cris tinha a baianidade no sorriso e o diabo nos quadris. Energia inesgotável. Suor que escorria pelas costas douradas enquanto eu tentava em vão que ela cansasse. Ela não cansava nunca. Dormia 5 horas por noite e ao acordar, abria janelas, ligava o som e ia pra cozinha fazer um cuscuz amarelo que comia animadamente enquanto detalhava o sonho que tivera na noite curta de sono.
Ela era ligada no 220v. Eu era ligado nela. Sou uma criatura noturna, curto os silêncios da noite e gosto de ver o sol chegar para então dormir.
Cris foi chegando como um furacão na minha vida, primeira noite com cinema e pizza, e ela estava procurando ingredientes para o cuscuz amarelo dentro da minha despensa, 8 horas mais tarde.
Lembro que ela era macia. Sua bunda tinha formato de coração. Sua orelha era quase um ponto G extra. Impossível dominar algo assim. Eu curti cada momento com Cris. Ampliei meu paladar com azeite de dendê, pimenta de cheiro,vatapá. Engordei uns quilos, parei de fumar de manhã porque a incomodava e meu quarto passou a ter vida antes das 9 e com aroma de jasmim.
Quando ela se foi, chorava alto, falava 300 palavras por minuto e quis transar pela última vez. Eu disse não. Estávamos machucados, feridas abertas, pus para todos os lados.
Ela fechou a porta e nunca mais voltou.
Volta e meia, manhãs de domingo me trazem o cheiro de jasmim, misturado com milho de um certo cuscuz que nunca experimentei, porque não tenho fome antes das onze.
Minha homenagem saudosa à baiana falante e intensa.
Axé, Cris. Axé.

19 de jun. de 2010

Acho que eu vi você chegar.

Mulheres são criaturas perturbadoras.
Você até acredita que sua vida segue uma certa rotina e tem uma certa organização.
Mas aí um certo par de pernas com buceta no meio, chega para diminuir suas oito sagradas horas de sono.
Mulheres são uma ameaça constante, porque eu até procuro não atravessar rua fora da faixa de pedestres e tenho diminuído gradativamente o número de cigarros no dia, mas em relação a elas... eu nada posso fazer. Quando chegam de repente, não tenho tempo de dizer não. Quando chegam devagar, não percebo sua presença... Difícil essa minha vida de malandro apaixonado por bucetas quentes. E faz frio nessa porra dessa terra, me tiraram a visão das mini saias e me deram a vontade de dormir aquecido, beber chocolate quente com conhaque e sentir cheiros ácidos e gostos adocicados.
Mulheres são criaturas perturbadoras. Se choram, eu me comovo mesmo sabendo que a lágrima é a arma feminina mais óbvia do mundo. Se riem, eu me derreto ainda que sorrisos sejam usados para nos conquistar e acreditar que elas são sempre bem humoradas. Se me largam, me ofendem e me desprezam...
aí eu gamo.

16 de jun. de 2010

flashback na Copa

Eu já quis ser jogador de futebol, mas não rolou porque sou peladeiro, jamais chegaria a profissional. Depois quis ser comentarista, esses manés de programas esportivos, que metem o malho em geral e fazem propaganda de prestobarba. Não deu porque a cada 1000 caras que desejam isso, 2 conseguem por mérito e 3 por teste do sofá. Já torci pro Gama em Brasilia, pro Vila Nova em Goiânia e pro Mengão no Rio. Tive uma namorada vascaína que entendia de futebol mais do que eu; gritava que era impedimento antes do bandeirinha erguer braço e sabia a escalação inteira do Vasco.
Na mesa de bar era um vexame pra mim: ela começava a falar que os laterais não davam guarnição aos meias e que faltava um cara que triangulasse a bola... rs  Meus amigos faziam aquela cara by tarados e diziam: "Essa sua garota bate um bolão!"  então tá, né?
Dei uma desencantada com essa coisa de acompanhar futebol, mantenho as peladas de quarta feira, somente pela cervejada pós jogo e raramente vou a um estádio.
Mas Copa do mundo é Copa do mundo e não dá pra negar que a gente fica embuído de um falso patriotismo, que exarceba na ingestão de álcool. Ontem fui eu assistir ao primeiro jogo, num camarote do Joquei - um zero oitocentos da melhor qualidade, tipicamente SP. No meio da galera, com neguinho xingando Dunga de Branca de Neve, fui pegar mais uma cerveja e dei de cara com ela: uma ex que não via há uns 10 meses(mulher lembra de datas, portanto essa informação é dela). Emagreceu uns quilos e tinha um semblante feliz, bem diferente do que vi na nossa última vez. Para meu alívio, ela sorriu ao me ver. Abraços, telefones, vidas e agendas atualizadas. Mágoa superada, pensei. Perguntei se ela estava casada, se torcia para o Elano no lugar do Nilmar, se o perfume que estava usando ainda era o mesmo.  No fim do segundo tempo, após o gol da Coréia(sem comentários), perguntei se ela achava que flashback na Copa depois de 6 cervejas era perdoável e inofensivo. Bem humorada ela me respondeu que flashback em jogo serve pra rever as melhores jogadas e q depois de 6 cervejas, ninguém perdoa ninguém... haha
Melhores lances do jogo debaixo do edredom com frio de 14 graus. Melhor impossível.
Flashback de Copa do mundo, dá um sabor de goleada e quem diz que figurinha repetida não completa álbum, não sabe que Seleção campeã não segue critérios da Fifa...
Essa é minha homenagem a essa artilheira da Copa 2010.
Eu quero é Hexa, Brasil!

14 de jun. de 2010

Juliana

Ela disse que adorava os mais velhos. Fez isso e me olhou fixamente, chamando pra briga.
Disfarcei, fingi que nem era comigo, apesar dela ter mantido aquele olhar ao me pedir fogo para acender seu cigarro, uma hora depois da declaração bombástica.
Tenho algumas regras em relação a diferenças de idade e uma delas é meu ano de nascimento não ultrapassar 15 anos de distância do dela. Seja para mais ou para menos.
Sou bem tolerante, não?
Meu cálculo se baseia na idéia de que quando eu tinha 15 anos e já estava fazendo muita estripulia por aí, ela estava nascendo.
Essa lembrança basta para a imposição do meu limite.
Juliana e seus 17 anos a menos. Juliana e seu olhar matador. Juliana e eu: uma loucura.
Ela tinha a decisão e a impetuosidade de quem tem menos de 25.  Tinha a segurança que as mulheres de 30 precisam e a pele que as de 40 desejam. Ela não tinha a experiência das que viveram mais, mas tinha o chip feminino em pleno funcionamento, o que me fazia em vários momentos esquecer a sua idade. Ela usava o sexo a seu favor e tinha habilidade para manipular, conduzir situações, vitimar-se e sair de complicações como uma diplomata, ou simplesmente... uma fêmea.
Juliana pintava os cabelos porque o espelho a cansava, fazia yoga porque queria ficar zen e virava a minha vida de ponta à cabeça, porque era muito divertido. No começo, fui um desafio, passei a ser gingana em 4 semanas e no terceiro mês éramos o casal mais grudento e insano do Distrito Federal.
Às vezes bate saudade da parte boa dessa história.
A parte boa de qualquer história sempre começa pelas pernas, passa pela bunda, segue pela cintura e seios. Pára na boca, desliza pelos cabelos coloridos e acaba quando essa minha memória cruel, me lembra do resto que não foi tão bom assim...
A regra dos 15 anos caiu para 12 e não se fala mais nisso.

11 de jun. de 2010

B.

Ela sussurou: "sou casada."
Eu susurrei: "que pena que não é comigo."
Ela sorriu sem graça e se sentou ao meu lado, cruzou as pernas, mexeu nos cabelos e cumpriu todas as etapas do manual o corpo fala. E o dela falava umas 10 línguas, do tipo poliglota fluente e cheio de curvas.
A primeira vez que fomos ao motel, ela estava nervosa. Mulher nervosa em motel me dá um tesão danado, então posso revelar sem medo que foi muito bom.
B. tinha mãos habilidosas e uma voz rouca de enlouquecer. gemia bonito, apertava os olhos e mantinha a boca aberta, admirada e feliz.
Mulher casada é chave de cadeia, principalmente as bem casadas, com seus apartamentos decorados, viagens de fim de semana e jóias de presente. Normalmente falta algo, mas nem ela sabe o que é.
É aí que mora o perigo. É aí que o diabo faz a festa, te dá um convite vip e faz você dançar bonito.
A gente se via quase diariamente e a coisa foi saindo do controle. Mulher é equipamento que vem sem controle remoto, se ela usar uma aliança então... sem chance de não dar merda.
Deu merda.
Merda daquelas que azedam, dão dor de barriga e enxaqueca nos dias posteriores.
Não tenho dúvida que aquela mulher nervosa e linda foi uma das loucuras mais gostosas dessa minha vida vagabunda.
Eu deveria tomar juízo, mas toda vez que eu peço, o garçom responde que só tem cerveja.

8 de jun. de 2010

vou ligar pra ela

Elas sabem despertar paixões impossíveis. Sabem que o jogo do senta-e-levanta pode ser sedutor e vulgar.
Mulher entende de laços e nós e escolhe a forma mais conveniente para nos amarrar.
Vou ligar pra ela, é a frase que mais me vem à cabeça cada vez que bate saudade, medo, angústia, solidão.
Mulher entende bem de jogos e firulas, comporta-se como um zagueiro argentino, tem a catimba certa para nos deixar presos a um calendário, um relógio, ou qq coisa que marque o tempo dela voltar.
Me traz a conta, garçom, preciso dar um telefonema e tem que ser agora.

7 de jun. de 2010

madrugada fria

São Paulo gelado, como tem que ser.
gatos pardos na madruga e uma fumaça densa parada no ar.
a TV ligada num canal qualquer e a tela azul me pedindo inspiração e mais um nome de mulher.
mas hj a madrugada está fria demais para aguçar lembranças.
Sou um caipira perdido no meio a tanta gente que se acha brilhante.
E pensar que eu só precisava de um café quente de bule e um biscoito amanteigado
Quem entende um coração solitário?
Nos sonhos desse que vos fala, tem quase tudo
e ainda assim, vai faltar muita coisa.

1 de jun. de 2010

louca tipo 2

Sempre tive uma queda por mulheres loucas.
O que já é uma redundância clássica, afinal mulheres sempre tem um grau de loucura que pode fazer você se apaixonar ou fugir.
A louca da vez tinha 30 anos, idade em que elas piram pra sempre, porque já não vêem a mesma bunda no espelho e há um chamdo do útero para filhos, domingões em família e promoção no trabalho. A mulher de 30 anos rende um livro.
Minha balzaquiana tinha uma cintura marcada e uma cor dourada, mesmo no inverno.
Fazia o melhor pavê de chocolate do planeta e dançava com fones, o que a deixava absolutamente sexy.
Mas era louca do tipo 2.
Você acredita que está encantado, que ela vai fazer muitos pavês ainda, até que se depara com a possibilidade deles estarem envenenados. A louca tipo 2, não tem tpm. Ela é uma tpm ambulante, 30 dias por mês 365 dias por ano. Ela te ama e morreria por você, mas terá sempre um olhar que brilha demais como se uma faca afiada fosse saltar daqueles  lindos olhos.
Num belo sábado de sol, ela chegou na sala, sem calcinha, foi sentando no meu colo e me pedindo para chupá-la.
Pensei na hora que eu era o cara feliz dos livros de sacanagem daquela minha tia solteirona...
o gosto da mulher louca é sempre bom, sempre fresco e eu adoro gosto de mulher louca tipo 1 ou tipo 2.
Ela gozou devagar, como se estivesse se espreguiçando, gozo em slow motion, bonito de ver.
Depois levantou, me beijou longamente, e disse que estava sentindo ira, raiva, ciúmes. Me odiava e nunca me perdoaria.
Eu até poderia me defender, fazer perguntas, compreender.
Mas eu fugi.
Louca tipo 2, não tem recuperação e se passar da hora de você fechar a porta atrás de você e nem olhar pra trás, ela destruirá todas as boas lembranças, o gosto fresco na sua boca ficará azedo como cerveja choca e não restará mais nada.