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28 de jul. de 2010

Laís

Ela era o tipo boa gente, vários amigos, muitas festas e viagens.
Resolveu ser mãe aos 30 porque havia um chamado do útero, segundo ela.
Mudou a vida desregrada, comprou um apartamento maior e foi selecionando os candidatos, como numa triagem qualquer.
Era independente, a danada. Mineira com alma de nordestina. Digna, brava, guerreira.
O filho não veio, o útero a desapontou e ela ficou mais forte.
Eu cheguei antes, não fui classificado e voltei depois.
Aquela mulher me fascinava.
Tentei ser bom amante e ficar mais. Mas grande amante era Laís.
Determinada e encantadora. Doce e ousada.
Outro dia soube que havia adotado uma criança e estava feliz.
Laís nasceu para ser mãe e essa é a minha homenagem a esta fêmea viceral. Me emociona  pensar que estive sob os mesmos lençóis, com privilégio de ouvir sua voz, ler seus escritos e sentir o cheiro bom de quem exala vida o tempo inteiro.
Obrigado, Laís.

26 de jul. de 2010

Madalena, a vila.

Mulheres por todos os lados, em todas as mesas.
Cervejas monocromáticas e bebidas coloridas.
Pernas em saias, peitos em vestidos, bundas em calças

E ela.

Bela, elegante, incrivelmente sexy e mais rouca que o normal.
Chope na vila Madalena e a melhor gargalhada do mundo,
continua a melhor gargalhada do mundo.
Adorei.

24 de jul. de 2010

Elas sabem mentir

A mentira nasceu depois da mulher. Horas depois.
Tornaram-se irmãs. Tornaram-se cúmplices.
São inseparáveis. Mulher tem aquela habilidade natural para a mentira.  Algumas podem não saber andar de salto alto, ou não se arriscam a passar batom enquanto dirigem, mas mentir é aquele  verbo que veio antes de qualquer outro.
Nós até tentamos aprender e aprendemos, buscamos primoramento no negócio, estudamos as nuances dessa coisa e até nos damos relativamente bem depois de anos de treinamento.
Elas são as donas da patente.
E quanto mais a gente se acha esperto, mais somos apanhados de surpresa.
Elas sabem mentir, sorriem e choram, atrizes natas.
Elas sabem mentir e portanto detectam uma boa mentira quase que instintivamente.
Elas sabem mentir.
E sabem muito bem.

Roberta

Ela era namorada de um amigo. A namorada perfeita de um amigo gente boa. Roberta fazia teatro e gostava de balonismo, isso mesmo: balonismo desses com cestinha e gente dentro. Desenhava muito bem e fazia curso de fotografia e cabala.
Roberta é aquele tipo raro que fala mais de duas línguas, discute política e balonismo ao mesmo tempo e ainda assim é absolutamente sensual. Na praia, só usava maiô. Teria Roberta alguma cicatriz na barriga? Eu ia a praia e marcava de ficar no point deles, que eu nem gostava tanto, mas simplesmente era vital pra mim imaginar as cicatrizes que Roberta precisava esconder.
Eu mal olhava pra ela, me sentiria um canalha diante do meu amigo gente boa.
Aí numa bela noite de sexta feira,ela me ligou. Precisava saber sobre um fundo de investimento e sabia que eu podia ajudá-la. Marcamos um almoço, o calor beirava os 40 graus e o Rio de Janeiro derretia.
Roberta chegou cinco minutos depois de mim, blusinha transparente e levemente curta. Ora mostrava o umbigo, ora caía pelo ombro. Uma delícia. Quando levantou e foi ao banheiro pude ver pela transparência da blusa, a pele imaculada, branquinha e sem nenhuma marquinha que eu pudesse enxergar.
Roberta jamais me deu qualquer condição de chegar junto, nenhum beijo, nenhum olhar maldoso ou outro gesto que me fizesse acreditar numa chance. Mas não poderia deixar de homenageá-la aqui.
Afinal, nenhuma cicatriz naquele corpinho perfeito e mesmo assim, na contramão do universo ela ia à Ipanema de maiô.
Qualquer dia te procuro, Beta, lá pelas bandas da Garcia Dávila.
Quem sabe vc não me convida para dar uma voltinha no seu balão?
Eu de smoking e você de maiô...

20 de jul. de 2010

Flávia

Flavinha era minha melhor amiga. Tínhamos uns 17 anos e ela disse que queria me dar, porque tinha que dar pra alguém antes dos 18. Eu ficava com um pouco de medo daquilo, era a única amiga mulher que eu tinha, era a garota que me dava dicas para conseguir garotas. Se ela desse pra mim, como ia continuar a me dar dicas, mandar recados e ajeitar meu cabelo pro baile de sexta?
Eu era um egoísta. Flavinha ali querendo me dar e eu pensando em como passar o gel no cabelo sem a ajuda dela. Ela faria 18 anos em um dia qualquer de outubro. Em setembro me lembrou de sua promessa de perder a virgindade antes dos 18 e confirmou que eu seria o cara com esta missão.Vamos combinar que não seria uma missão impossivel. Flavinha não era nenhuma beldade, tinha um pouco de acne e era bem magrelinha, mas era inteligente, falava sacanagem como gente grande e tinha peitos enormes. Magricela de ótimos peitos. Eu estava me animando com a idéia de comer Flavinha, ela falava nisso diariamente. A data estava marcada: dia 3 de outubro. Era um sábado, os pais estariam viajando e ela queria que fosse no quarto dela. O rompimento do hímem testemunhado por suas bonecas e seus bichos de pelúcia.
20 dias antes da data marcada, fomos ao cinema e na hora do trailler mandei:
-Flavinha, que tal um aquecimento, uns beijinhos, um sarrinho básico nesse escurinho?... Mas ela tinha foco. Seria no dia 3 de outubro e pronto, sem ensaios ou aquecimentos.
Na sexta feira, faltando um dia para o grande dia, eu e meu pau animadíssimos para comer Flavinha. Arrebentar um cabaço amigo não é coisa que acontece todos os dias quando se tem 17 anos... Nem quando se tem qualquer outra idade.
Flavinha me ligou, e assim sem cerimônia, sem rodeios ou preliminares,  me jogou para escanteio.
Tinha conhecido um moleque na aula de teatro do curso de inglês, no ensaio para a festa de  halloween.
- Ai, Rubinho...!! Não vou desperdiçar a chance, né? Tô apaixonadinha.!! agora é com ele, tá? Valeu! Depois te conto tudo!
Como assim, Flavinha? Vc estraçalhou esse coração aqui e saiu andando... e quem disse que eu quero saber tudo??
Mulheres de foco. Nunca confie numa dessas.

15 de jul. de 2010

de cara pro abismo chamado eu

Ela lá perfeita,
confessando suas taras ao telefone,
e quem disse que sexo verbal não faz meu estilo?

Ela tira a blusa e descreve a cena.
e eu imaginando tanto mais,
louco pela possibilidade de tê-la mais uma vez.
A distância fode com as possibilidades sensatas de felicidade.

Ela, tão minha que mal posso achá-la entre as minhas meias e cuecas.
E minha mão que procura por ela,
sempre encontra a mim mesmo.
Não gosto da solidão velada, que se disfarça de encontros cronometrados
e chopes gelados.
Estou habituado a que grita : "eu sou dona dessa bagaça, nem tente se livrar de mim!"
Mas hoje, eu não queria voltar pra casa e ter que encarar essa mandona perversa.

13 de jul. de 2010

dra. Joana

-Bom dia, meu nome é Joana.
-Bom dia, meu nome eu esqueci.
-Heim?
-Esqueci porque fiquei tonto quando vc entrou. E acho que perdi a memória.  Ela sorriu contido e continuou:
-Bom humor é tudo, né? Dei uma olhada na sua ficha e precisamos pedir uma ressonância magnética, como estão as dores nas costas? O que vc tem sentido?
-Agora estou sentindo vontade de te chamar para jantar. Quanto as costas, ficarei feliz até se for uma hérnia na lombar. O que seria de mim sem essa consulta de hoje?
-Rubens Borges, né? Eu sou uma profissional e estou substituindo a dra. Carmem. Estou trabalhando e tem 4 pacientes lá fora me esperando. O senhor vai cooperar?
-Ok, me desculpe.
A pedra de gelo lançada no meio da minha testa... Saí frustrado. Dor de rejeição é bem pior que de coluna, pensei. As ortopedistas são duronas, concluí.
Três dias depois voltei à clínica para o exame, dra. Joana ficava no mesmo andar e vi quando ela saiu da sala e desceu às escadas. me apressei e alcancei-a no térreo. Ela me comprimentou e iniciamos um diálogo mais ou menos assim:
-Estou um pouco sem jeito de ter sido indelicado com a senhora.
-Senhora? Vc é mais velho que eu. - ela sorria e eu me animei
-Posso convidar para um suco pra me redimir, doutora?
-Suco, não, mas um café eu topo. - E sorriu de novo.
Dra Joana é uma mulher linda. Naquele dia estava especialmente linda, os cabelos mais claros com o reflexo do sol, camisa branca e levemente transparente, sutiã de renda. Meia taça. Um tesão,
Após o café, connvidei-a para sair àquela noite.
E ela disse sim.
Descobri que Joana é uma mulher quente, faz o tipo poderosa, provoca e dissimula. Na nossa primeira vez, apareceu sem calcinha, era o nosso terceiro encontro e quando eu perguntei se tinha ido sem calcinha para me provocar, ela respondeu que era apenas para não marcar os quadris... sei.
Tivemos um caso louco, transávamos todos os dias e minha coluna reclamava quando ela sentava no balcão da minha cozinha, abria as pernas e pedia para entrelacá-las na minha cintura. Se eu mencionasse a coluna, ela dizia: "recomendações médicas!"
Acontece que havia um noivo, médico, que fazia mestrado no exterior e estava pra chegar.
Ele chegou e eu dancei.

Essa é minha homenagem à classe médica que usa jaleco e nenhuma calcinha, prescreve sexo selvagem e cura qualquer dor insistente, com beijo, sorrisos e pernas entralaçadas.

7 de jul. de 2010

Lara II

Larinha é a mulher da minha vida. Chegou de surpresa quando eu era um aprendiz de vagabundo, fez uma bagunça danada dentro de mim e me conquistou pra sempre. Já fiz um post sobre isso e pra quem não leu, tá aqui.
Lara é linda e eu sou o típico pai babão e ciumento, tipo que nunca gostei de encarar por mulher nenhuma. Tento me controlar, ser moderninho, mas volta e meia me pego fechando a cara diante de um malandro folgadinho, ainda que seja só pelo facebook ou pelo orkut.(sim, eu bisbilhoto e assumo).
Semana passada ela me ligou, disse que queria vir a SP me ver, que adoraria assistir umas peças, ir a uns museus, curtir umas baladas...  Férias na faculdade e passeio na casa nova do papai.
"Perfeito!" eu disse, já pensando no roteiro e  imaginando o encantamento dela diante da Av. Paulista.
Antes que eu ficasse mais empolgado, ela mandou na lata: "Pai, eu vou com o Tiago, tá?"
Quem? Que porra é essa? Virou bagunça? - isso foi só o que eu pensei, antes de respirar fundo e responder resignado:
"Tá, filha...vem sim. Vou preparar o segundo quarto pra vocês e comprar um edredom novo, porque aqui tá fazendo um frio da porra."

A Espanha

Eu estava esperando a final da copa do mundo para saber se ia sobrar alguma história desse vagabundo aqui, em benefício do blog. Conheci poucos lugares fora do Brasil. Já estive em Portugal(saiu nas oitavas) nos EUA(sairam nas oitavas), no Paraguai(saiu nas quartas), na Argentina(tb nas quartas), no Uruguai(semifinal) e na Espanha. (finalmente vai sobrar historinha!!)
Estive em Madri, Sevilla, Barcelona e Córdoba. Uma terra linda de mulheres quentes com bocas úmidas e olhares devoradores. Adorei a Espanha. Tive alguma dificuldade com a língua, mas em dois dias descobri que o portunhol é mais eficiente que a fluência na língua hispânica. O portunhol é um ótimo pretexto para bancar o turista perdido e esforçado. Foi nessa levada que conheci Maristela. Era linda a espanhola. Cabelos negros e caheados, seios fartos à espanhola- com perdão do trocadilho- boca úmida e olhar que me devorou do primeiro ao último minuto daquela noite louca  movida madrilena.
Maristela adorava cozinhar e na terceira e última noite em Madri, fui comer paella com bastante pimenta na casa dela com mais duas amigas tão ou mais bonitas. Eu não sou chegado à suruba, swing e essas porras que misturam gente. Se eu fosse um apreciador dessa modalidade, aquela seria a noite perfeita para isso. Gosto de uma buceta só por cama, mais de uma me confunde e me classifica na categoria de voyer, que tb não é minha praia... Mas voltando à Maristela e somente ela, saí da marcação das amigas como bom zagueiro caipira que sou, me empanturrei de paella com bastante pimenta e saí de lá me sentindo o artilheiro do campeonato espanhol e o dono da bola de ouro da Eurocopa!
Tô feliz de imaginar a alegria que Maristela deve estar sentindo hoje, provavelmente vestida de vermelho, como boa diaba que é. Viva a fúria dos bascos.

Ah! minha torcida no domingo vai pra Espanha, claro.

1 de jul. de 2010

a vaidade

Mulher que é mulher vem com a vaidade original de fábrica.
Pode ser algo disfarçado ou exacerbado, mas ela está lá: a doce e poderosa vaidade. Um dos meus pecados favoritos, inclusive.
A vaidade vai desde a necessidade que ela tem de achar o brinco perdido no meio do sofá pós amasso, até a curiosidade incontrolável de saber informações da sua ex.
Mulher vaidosa não precisa ser consumista ou fútil. Na verdade conheço várias engajadas, ripongas, mochileiras, desapegadas e extremamentes vaidosas. A vaidade é aquele componente certeiro que a faz sorrir ao ouvir o elogio desconcertante que eu sussurro no seu ouvido e a faz gozar mais gostoso quando compro a lingerie indiscreta e peço pra ela colocar, só pra eu tirar na sequência.
Ah, a vaidade... inunda lindos umbigos e faz um louco por umbigos transbordantes feito eu, curtir cheiros de batons, fofocas de banheiro, coleção de bolsas, reencontro de amigas do colegial... ai a vaidade... me dá um tesão da porra, essa danada.