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1 de out. de 2012

elas têm sempre razão.

Às vezes observo casais na rua. Ou em jantares, ou ainda em eventos sociais.
No sábado rolou um desses aqui em casa. Amigos vieram para uns vinhos, uns queijos, um carteado. "Estou casal" e isso favorece a minha vida social junto aos iguais, já que a maioria dos meus amigos está casado. Casais andam em bando, é quase uma formação de quadrilha orquestrada.
É engraçado, mas sempre achei preconceituoso os solteiros serem considerados estranhos pela tribo dos acompanhados. Os solteiros e solteiras oferecem uma ameaça velada e silenciosa e isso é gritante, com licença do trocadilho.
Voltando ao evento promovido por mim no sábado: Casais felizes, não tão felizes, engraçados, apaixonados, nem tanto... Tinha pra todos os gostos.
Reparei que me incomoda muito a disputa entre sexos. Como se desafiam, como trocam farpas, como se perde tempo querendo provar que é ela a mais desorganizada, que é ele quem deixa a toalha molhada sobre a cama. Como sustentam os clichés usados por nossos pais e acham isso normal.
Que perda de tempo é tentar provar a razão a qualquer custo. Será que é muito difícil aguçar a percepção e entender que mágoa é aquela poça de água inofensiva a cada pequena chuva. Escoá-la pode ser bem mais difícil que evitá-la.
Não entendo nada de relacionamentos perfeitos, nem mesmo acredito neles.
Não descobri o segredo de um casamento feliz, mas percebi bem cedo que nessa coisa complicada que é o amor, as mulheres têm sempre razão e estão acima das toalhas molhadas, das tampas de vasos abertas, da dificuldade com as manobras de estacionamento, da irracionalidade dos ciúmes.
Elas têm sempre razão porque são a razão de tudo e do que veio 5 minutos antes do tudo.
Exercitar isso tornaria mais fácil qualquer forma de amor.
Será?

27 de set. de 2012

Lucélia


Ela era tão deliciosa que eu custava acreditar quando a via nua em cima de mim, aquela cara de amor doido, o sorriso de quem goza com vontade de gozar mais. A bunda redonda, me chamando pro encaixe.
Lucélia abria as pernas com uma doçura e com uma voracidade que nem sei explicar.
Gosto de lembrar dela em madrugadas geladas, como as de ontem. Chuva, sol, 40 graus, 10 graus, neve. Lucélia sempre quente e sempre nua. Nunca teve uma camisola ou um pijama. Dormia pelada e desfilava de manhã, com todas aquelas curvas, vestindo apenas uma xícara de café quente.
Ela tinha uma alegria de menina, um ciúme de onça e um desejo incontrolável. Uma tarada doce e brava.
Minha homenagem a essa fera gostosíssima, que me trocou por uma bolsa de estudos em Londres há alguns anos, acabou casando por lá e volta e meia me manda uns emails quentes, ferventes. Coisa de aquecer a primavera gelada de São Paulo.



26 de set. de 2012

loucas parte 343

- Alô
- Rubens?
- Eu.
- Quem vc pensa que é?
- Hã?
- Tô puta com tudo isso, sabia?
- Hã?
- Vai ficar falando hã até que horas?
- Hein?
- Tá de sacanagem comigo, né?
- Olha (risos) são sete e meia da manhã, vc pode ao menos me dizer quem é?
- Ah... não sabe quem é!!! Não tem agenda esse teu iphone metido à besta!
- Olha, minha querida, eu vou desligar, é sério. Tá cedo, vc está nervos...
- Sério que vc não sabe quem é? (a voz mais mansa)
- Não sei.
- Então deixa pra lá. Não vale à pena. Bom dia pra você.

Senhoras e senhores, essa é uma amostra pequena da minha nada mole vida.

11 de set. de 2012

Ayanne

Algumas palavras (dela) falam muito mais que qualquer post que eu tente desenvolver aqui.
estou mudo.

10 de set. de 2012

feriadão

Feriadão rima com solidão. Para fugir dessa maldita resolvi sair de SP na quinta feira às 15 horas.
Doce ilusão a minha. Acabei dentro de um shopping, bebendo chopp em promoção 2 por 1.
Não dá pra tentar competir com as milhares de pessoas que querem sumir dessa cidade. Seja no aeroporto ou na estrada, tentar viajar em véspera de feriadão é coisa de maluco.
Então desisti e resolvi ficar. E o bode de ter ficado, foi substituído pela descoberta deliciosa de uma São Paulo com menos gente. É a cidade louca no meio de um feriadão: pedalei 45 km, fui visitar a exposição de Caravaggio, comi burritos de madrugada, andei à pé, tirei fotos incríveis.
Não beijei na boca, infelizmente. Nem dormi de conchinha, não fiz sexo, nem fiz amor. Não dá pra ter tudo no feriadão de São Paulo. Mas arrumei gavetas, separei roupas para doação, estive num abrigo para idosos que só ajudo à distância. Escrevi umas cartas, desconectei-me da internet, fumei um charuto cubano que ganhei há 2 anos, fiz 200 flexões, assisti os episódios perdidos de Dexter.
A solidão no meio do feriadão me fazendo repensar sobre ir e ficar.
Eu fiquei e foi bom.
Foi muito bom.




5 de set. de 2012

Amanda

Ela veio como um furacão desavisado, levando pros ares aquelas coisas que a gente tenta manter no lugar pra disfarçar o tédio, a preguiça de viver, a fobia aos relacionamentos fulgazes a chatice dos cabelos grisalhos e as dores na lombar.
Ela sorriu ao perceber o meu desarme, meu jeito atordoado, meu tesão furioso arrancando sua blusa e achando os seios fartos, o umbigo centralizando as curvas, o cheiro de chuva com açúcar.
É. Ela tem cheiro de chuva açucarada.
Amanda, meu número. Ela é louca tipo 1, orgasmo fácil, coxas roliças, gemido de gata, bebedora de Stella, apetite voraz, gargalhada deliciosa.
Ela tem 3 celulares, fala em um enquanto digita nos outros dois, é péssima motorista, parece sempre atrasada e afoita. Mas quando pousei meus olhos no seu decote, ela largou a bolsa, desconectou-se e veio viver.
Amanda, volta aqui, traz suas mãos habilidosas, seu paladar duvidoso para meu arroz empapado, faz aquele cafuné no meu pescoço, elogia meu café de novo e eu caso com você.


28 de ago. de 2012

beijo

Gosto de beijo na boca. Das tuas bocas, das tuas duas bocas. Bocas que me engolem com apetite e com tesão de quem tem a fome certa pro tempero que eu possuo.
Gosto do teu beijo, aquele que antecede os outros que chegam e que ficam, mesmo quando vc vai.
É no teu beijo que eu me encontro e me perco. É nas tuas bocas que eu me sinto o pau do ano, o sujeito sortudo, o cara.
Volta logo.
Mas traz teus beijos e tuas bocas.

20 de ago. de 2012

Paula

Sempre gostei desse nome. Era um dos que colocaria na minha filha se eu tivesse tido a oportunidade de lhe dar um nome. Sou um pai frustrado por não ter participado dessa escolha. Nome é aquilo que se carrega como um big rótulo, o maior deles. Lara foi escolhido à revelia. Costumo dizer que nem sei se ela tem cara de Lara. rs
Voltando à nossa heroína de hoje, Paula. Uma morena de beleza brejeira, cabelos cacheados, olhos grandes.
Paula não combinava com seu nome sofisticado, mas quando pronunciado por ela fazia sentido. Ela era bonita, a danada. Nos conhecemos numa festa de casamento em BH. Enquanto ela fugia da fila do buquê, eu admirava suas pernas desenhadas sob a silhueta de uma saia levemente rodada. Enquanto ela parecia entediada com a fissura das mulheres em volta desse momento de avanço a um futuro casamento, eu pensava no simbolismo disso e na forma discreta dela se esquivar.
Buquê alcançado, moças mais calmas, me aproximei. Paula tinha terminado um namoro de 3 anos, estava curtindo a solterice e não queria mais acreditar em promessas jogadas, flores arremessadas ou cantadas obvias (a minha, no caso) Paula estava quase endurecida, mas mantinha um sorriso com covinhas emoldurando uma boca vermelha.
Conversamos sobre os noivos, sobre a vida em BH, sobre vida a dois, relacionamentos infernais e sobre matemática, matéria que ela leciona há 15 anos.
Rimos das velhinhas que levam uma bolsa própria para roubar bem casados, nos emocionamos no discurso do pai da noiva. Naquela noite trocamos emails e nos encontramos 3 semanas depois, no open house na casa dos noivos.
-Temos química. - ela disse no nosso terceiro beijo.
Eu concordei e na hora de despedida em frente à sua casa, eu quis subir, me ofereci para um café e ela disse: "melhor não."
Eu, afoito, cheio de tesão, lembrei a frase dela: "Temos química, vc disse. Por que não?"
"Temos química sim, mas quero história. História de verdade."
Minha homenagem a Paula, o toco mais inteligente das Minas Gerais.



13 de ago. de 2012

Blogs

Há tanta poesia na internet, há tanta gente que escreve com a alma, que sabe tocar a ferida e acarinhar o coração que fico até com medo de indicar alguns blogs e ser injusto com tantos outros. Tenho velhas amigas escritoras, mulheres que venderiam milhões de livros, certeza. A verdade é que o mundo está lotado de grandes poetas e a internet nos deu acesso a eles. Aproveitemos, então.
Não deixem de passear por aqui:

http://relicariovazio.blogspot.com.br/

http://falandocomela.blogspot.com.br/

http://saahandradee.blogspot.com.br/

http://confrariadostrouxas.blogspot.com.br/

http://roubandosorrisos.blogspot.com.br/

Emocionem-se.




8 de ago. de 2012

Lara, Isabela e Marina

Lara está aqui em Sampa, como já contei pra vocês. Veio fazer uma pós, passar uns tempos comigo, apaulistar um pouco, como ela gosta de dizer. Ela é um mulherão. Daqueles que sabem como parar um marmanjo no olhar. Ela usa as menores saias e eu, pai ciumento e coruja, sofro um pouco, vivo uma mini saia de cada vez, torço o nariz, mas entendo que no alto de seus 23, ela pode quase tudo.
Saímos pra beber chope, cozinhamos juntos, mas ela gosta dos bares mauricinhos do Itaim e detesta cinema francês. Por isso, estamos nos adaptando a dividir o mesmo espaço, com ela ouvindo um tal de sertanejo universitário num volume inaudível e se recusando a provar os legumes grelhados que faço para nosso jantar.
Apesar das diferenças, do meu ciúme e da frescura pra comida, estou adorando essa temporada.
Lara e suas novas amigas tem sido meu objeto de observação e embora estejam muito fora da faixa de mulheres que me interessam, há mães no meio deste rol e já arrisquei me aproximar de uma, sem muito sucesso.
Hoje porém, recebi uma ligação intrigante:
-Oi, sou Marina, mãe da Isabela. É que vamos dar uma festinha surpresa pra Isa, na casa da praia e a Lara falou q vc não a deixa viajar sozinha, por isso gostaria de estender o convite a você.
-Oi, sou Rubens, pai da Lara, a menina mentirosa, que:  ou não quer ir na viagem, ou está nos arrumando um encontro. Como ela adora praia, vou ficar com a segunda opção.
SILÊNCIO.
-Olha, desculpe, nem sei o que dizer. Eu estranhei, mas como ela chegou há pouco tempo na cidade... (toda formalidade paulistana nesse momento)
-Diga que estou convidado mesmo assim.
RISO NERVOSO
-Está convidado mesmo assim.

E lá vou eu, para Riviera São Lourenço, conhecer a Marina, mãe da Isabela, pretendente número 1563 do catálogo Lara Borges.

Bem, me resta intensificar as caminhadas da semana e cortar o cabelo até sexta feira.