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31 de dez. de 2010

Liz

31 de dezembro de1999. Eu estava nas areias de Copa, passavam das 10 da manhã, meu reveillon ia ser ali mesmo, duas das minhas irmãs estavam no Rio, uns amigos de Uberlândia tb. Eu, sentado no areia, olhos fixos no mar(esse fascínio pelo mar é mineirice- uma característica básica entre os caipiras de qualquer naturalidade geográfica) e do nada me aparece Liz.
Liz se sentou ao meu lado, perguntou o meu nome e me ofereceu uma metade de sanduiche velho com areia. Meu inglês não era lá muito compreensível há dez anos, mas eu e ela nos entendemos por sorrisos e algumas palavras universais. Ela morava em Amsterdã, estava no Rio há uma semana, hospedada em um albergue na Farme de Amoedo com mais 2 amigas de quem havia se perdido. Não tomava banho há dois dias e naquela noite tinha dormido na praia mesmo, porque teve o passaporte roubado e não conseguiu voltar para Ipanema sozinha. Eu estava num apê em Copacabana, na casa de um sujeito amigo do amigo.
Puxei Liz pelo braço, levei pro tal apartamento emprestado onde dormiam 4 pessoas além de mim, fiz um belo de um omelete pra ela, dei-lhe um banho à brasileira com shampoo e tudo, penteei seus cabelos lindos e maltratados, roubei pra ela a calcinha rosa que minha irmã tinha comprado especialmente para a passagem de ano no Rio de Janeiro e fui agarrado por aquele corpo branco e magro ali no meio do banheiro com espelho tomado pelo vapor e eu tomado de um tesão tão diferente quanto aquela língua que ela falava. Passei um reveillon incrível, assisindo a fogos numa das cidades mais bonitas do mundo, com aquela sensação de que fazer bem ao outro é uma das coisas mais fodas dessa minha vidinha boba, ao lado de uma holandesa repaginada e linda que me olhava com afeto e gratidão. O beijo à meia noite e mais alguns banhos brasileiros marcaram meus primeiros dias do ano 2000 e me mostraram o quanto é bom cuidar de alguém. Se tanta generosidade vier com beijos molhados no chuveiro, melhor ainda.

30 de dez. de 2010

Pré depois de amanhã

2011 chega com força. Segundo os astrólogos será um ano regido por Mercúrio e apesar de eu não ter a menor idéia do que isso significa, deve ser algo que te impulsione a preferir curar o seu machucado com ele ao invés do famoso e ardido merthiolate. Brincadeirinhas sem graça à parte, o ano de 2011 está aí, a dois dias do início. Não terei saudade de 2010, já que nostalgia é bem diferente de saudade. Estou especialmente curioso por 2011. Talvez eu consiga me livrar do cigarro e de quebra, da solidão. Talvez eu ganhe mais dinheiro, e até comece a apostar na mega. Talvez eu volte pra BH ou talvez eu me acostume com faróis e poluição. Talvez eu tenha mais algumas dezenas de nomes de mulheres para os posts desse blog ou quem sabe eu me concentre em um único par de pernas e peitos. Talvez eu passe a gozar exclusivamente para uma fêmea, talvez eu até tenha uma única fêmea. Talvez eu vá conhecer a mulher que mude tudo ou a mulher que deixe tudo como está. Talvez eu surte, aumente a carga de exercícios físicos, compre uma moto, tenha um outro filho...
Talvez 2011 venha a ser o ano mais legal da minha vida.
Talvez não. Talvez seja mais um ano sem surpresas e a gente até continue tratando nossas mazelas com merthilate mesmo, porque um ano de mercúrio pode ser bem chatinho.

27 de dez. de 2010

Pós natal

O pós natal é algo que vem com uma carga de paz e culpa. As calorias a mais no pernil e no vinho, a alegria da criançada da familia que acredita em coisas que já deixamos pra trás há tempos.
O pós natal é o balanço positivo de dois dias em que amor e hipocrisia convivem mutuamente. lembranças boas que se misturam a um certo azedo na boca de quem foi abraçado por gente que na maior parte do ano nem sabe que vc existe.
O calor de dezembro aviva outras passagens e me leva pra perto delas. A pior de todas as lembranças vem neste pacote: um pai que nem se importou de fechar a porta e sumir num pós natal.
O amigo secreto em família foi divertido, dou risadas e lembro que tratei de beber para ignorar as alfinetadas na hora de adivinhar que sou eu quem ganha o presente da vez.
Minha filha só chega para o pós natal e é bom saber que apesar de tudo, eu fiquei e quero viver muitos pós natais ao lado dela.
Malas feitas, mais uma missão cumprida, com natal sob medida e pós natal melhor ainda. Cerveja no Capella com os amigos de infância, irmãs, primas, uma possível namorada, um futuro genro, crianças que nasceram e cresceram enquanto eu vivia 2010.
Ah, o pós natal. Ninguém fala dele, mas sem dúvida, trata-se da data  mais ressacada e preguiçosa do ano, bem mais leve que o Natal e bem mais promissor que o Ano novo.

22 de dez. de 2010

Silmara

Ela era a típica gordinha simpática e de rosto lindo. Tinha aquela coisa boa de falar com todo mundo numa fila de banco, numa festa de empresa, na vida. Eu só a chamava de Sil. Éramos peões numa Empresa que distribuía papel em BH. A gente ganhava pouco, andava de ônibus e se divertia fazendo caricaturas e imitações dos gerentes. De vez em quando descíamos um ponto antes do nosso e bebíamos uma cerveja num boteco chamado A cova.
Sil não era uma grande amiga, mas era divertido estar perto dela. Todo mundo a conhecia e A cova pendurava nossa conta de no máximo 5 cervejas, para pagarmos no fim do mês, porque Sil conhecia o dono do lugar. Um dia na parada habitual da cerveja de quinta feira, ela me disse que queria me dar. Assim, na lata e sem rodeios. Foi falando de umas meninas do escritório que suspiravam por mim (bons tempos...) e duas que afirmaram que já tinham transado comigo(depois os homens é que espalham seus feitos...) e que isso deu a maior vontade nela e pronto. Aquilo me deu um tesão danado. Mulheres falando de um zé ninguém do escritório e querendo provar do meu pau, assim sem cerimônia? Agradeço à vida por momentos raros como aquele.
Eu gosto de ter a ilusão do predador. Gosto das rédeas da situação mesmo quando sou seduzido.
Por isso a partir daquele momento eu queria muito comer aquela garota sorridente e gorducha, popular entre o organograma da empresa e os botecos de cerva gelada. Marcamos de ir num show, ela tinha ingressos grátis, programa zero oitocentos e depois: motel.
Silmara era cheirosa, tinha os cabelos meio anos 50, com uma ondulação bonita.Nos atracamos na primeira musica do show de abertura. Beijo bom, corpo aconchegante, coxas que me engoliram e deixaram no chinelo as magricelas e gostosinhas do escritório...
Fomos os namorados inesperados por quase um ano., passeios de mãos dadas no shopping e cinema no domingo. A gente brigava porque eu sentia ciúme da sua popularidade.
A gente se dava bem porque ela conseguia coisas inacreditáveis com sua popularidade.
Minha homenagem à Sil.
Nesse natal recebi um email dela, carinhoso, com fotos dos filhos em volta de uma árvore de natal.
No PS final algo que me arrancou uma risada saudosa:
"ainda tenho créditos em alguns boteco e moteis por aqui..."

20 de dez. de 2010

o Natal e no meio, ela.

Faço parte daquela porrada de gente que não gosta de natal. Acho a coisa toda hipócrita demais, uma certa forçação de barra pró-espírito-natalino-sem-noção.
Pessoas que nunca te deram a mínima, de repente têm um olhar brando, um sorriso pronto... uma chatice.
Taí uma data em que eu passo. Pra piorar, tem o desespero do consumo que tb é algo que eu abomino. Presentes por obrigação, chopes de  confraternização, tudo muito previsível e na maioria das vezes, piegas.
Mas tem as mulheres. Sempre tem as mulheres para a minha/nossa salvação. (E tb tem as rabanadas, mas como o blog não é gastronômico, voltemos ao que interessa) Elas que compensam os dias agitados, o trânsito caótico na Av. Paulista, a pieguice do abraço forçado de amigo secreto. Elas, sempre as musas que fazem meu coração parar ou disparar, não importa a data festiva.
Ontem no meio da minha infernal busca de presentes para a família na Fnac da Paulista, meu celular toca:
-oi. Fazendo compras?
-oi. Fazendo compras e estressado com essa loucura toda.
-Tá bonito, você. (ela sabe adoçar meu ego)
-Era exatamente essa, a minha roupa no dia do bolo.(ainda estou magoado)
-Bolo? (Ela solta uma risada descarada, como se nunca tivesse me dado bolo.)
-Cadê vc? Tá me vigiando? (Eu já a procurava entre as gôndolas, desesperadamente).
-Aqui. (E ela surge, celular em punho, atrás de mim. Cestinha na mão, sorriso iluminando tudo em volta.)
-Café? (Foi a única palavra que eu consegui pronunciar diante da imagem que ofuscava árvores piscantes, estrelas coloridas e todos os pacotes brilhantes de natal.)
-Ela bebeu um suco, cruzou e descruzou pernas, falou do trabalho, pediu desculpas pelo bolo e eu atônito com o perfume, o vestido longo e o sotaque que amo. Simplesmente a beijei, fiz um carinho no seu rosto e disse que queria um presente de natal.

Obrigado, Papai Noel. E desculpa todas as vezes que eu falei que o senhor era um velho tarado e mau.

-

17 de dez. de 2010

                                                           Penélope.
                              Diante dessa imagem, nada precisa ser dito.

14 de dez. de 2010

Bárbara

Hoje vi Bárbara no café da manhã. Temos nos visto muito no café da manhã. A mesma padaria, mesas próximas, pão com manteiga pra mim, torrada integral pra ela. Café sem açúcar pra rebater minha noite mal dormida e suco de melancia pra ela manter
o cor de rosa natural dos lábios.
Eu leio o Estadão e ela fala no celular, troca mensagens,
talvez leia emails. Nos olhamos um pouco, ela cruza as pernas
sob o balcão, brinca com o Zé do suco, passa pelos frios e pega um queijo minas, não conheço aquela marca, mas resolvo que vou experimentar.
Há uma pequena fila no caixa, ela fica lá, olha pra trás, me olha mais uma vez. mexe nos anéis, parece nervosa, mas pode ser só charme. Eu peço mais um café, a fila cresce e vê-la ali, queijo minas numa mão, chave na outra, charme e nervosismo no meio dos anéis, me faz ter vontade de ficar um pouco mais:
-Zé, qual o nome da loira risonha de preto?
-É Bárbara, seu Rubens.
-Então minha homenagem de hoje vai pra ela.
-Homenagem de que?
-De um blog, Zé.
-Ah, acho que a dona Bárbara vai gostar...
Então, é pra você, Bárbara. A melhor visão de uma manhã chuvosa que não prometia nada de mais...

13 de dez. de 2010

Encontro às escuras

Há tempos tem sempre alguém que quer promover o encontro do ano entre mim e a mulher da minha vida.
A conversa é habitualmente a mesma: "Tem uma amiga que vc vai amar conhecer!"
Sábado encarei mais um desses eventos, dessa vez promovido pela minha própria filha, preocupada de eu não ter ninguém para cuidar de mim na velhice e ter que alugá-la, e uma amiga dela que deve ter a mesma preocupação em relação ao futuro da mãe.
Lá fui eu, produzido para parecer um bom partido e vinho na mão como manda a cartilha da boa educação. Sinceramente? Eu não tava nem um pouco a fim de bancar o príncipe encantado, mas filhas têm argumentos certeiros e aquele olhar de pedinte faminto, eficaz no convencimento de pais e mães.
No caminho, Lara foi me passando informações da ficha pessoal da minha pretendente: do manequim à vida profissional, dos dois casamentos que teve à sua música predileta. Me senti numa instrução de guerra, era muita informação para meu cérebro detonado pelo álcool da noite anterior.
O nome dela é Maria Alice. Ela é doce, bebe pouco e beija bem. Passa facilmente como irmã das duas filhas, é budista, tem cabelos cacheados e calça 35. Faz pilates quatro vezes por semana, atende de 6 a 7 pacientes por dia em seu consultório de fonoaudiologia cognitiva. É simpática, é naturalmente sexy e estava vendida na história do encontro às escuras.
Saímos pra dançar com nossas proles e mais uma penca de amigos, ela se arrepiou quando meu copo de vodka esbarrou no seu antebraço, sem querer. Falamos da vida, rimos de uma bêbada que levou 3 tombos na pista de dança, saí para cultivar o meu vício cancerígeno e ela me acompanhou.
Talvez leia este post, talvez não.
Talvez a gente volte a se ver e vou torcer para esse próximo encontro ser às claras.
Se acontecer, Maria Alice, deixemos as meninas em casa dessa vez.  Eu vou gostar muito.

Tereza

A gente tinha o que se pode chamar de sintonia fina.
Tereza foi a mulher que mais me compreendeu nessa vida.
Alguns a chamavam de Rubens de saia e eu gostava disso.
Éramos realmente parecidos em nossa visão da vida. Qualidades e defeitos moldados à perfeição e semelhança do outro. Parecia coisa de irmão ou coisa maior. Sósias de alma, dizíamos.
Ontem foi o dia do aniversário dela, meu celular apitou me avisando e eu fiz um mini flashback do que vivemos e não vivemos, do que sobrou e do que faltou em nossa fina sintonia.
espelhos de frente um para o outro, causam uma estranheza e uma profundidade para a qual não estamos preparados. O reflexo de nós mesmos é a verdade mais nua e mais crua, não dá pra ficar indiferente a isso.
Nossa sintonia foi acabando à medida que o espelho revelava nossas mazelas.
Minha homenagem a Tereza. Não sei se houve mais alguém nessa vida que zombou de mim com tanta elegância como ela.
Não tive coragem de ligar e dar parabéns, há alguns anos meu celular me avisa que dia 12/12 é seu dia e há alguns anos percorro esse mesmo caminho, para concluir que não precisamos de mulheres que pensem como nós, que ajam como nós e que tenham qualidades e defeitos semelhantes aos nossos.
Isso é ilusão ou ilusionismo.
Precisamos é do oposto que traz complemento e discórdia. Precisamos do desafio da descoberta do outro, da surpresa de se encantar com uma fraqueza nova ou um defeitinho quase insuportável.
Se conseguirmos proporcionalizar esses eventos e equalizar o bom e o mal de cada encontro que a vida nos concede...
Tá pronta a tal cara metade.

9 de dez. de 2010

Tem vezes que o desejo vem atropelando a gente,
nem dá tempo de pensar.
Desejo.
Ninguém pode com esse sujeito.

8 de dez. de 2010

BH para solteiros

Belo Horizonte é sem nenhuma dúvida o meu lugar. É aqui que eu me sinto em casa, apesar de já ter perambulado bastante por esse mundão de meu Deus.
Vivi em Uberlândia a maior parte da minha vida e tenho raízes ali, mas é em BH que eu caminho com aquela alegria rara de quando se está exatamente onde se queria estar.
E para endossar tudo isso, BH é na minha humilde opinião, a maior produtividade por metro quadrado para um solteirão tipo eu.
Nas mesas dos bares, a proporção é lindamente desigual.
No trânsito, nas repartições, nas calçadas... é muita mulher.
Hoje fui dar uma corrida ali pela Pampulha, mas desisti do percurso rápido e resolvi brindar minha visão, caminhando.
As mineiras são arrebatadoras, aquele jeito tímido que se revela frágil quando passam decotes, mini shorts, sorrisos convidativos. Ah, Belo Horizonte...
O meu lugar.

6 de dez. de 2010

Atriz de televisão.

Não sou propriamente um pegador, já perdi muito pênalti feito, ou seja: sou mais um na multidão: nada de muito especial, na verdade.
Por isso mesmo, o dia que eu e aquela mulher linda e famosa rolamos no meio daquele camão, eu achei que não era comigo. Não vou citar nomes, porque gatas famosas não se orgulham de sair com vira-latas.
O bar era o Jobi, fica ali na Ataulfo- Leblon. Região nobre do Rio de Janeiro. Verão de 2002, três dias de férias pela cidade maravilhosa, revendo grandes amigos. Fiquei hospedado em Ipanema, porque trabalhei por lá na semana anterior e consegui umas diárias a mais por conta. Sol escaldante, praia lotada e ela: Musa.
Bebia cerveja como gente grande, ria alto, batia na mesa defendendo o teatro independente e malhando a rede Globo. Eu fiquei fissurado nas sardas, na pele branca e pensei: "O não eu já tenho. Correr atrás do sim é minha especialidade..."  Cheguei na cara dura, doze chopes na idéia, peito estufado, barriga encolhida:
-Li numa entrevista que os homens têm medo de você e não chegam. Verdade?
- Ela sorriu amarelo e meus amigos na mesa ao lado, que duvidaram do meu gesto, gargalharam.
 Ela fez cara de poucos amigos, pegou um cigarro que acendi prontamente e mandou:
-Quer um autógrafo?  - metidinha a estrela, eu pensei. Mas não me fiz de rogado, já que estou no inferno, trato de abraçar o capeta:
-Quero, mas não em público. - Saí meio sem graça mas sorrindo, voltei à minha mesa e começamos uma troca devastadora de olhares, a ponto de eu achar que tinha bebido demais e estava imaginando coisas. Não estava.
-Três horas depois estávamos tirando a areia da praia, no box blindex do meu flat em Ipanema(ser um duro com bom emprego me dá grandes vantagens.)

Conheci uma mulher insegura com o próprio corpo(lindo por sinal), vi uma pessoa assustada com tamanha cobrança, embalei uma menina que disse sentir medo do tempo e da vida.

Voltei pra BH e trocamos uns emails, ela me mandou dois convites para uma estréia em SP e uma foto que tiramos juntos e nus -ela disse que eu podia ganhar uma grana, se estivesse arruinado.
Incrível como algumas pessoas se escondem atrás de uma capa de soberba e altivez, mas são criaturas frágeis.
Talvez fosse mais fácil assumir essas debilidades e brincar com elas, ao invés de disfarça-las.
Minha homenagem a esta mulher bonita e marrenta.
Toda vez que a vejo na telinha, me pergunto se ainda é tão difícil ser ela. E o meu autógrafo, acreditem, eu esqueci de pegar.

Marisa

Marisa trabalhou ao meu lado durante 6 anos. Eu a vi terminar e iniciar relacionamentos, a vi se casar e se divorciar, engravidar duas vezes. Eu sempre tive uma grande admiração por Marisa.
Mulher bonita, inteligente, boa mãe e uma profisional impecável.
Sua briga com a balança era engraçada e seu apetite pela vida, invejável. A primeira vez que rolou entre a gente, estávamos desiludidos, corações machucados e acreditamos que uma boa garrafa de tequila e algumas noites de sexo selvagem, aplacariam nossa dor. Logo depois disso, voltei com a namorada que me fez sofrer e eu e Marisa nos tornamos amantes de entresafra. Se eu estivesse sozinho e coincidisse dela tb estar, rolava. Foi assim por uns 2 anos. Rolaram menos entresafras do que eu gostaria e hoje em dia, Marisa vive lá pelas bandas de Lisboa, casadíssima com um gajo sortudo. Fiquei sabendo que está na terceira gravidez e muito feliz.
Acho que as suas entresafras acabaram, Marisa. Bom pra você e uma pena pra mim, já que as minhas estão cada vez mais frequentes...

3 de dez. de 2010

Anônima

Ela não tem rosto e eu acho bom que não tenha.
Gosto de imaginá-la, prefiro desenhá-la com o contorno dos sonhos que ela traz pra mim.
Em meu desenho, ela é morena e tem cabelos rebeldes, tal qual sua alma. Em minha vasta imaginação, ela é alegre, fala alto, faz amigos com facilidade e seduz com olhos de querer sempre um pouco mais da vida.
Ela tem cheiro de flor, rosto redondo e sorriso infantil.
Minha Anônima (com letra maiúscula mesmo) é uma mulher grande, como são grandes os seus sonhos, sua fome pelo desconhecido, sua sede pelo prazer.
Tem os seios fartos, de quem poderia alimentar o mundo e tem um colo macio, de quem protege e ama.
Talvez eu jamais a veja, provavelmente eu nunca possa tocá-la, mas ainda assim terei sua carne macia entre meus dedos e ouvirei feliz os seus desejos, porque nossa química além de secreta, é real.

É... eu sou mesmo um romântico.

A música do blog

Se esse blog tivesse uma trilha sonora, seria essa:


observanessa, perceberenice, arriscamila, embromárcia, aproximargareth, conversarah, envolverônica, submetereza sentirene, conquistarlete, mescláudia, lambeatriz, abraçabrina, mordenise, amaria, beijanaína ligou o nome à pessoa, perdoa, pessoa... agradesimone, esclareceleste, buscarmen, surtatiana, pensophia vacilaura, enciumonique, engolívia desejanice, agarraquel, roubárbara, ligabriela, esquecelina provocarla, concordana, suplicarolina ligou o nome à pessoa, perdoa, pessoa...

2 de dez. de 2010

Nunca paguei para fazer sexo

Nunca paguei pra fazer sexo. Uma vez, paguei pra não fazer, mas essa é outra história.
Quando eu tinha 14 anos fui a um bordel, junto com uma porrada de moleques, levado pelo pai de um deles. Eu era virgem e o combinado era fazer a festa de inauguração naquela tarde.
Era início dos anos 80, achei meio cafona essa coisa de bordel, eu queria perder a virgindade como nas novelas da Globo, sonhava com a Lídia Brondi me pedindo para beijá-la.
O lugar tinha um cheiro peculiar e uma cor diferente em cada parede. Também era bem diferente dos bordéis da Globo -
é, eu via muita televisão àquela altura da vida...
Bebemos cerveja de graça e uma moça de pouco mais de 20 anos veio conversar comigo. Taí um lugar que eleva sua auto estima, num bordel qualquer homem se sente um Brad Pitt. Todas as mulheres locais dão mole, é quase uma terapia comportamental. Ela foi pousando a mão na minha coxa e eu tive uma ereção,
 mais por reflexo do que por tesão.
Senti uma mistura de piedade e enjôo e saí  2 cervejas e 30 minutos depois de ter entrado no tal lugar.
De alguma forma, que na época era impossível avaliar, eu achei um desrespeito dar dinheiro em troca de penetração, afeto ou coisa parecida. Eu queria mais e acho que a vida entendeu meu desejo.
Me orgulho de nunca ter pago para fazer sexo. Pode ser um orgulho bobo, um moralismo barato, mas ainda considero a cama um lugar sagrado e de vez em quando...
ainda sonho com a Lidia Brondi.