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9 de out. de 2010

Alessandra

Eu tinha medo dela. Seu jeito seguro e objetivo me assustava.
Era aquele medo bom, aquele frio na barriga que me fazia sonhar com ela e não ter coragem de contar no dia seguinte.
Alê, como a chamei várias vezes depois, era minha nova chefe.
Eu delirava naquelas pernas. Imaginava sua buceta, sua bunda seus peitos, enquanto ela mostrava os resultados do mês.
Eu queria sofrer assédio sexual,poder ter aquela mulher nas mãos, ter algum poder sobre ela. Mas era um simples refém de sua visão poderosa, sua meia calça, seus terninhos. Eu não via Alê todos os dias, para minha sorte. Era uma tortura mensal. Saía de BH para SP, para participar da reunião mensal e estava sempre ansioso, nervoso e de pau duro, quando ela iniciava, soberana.
Aí um dia, um happy hour(melhor invenção paulistana ever), ela pisou no meu pé com salto agulha. Um paradoxo total. Eu sofria. Era a personificação da realidade, a tal pisada. No happy hour do dia seguinte ela mandou: -Hoje vim com salto mais baixo, se eu pisar no seu pé, nem vai doer tanto.
Bastou. Eu precisava de um deixa e Alessandra sabia disso.
A mulher sempre sabe quando queremos a frase certa, elas nos conquistam e posam de seduzidas. Adoro o jogo do amor.
Alê e eu vivemos um caso de amor dos mais loucos. Corredores tremiam, mesas e salas de reunião testemunharam cenas tórridas de paixão. Minhas mãos, muitas vezes, traziam seu cheiro e eu viajava durante as reuniões e suas impecáveis apresentações de resultado. Alê foi ficando mais leve, eu fui perdeno o medo, ela já não me parecia tão poderosa nem tão objetiva assim.
E foi aí que acabou.

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