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28 de ago. de 2012

beijo

Gosto de beijo na boca. Das tuas bocas, das tuas duas bocas. Bocas que me engolem com apetite e com tesão de quem tem a fome certa pro tempero que eu possuo.
Gosto do teu beijo, aquele que antecede os outros que chegam e que ficam, mesmo quando vc vai.
É no teu beijo que eu me encontro e me perco. É nas tuas bocas que eu me sinto o pau do ano, o sujeito sortudo, o cara.
Volta logo.
Mas traz teus beijos e tuas bocas.

20 de ago. de 2012

Paula

Sempre gostei desse nome. Era um dos que colocaria na minha filha se eu tivesse tido a oportunidade de lhe dar um nome. Sou um pai frustrado por não ter participado dessa escolha. Nome é aquilo que se carrega como um big rótulo, o maior deles. Lara foi escolhido à revelia. Costumo dizer que nem sei se ela tem cara de Lara. rs
Voltando à nossa heroína de hoje, Paula. Uma morena de beleza brejeira, cabelos cacheados, olhos grandes.
Paula não combinava com seu nome sofisticado, mas quando pronunciado por ela fazia sentido. Ela era bonita, a danada. Nos conhecemos numa festa de casamento em BH. Enquanto ela fugia da fila do buquê, eu admirava suas pernas desenhadas sob a silhueta de uma saia levemente rodada. Enquanto ela parecia entediada com a fissura das mulheres em volta desse momento de avanço a um futuro casamento, eu pensava no simbolismo disso e na forma discreta dela se esquivar.
Buquê alcançado, moças mais calmas, me aproximei. Paula tinha terminado um namoro de 3 anos, estava curtindo a solterice e não queria mais acreditar em promessas jogadas, flores arremessadas ou cantadas obvias (a minha, no caso) Paula estava quase endurecida, mas mantinha um sorriso com covinhas emoldurando uma boca vermelha.
Conversamos sobre os noivos, sobre a vida em BH, sobre vida a dois, relacionamentos infernais e sobre matemática, matéria que ela leciona há 15 anos.
Rimos das velhinhas que levam uma bolsa própria para roubar bem casados, nos emocionamos no discurso do pai da noiva. Naquela noite trocamos emails e nos encontramos 3 semanas depois, no open house na casa dos noivos.
-Temos química. - ela disse no nosso terceiro beijo.
Eu concordei e na hora de despedida em frente à sua casa, eu quis subir, me ofereci para um café e ela disse: "melhor não."
Eu, afoito, cheio de tesão, lembrei a frase dela: "Temos química, vc disse. Por que não?"
"Temos química sim, mas quero história. História de verdade."
Minha homenagem a Paula, o toco mais inteligente das Minas Gerais.



13 de ago. de 2012

Blogs

Há tanta poesia na internet, há tanta gente que escreve com a alma, que sabe tocar a ferida e acarinhar o coração que fico até com medo de indicar alguns blogs e ser injusto com tantos outros. Tenho velhas amigas escritoras, mulheres que venderiam milhões de livros, certeza. A verdade é que o mundo está lotado de grandes poetas e a internet nos deu acesso a eles. Aproveitemos, então.
Não deixem de passear por aqui:

http://relicariovazio.blogspot.com.br/

http://falandocomela.blogspot.com.br/

http://saahandradee.blogspot.com.br/

http://confrariadostrouxas.blogspot.com.br/

http://roubandosorrisos.blogspot.com.br/

Emocionem-se.




8 de ago. de 2012

Lara, Isabela e Marina

Lara está aqui em Sampa, como já contei pra vocês. Veio fazer uma pós, passar uns tempos comigo, apaulistar um pouco, como ela gosta de dizer. Ela é um mulherão. Daqueles que sabem como parar um marmanjo no olhar. Ela usa as menores saias e eu, pai ciumento e coruja, sofro um pouco, vivo uma mini saia de cada vez, torço o nariz, mas entendo que no alto de seus 23, ela pode quase tudo.
Saímos pra beber chope, cozinhamos juntos, mas ela gosta dos bares mauricinhos do Itaim e detesta cinema francês. Por isso, estamos nos adaptando a dividir o mesmo espaço, com ela ouvindo um tal de sertanejo universitário num volume inaudível e se recusando a provar os legumes grelhados que faço para nosso jantar.
Apesar das diferenças, do meu ciúme e da frescura pra comida, estou adorando essa temporada.
Lara e suas novas amigas tem sido meu objeto de observação e embora estejam muito fora da faixa de mulheres que me interessam, há mães no meio deste rol e já arrisquei me aproximar de uma, sem muito sucesso.
Hoje porém, recebi uma ligação intrigante:
-Oi, sou Marina, mãe da Isabela. É que vamos dar uma festinha surpresa pra Isa, na casa da praia e a Lara falou q vc não a deixa viajar sozinha, por isso gostaria de estender o convite a você.
-Oi, sou Rubens, pai da Lara, a menina mentirosa, que:  ou não quer ir na viagem, ou está nos arrumando um encontro. Como ela adora praia, vou ficar com a segunda opção.
SILÊNCIO.
-Olha, desculpe, nem sei o que dizer. Eu estranhei, mas como ela chegou há pouco tempo na cidade... (toda formalidade paulistana nesse momento)
-Diga que estou convidado mesmo assim.
RISO NERVOSO
-Está convidado mesmo assim.

E lá vou eu, para Riviera São Lourenço, conhecer a Marina, mãe da Isabela, pretendente número 1563 do catálogo Lara Borges.

Bem, me resta intensificar as caminhadas da semana e cortar o cabelo até sexta feira.

7 de ago. de 2012

tocos

Sou um colecionador de tocos. Tem pra todos os gostos e eu até me orgulho quando preciso batalhar uma mulher. Porque toco bom é aquele que vem com convicção feminina elevada à máxima potência.
Eu conto o resto dessa história com uma bela homenagem e o nome dela em neon lá em cima.
Torçam por mim.
:-)

5 de ago. de 2012

surpresa de um domingo triste

Chuviscava. Garoava, pra falar o bom paulistês.
Domingo feio, sem graça. Fim de tarde, jogo do Corinthians na TV.
Eu caminhava, trajeto diferente, pensamento em outro lugar. Quando eu a vi de longe, fiquei em dúvida se era mesmo ela. Parecia tão frágil e tão perdida.
Cheguei perto, ela se assustou ao me ver, sorriu triste, já ia se despedindo, quando a puxei para um abraço e ela até segurou o choro por uns 5segundos, mas finalmente desabou.
Sentamos num bar, uma galera ligada no jogo e ela, tão fã de futebol, ficou de costas para a TV, pediu a cerveja favorita e desviou a emoção pra parecer que não teve choro, nem susto, nem abraço.
Falamos casualidades, ela não quis se abrir, mas soltou palavras como: separação, amor doído e doido, vida loka, passado, futuro.
Nem pedimos a segunda, ela quis ir, parecia triste demais para beber, ver futebol ou conversar. Parecia confusa, mas estava apenas desapontada. Estava bonita, mas sem o brilho de sempre.
Antes dela ir, um diálogo:
-Quem quebrou seu coração desse jeito?
-Corações não quebram, Rubens. Eles amassam, se contraem, doem. Mas infelizmente, continuam inteiros e isso é desesperador.

Desesperador é ter vc ali tão perto dos meus olhos
e simplesmente impossível de alcançar.