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15 de jun. de 2012

Alice

Quando ela disse que seu nome era Alice foi inevitável não pensar em coelhos, damas de copas, buracos negros. Uma Alice ruiva, é bem verdade. Uma Alice linda, doce, louca como tem que ser.
Confesso que já tinha esquecido parte do que vivi com essa adorável Alice. Provavelmente porque na parte final da história ela já não parecia tão adorável assim.
Alice.
Ontem falei muito dela, ao exemplificar a idéia de alguém que sabota a própria felicidade para ter um bom pretexto pra sofrer. Há quem diga que isso não existe, há quem tenha vivido exatamente esse movimento diversas vezes e sabe muito bem onde isso vai dar.
A gente foi um casal. Daqueles que passam o natal de gorrinho de papai noel para tirar foto e colocar num porta retratos vermelho. A gente se dava bem na cama, a gente se dava bem na vida.
Aí, como o belo nome já indica, ela fantasiava. Criava histórias tristes, ficava triste com as histórias tristes que inventava e gostava disso mais que a média.
Um belo dia, depois de muitas tentativas de viver simples e feliz, eu cansei.
E ela ganhou mais um bom motivo para manter a fixação pelo sofrer.
A vida é curta, né? Eu nunca ignoro esse detalhezinho. Sofrer não pode dominar o pacote.
Minha homenagem a você, Alice. Torço para ter substituído tanta dor por amor de verdade, daqueles que faz a gente sorrir, só de respirar.