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5 de nov. de 2010

Marcela

Eu tinha muito tesão nela e todo mundo sabia. Eu até tentava disfarçar, mas era muita perna para os meus olhos, era muito cabelo jogado para o leste e para o oeste, era muita visão 360 graus. A merda, é que ela era namorada do meu melhor amigo, numa época em que melhores amigos eram uma porra que se respeitava.
Eu comecei a evitá-los, mudar de lugares e de trajetos, mas, numa cidade pequena isso é quase impossível.
Em uma dessas fugas, tentando evitar aqueles peitos desafiadores de Marcela, fui interpelado pelo namorado dela, no melhor estilo Que que tá acontecendo com você? Eu, que fui premiado com porções a mais de imaginação, inventei uma história mirabolante, tinha até polícia e ameaça de morte no meio.
Enquanto eu falava com empolgação, Marcela era um cruzar de pernas incessante: esquerda sobre a direita, direita sobre a esquerda. Nem Sharon teria feito melhor.
E no fim daquela noite regada a mentiras e cachaça, depois de ter sido consolado pelo melhor amigo, fui pra casa me sentindo um traste mentiroso.
Como há males que vem pra fuder tudo de uma vez, eis que ela me aparece, meia hora depois de ter sido deixada em frente ao seu portão pelo namorado. Estava linda, sem soutien, batom ainda borrado pelo último beijo que ganhou dele. Ela era uma mulher, portanto, conhecia o seu poder e queria testá-lo. Marcela aos 19 anos, já dava aula de estratégia feminina e era phd em malandragem. Era daquele tipo irresistível, uma coisa entre a imagem do Gato de botas Shrek2 e uma playboy em revisteiro de consultório médico.
Dia seguinte a cabeça tava inchada, queria o chifre dele na minha testa, mas não teve jeito: a amizade tinha ido pro ralo e Marcela ao acordar nem me parecia algo tão perfeito ou irresistível como há algumas horas...
A culpa misturada à ressaca e arrependimento, é pior que soco num estômago vazio. E como merdas sempre acontecem, essa foi mais uma que fiz nessa minha vida vagabunda e sem escrúpulo. Bunda e peitos estavam no meio, mas esse detalhe é só pra constar nos registros de minha defesa cafajeste.

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