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19 de set. de 2011

Laura

Conheci Laura quando tínhamos 16 anos. Uma negra linda, sorridente, falante. Ela fazia judô e eu natação. Lá em casa não tínhamos grana pra luxo algum, mas minha mãe fez questão que todos nós aprendêssemos a nadar (e em Minas nem existe praia...)
Laura era campeã de judô e não sabia nadar. Eu era um peixe, mas inútil num tatame. Fizemos um trato: ela me ensinaria uns golpes e eu lhe daria umas aulas de natação. Nem eu nem ela podíamos pagar um segundo esporte no Sesc, mas podíamos usar as dependências do clube depois dos horários das aulas e graças a Laura, me interessei muito por lutas marciais e até cheguei a faixa roxa anos mais tarde. Ela tb nunca morreu afogada, eu sou um bom professor e em Minas... nem existe praia. Ficamos amigos. Ela tinha um namorado gente boa. Eu tinha uma namorada bacaninha, estava descobrindo as alegrias de fazer sexo fofo e apesar das lindas coxas de Laura e da sua perfeição dentro do maiô ou do quimono, nada aconteceu.

2004, noite chuvosa em BH, eu de fogo depois de um churrasco com amigos. Na mesa ao lado, meia dúzia de mulheres maravilhosas, como é bem comum no meu Belo Horizonte. Uma delas chegou na nossa mesa e disse me olhando fixamente: "Minha amiga quer saber se vc foi professor de natação dela. Seu nome é Rubens?" Eu pensei 3 segundos e busquei um resto de mente sóbria quando avistei Laura.
Seu sorriso enfeitando um cabelo black, mãos longas segurando uma tulipa de chope e um abraço longo e delicioso. Me arrependi de ter bebido tanto àquela tarde. Bafo de cerveja não é legal num reencontro. Conversamos por uns 15 minutos e ela deixou o telefone para eu ligar o dia seguinte, se eu lembrasse (fez questão de frisar.) Eu lembrei. Nunca esqueceria um par de pernas daquele naipe, mesmo se eu estivesse em coma alcóolico. Eu liguei.
Relembramos. Demos muita risada. Ela mostrou a foto do filho Lucca. Eu mostrei a foto de sua quase xará Lara. A gente se beijou. Bebemos cerveja e falamos de religião, política, futebol.
À noite ela me levou pro tatame, sem cerimônias. Golpes precisos, ippon rápido.
Aiai... Pena que em Minas ainda nem existe praia...
Minha homenagem à faixa preta mais bonita que eu já vi. Ainda está me devendo um desempenho entre raias e cloro. ;)

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