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18 de jul. de 2012

Rafaela

Ela era uma sonhadora. Gostava de ser uma sonhadora e isso lhe rendia um charme a mais. Nos conhecemos no Rio de Janeiro, numa festa de amigos. Eu namorava, mas estava dando um tempo, o que me habilitava a ser um candidato a percorrer aquela cabeça loira e sonhadora, sem qualquer culpa. Ela estava solteira e me deu todas as condições para ser o candidato da noite. E fui.
Bebemos tequila, vodka, caipirinha de abacaxi, cachaça mineira envelhecida. Bebemos. Bebemos muito.
Rafa, como preferia ser chamada, apagou no meu colo por volta das 4 da manhã e acabamos ali, no sofá do Luiz Paulo. Sonhamos juntos àquela noite, largados num sofá de dois lugares, no meio de uma sala zoneada e eu adorei.
Dia seguinte, caras amassadas, cenas incompletas na cabeça e ela sorriu tão bonito perguntando o que tinha acontecido, que fui fazendo um esforço matinal incomum. Fomos preenchendo as lacunas da noite anterior na padaria, depois no apartamento dela, depois na cama dela e quando tínhamos lembrado tudo, fomos curtindo novas noites regadas a tequila e cachaça, só pra poder relembrar tudo no dia seguinte.
E aí nessa fase, ela já sonhava com casamento, bebês, viagem à Búzios nos fins de semana. Sonhadora a Rafa... Eu até acho que podia rolar uma história bacana, mas além de sonhadora ela era ansiosa e não quis esperar eu me decidir entre voltar pra namorada ou ficar com ela. Também não quis usar as armas que uma mulher dispõe para conquistar um cara. Quando ela me deu o cartão vermelho, eu não estava apaixonado, tampouco tinha planos para o futuro, mas doeu mesmo assim. Pé na bunda, né? Não é bom pra ninguém.
Minha homenagem a essa loirinha sonhadora bebedora de tequila, carinhosa e uma delícia de mulher.
Até hoje eu gosto de preencher as lacunas da minha memória lembrando de como foi bom ou de como poderia ter sido melhor ainda.

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