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24 de jul. de 2010

Roberta

Ela era namorada de um amigo. A namorada perfeita de um amigo gente boa. Roberta fazia teatro e gostava de balonismo, isso mesmo: balonismo desses com cestinha e gente dentro. Desenhava muito bem e fazia curso de fotografia e cabala.
Roberta é aquele tipo raro que fala mais de duas línguas, discute política e balonismo ao mesmo tempo e ainda assim é absolutamente sensual. Na praia, só usava maiô. Teria Roberta alguma cicatriz na barriga? Eu ia a praia e marcava de ficar no point deles, que eu nem gostava tanto, mas simplesmente era vital pra mim imaginar as cicatrizes que Roberta precisava esconder.
Eu mal olhava pra ela, me sentiria um canalha diante do meu amigo gente boa.
Aí numa bela noite de sexta feira,ela me ligou. Precisava saber sobre um fundo de investimento e sabia que eu podia ajudá-la. Marcamos um almoço, o calor beirava os 40 graus e o Rio de Janeiro derretia.
Roberta chegou cinco minutos depois de mim, blusinha transparente e levemente curta. Ora mostrava o umbigo, ora caía pelo ombro. Uma delícia. Quando levantou e foi ao banheiro pude ver pela transparência da blusa, a pele imaculada, branquinha e sem nenhuma marquinha que eu pudesse enxergar.
Roberta jamais me deu qualquer condição de chegar junto, nenhum beijo, nenhum olhar maldoso ou outro gesto que me fizesse acreditar numa chance. Mas não poderia deixar de homenageá-la aqui.
Afinal, nenhuma cicatriz naquele corpinho perfeito e mesmo assim, na contramão do universo ela ia à Ipanema de maiô.
Qualquer dia te procuro, Beta, lá pelas bandas da Garcia Dávila.
Quem sabe vc não me convida para dar uma voltinha no seu balão?
Eu de smoking e você de maiô...

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