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31 de mai. de 2011

Virgínia

Ela era uma mulher interessante. Dava aula de história na cidade vizinha à minha, era uma das clientes da minha mãe no salão e fazia o estilo misteriosa. Tinha uns 10 anos a mais que eu e apareceu na minha vida num momento em que eu precisava ser cuidado. Tinha acabdo de descobrir que era pai, minha namorada tinha me deixado, eu estava sozinho.
Da primeira vez que prestei atenção nela, a achei muito esquisita: estava com aqueles rolos na cabeça e ria alto, provavelmente envolvida naqueles papos de salão que a maioria das mulheres adora. Nas semanas seguintes a encontrei algumas vezes e mesmo sem os rolos na cabeça, continuava achando que ela era estranha, desengonçada, quase feia.
Eu e Virgínia tivemos um caso, um affair, um romance regado a papos sobre ideologia, política e vida. Aquela mulher me conquistou com sua inteligência, seus conselhos, seu jeito de me deixar livre e feliz. Minha mãe jamais soube (foi mal aí, mãe.)
Passei a esperá-la na esquina do salão e íamos pra sua casa, transávamos no meio da sua biblioteca, bebíamos dry martini e ela me aconselhava a amar Lara, a perdoar meus próprios erros, a encarar minha nova vida de pai...
minha homenagem à Virgínia, minha doce Virgínia. Até de rolos na cabeça, passou a ser a mulher linda que me ajudou a enxergar o mundo como um homem de verdade.

2 comentários:

  1. Caramba! Revelação bombástica!!! hahaha
    Vou contar pra mamãe!!!

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  2. Ela vai dizer: "E quem disse que eu não sabia disso faz tempo??" Vc duvida? rsrsrs

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