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14 de jun. de 2010

Juliana

Ela disse que adorava os mais velhos. Fez isso e me olhou fixamente, chamando pra briga.
Disfarcei, fingi que nem era comigo, apesar dela ter mantido aquele olhar ao me pedir fogo para acender seu cigarro, uma hora depois da declaração bombástica.
Tenho algumas regras em relação a diferenças de idade e uma delas é meu ano de nascimento não ultrapassar 15 anos de distância do dela. Seja para mais ou para menos.
Sou bem tolerante, não?
Meu cálculo se baseia na idéia de que quando eu tinha 15 anos e já estava fazendo muita estripulia por aí, ela estava nascendo.
Essa lembrança basta para a imposição do meu limite.
Juliana e seus 17 anos a menos. Juliana e seu olhar matador. Juliana e eu: uma loucura.
Ela tinha a decisão e a impetuosidade de quem tem menos de 25.  Tinha a segurança que as mulheres de 30 precisam e a pele que as de 40 desejam. Ela não tinha a experiência das que viveram mais, mas tinha o chip feminino em pleno funcionamento, o que me fazia em vários momentos esquecer a sua idade. Ela usava o sexo a seu favor e tinha habilidade para manipular, conduzir situações, vitimar-se e sair de complicações como uma diplomata, ou simplesmente... uma fêmea.
Juliana pintava os cabelos porque o espelho a cansava, fazia yoga porque queria ficar zen e virava a minha vida de ponta à cabeça, porque era muito divertido. No começo, fui um desafio, passei a ser gingana em 4 semanas e no terceiro mês éramos o casal mais grudento e insano do Distrito Federal.
Às vezes bate saudade da parte boa dessa história.
A parte boa de qualquer história sempre começa pelas pernas, passa pela bunda, segue pela cintura e seios. Pára na boca, desliza pelos cabelos coloridos e acaba quando essa minha memória cruel, me lembra do resto que não foi tão bom assim...
A regra dos 15 anos caiu para 12 e não se fala mais nisso.

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