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20 de ago. de 2012

Paula

Sempre gostei desse nome. Era um dos que colocaria na minha filha se eu tivesse tido a oportunidade de lhe dar um nome. Sou um pai frustrado por não ter participado dessa escolha. Nome é aquilo que se carrega como um big rótulo, o maior deles. Lara foi escolhido à revelia. Costumo dizer que nem sei se ela tem cara de Lara. rs
Voltando à nossa heroína de hoje, Paula. Uma morena de beleza brejeira, cabelos cacheados, olhos grandes.
Paula não combinava com seu nome sofisticado, mas quando pronunciado por ela fazia sentido. Ela era bonita, a danada. Nos conhecemos numa festa de casamento em BH. Enquanto ela fugia da fila do buquê, eu admirava suas pernas desenhadas sob a silhueta de uma saia levemente rodada. Enquanto ela parecia entediada com a fissura das mulheres em volta desse momento de avanço a um futuro casamento, eu pensava no simbolismo disso e na forma discreta dela se esquivar.
Buquê alcançado, moças mais calmas, me aproximei. Paula tinha terminado um namoro de 3 anos, estava curtindo a solterice e não queria mais acreditar em promessas jogadas, flores arremessadas ou cantadas obvias (a minha, no caso) Paula estava quase endurecida, mas mantinha um sorriso com covinhas emoldurando uma boca vermelha.
Conversamos sobre os noivos, sobre a vida em BH, sobre vida a dois, relacionamentos infernais e sobre matemática, matéria que ela leciona há 15 anos.
Rimos das velhinhas que levam uma bolsa própria para roubar bem casados, nos emocionamos no discurso do pai da noiva. Naquela noite trocamos emails e nos encontramos 3 semanas depois, no open house na casa dos noivos.
-Temos química. - ela disse no nosso terceiro beijo.
Eu concordei e na hora de despedida em frente à sua casa, eu quis subir, me ofereci para um café e ela disse: "melhor não."
Eu, afoito, cheio de tesão, lembrei a frase dela: "Temos química, vc disse. Por que não?"
"Temos química sim, mas quero história. História de verdade."
Minha homenagem a Paula, o toco mais inteligente das Minas Gerais.



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